Uma caixa de 45 litros é um verdadeiro mastodonte. Se nunca viram uma bem de perto e estão mais habituados a torres médias, a comparação é excelente. Por comparação a uma torre normal, a Omen 45L parece gigante e não estamos longe da verdade. Há, na verdade, algo mais do que 45L de volume, porque no topo encontramos uma secção separada que aloja todo um sistema de refrigeração líquida, ao qual regressaremos mais abaixo. Com o interior totalmente visível pela lateral, três ventoinhas de 120mm iluminadas à frente e a sua construção em aço e vidro temperado, a Omen 45L exara luxo. Mas exara igualmente algo mais: potencial de crescimento enorme.
Especificações técnicas (como testado)
- Processador: AMD Ryzen 9 5900X a 3.7 GHz
- Armazenamento e memória: 32GB (2x16GB) RAM DDR4 3733, 512 GB SSD NVMe + 2 TB SSD NVMe
- Gráfica: Nvidia GeForce RTX 3080 Ti 12 GB
- Conectividade: Intel AX201 (Wi-Fi 6, Bluetooth 5.2)
- Peso: 22,6Kg
- Dimensões: 555 x 470 x 204 mm
Um design inovador
Com 45L de volume temos espaço para muita coisa. Significa isto, obviamente, que a Omen 45L tem um tremendo potencial de adaptação e crescimento para o futuro, sendo fácil começar por um modelo mais básico e indo até ao máximo que os nossos bolsos e sonhos nos permitirem alcançar.
Os aficionados do gaming preferem por regra construir as suas próprias máquinas peça a peça, mas com a Omen 45L têm em mãos um chassis excecional que chega com aura custom, graças à aposta em iluminação elaborada e visuais atrevidos. As três ventoinhas de 120mm são a primeira coisa que notaremos, rodeadas por anéis LED multicolores com efeitos que podem ser configurados à nossa vontade. Estas três grandes unidades aspiram o ar que depois de aquecido sai pela grande ventoinha traseira, com uma agradável corrente de ar.
A construção é sublime e, através do vidro lateral conseguimos ver todo o imaculado interior onde se destaca uma RTX (3090 no modelo superior) e todos os componentes, incluindo os módulos RAM HyperX com iluminação RGB, até as tubagens do sistema de arrefecimento por líquido que levam o calor até ao compartimento superior separado da máquina principal.É aqui que está o coração do sistema de refrigeração que permitirá à Omen 45L rebentar com benchmarks e dominar o mais exigente dos jogos.
Esta separação é uma inovação importantíssima no desenho de torres. Se bem que áreas de refrigeração separadas não sejam uma novidade, a Cryo Chamber é sem dúvida um salto evolutivo para esta abordagem, não separando compartimentos interiores meramente, mas criando dois compartimentos independentes. Desta forma, a 45L separa o arrefecimento do interior quente do corpo principal e dispõe de ar fresco externo para bombardear um radiador potente que pode ir até aos 360mm no modelo topo de linha.
Por outro lado, é claro que esta opção significa que a Omen 45L é algo pesada e difícil de transportar, embora pareça que o compartimento Cryo Chamber ajude com o exercício de elevação e transporte. Mas não restam dúvidas que cada detalhe desta máquina foi pensado para ficar na vista, dos módulos de RAM HyperX RGB, à gráfica de exterior bem desenhado e as ventoinhas RGB à frente. A riqueza de portas é impressionante, com o topo frontal a contar com 4 portas USB-A, jack para microfone e auscultadores, enquanto atrás encontramos mais quatro e apenas uma porta USB-C, francamente uma pequena desilusão nesta fase do campeonato.
A face traseira inclui ainda conectores áudio, ethernet, uma porta HDMI e três DisplayPort. Contudo, à data da análise, não existem portas Thunderbolt 4. Menos óbvio no meio disto tudo é que os componentes podem ser acedidos, montados e trocados sem ferramentas, numa construção muito hábil e ágil para quem quer por as mãos na massa e dá-nos uma grande latitude de intervenção.
Desempenho e experiência de utilização
Não é totalmente fácil dizer muito sobre o desempenho desta enorme torre. Não têm dúvidas de que com o hardware que podem colocar a bordo terão algo imparável para mostrar os melhores gráficos possíveis num bom monitor. O modelo de testes que recebemos, com uma NVIDA GeForce RTX 3070 Ti e um AMD Ryzen 9 5900X não é o modelo de topo que pode receber uma RTX 3090 e um Intel Core i7-12900K, mas revela já pernas bastante musculadas para o tipo de corridas que quereremos fazer com elas.
Deixem-me dizer que gosto do que o AMD Ryzen 9 5900X tem para oferecer. Se a Intel sempre teve a mão de cima em termos de gaming, o AMD Ryzen 9 5900X é um daqueles momentos em que podemos dizer que a AMD se afirma como uma alternativa muito credível para os builders à procura de um monstro para alimentar a sua voracidade por jogos de exigência máxima.
O AMD Ryzen 9 5900X chega com arquitetura Zen 3 que efetivamente vira do avesso a Zen 2 e oferece muitos argumentos a seu favor, como a opção por um único cluster de núcleos por cada die, mas 8 núcleos em cada, por contraste ao máximo de 4 na geração anterior. Esta concentração permite reduzir as ligações e portanto a latência entre núcleos, como oferece a cada um acesso a mais cache L3.
O processador oferece um total de 12 núcleos com 24 threads, fabricados em litografia de 7nm, e com uma frequência base de 3.7GHz (máximo de 4.8GHz), além de uma TDP de 105W. Na Omen 45L estará limitado pela inclusão de RAM DDR4, em vez de DDR5, o que será uma opção clara da HP em manter os custos controlados, para quem quiser atualizar a sua máquina. Potencialmente, não existirão muitos cenários onde seja realmente importante ter memórias DDR5, mas este é certamente um ponto onde os que querem o máximo dos máximos terão de pensar duas vezes.
Falando em RAM, encontramos na nossa máquina dois módulos de RAM HyperX Fury com iluminação RGB, do tipo DDR4 3733 de 16GB para um total de 32GB de RAM, com possibilidade de irmos até 128GB de RAM. De notar que, apesar da HP ter espaço suficiente (aparentemente), optou por uma Micro ATX, mas não vejo razão para não apostarem numa motherboard de tamanho padrão, caso optem por comprar apenas a caixa e construir a máquina a partir do nada.
Portanto, com esta configuração, é difícil vermos algum tipo de limitações no desempenho da 45L. Os benchmarks não dizem tudo do quão capaz este equipamento de facto é, exceto que é talvez possível ver o seu excelente sistema de refrigeração em funcionamento, com o processador a manter-se estável como uma rocha, sem sinais de abrandamento para contrariar qualquer subida de temperatura. É justo dizer que para uma ampla gama de tarefas – e aqui incluo o gaming – este setup já será excecional para nos fazer salivar.
Não posso dizer que seja um gamer ávido, mas gosto de jogar os meus World of Warships e War Thunder com a maior imersão possível e é justo dizer que, para esta combinação de CPU e GPU, nenhum dos dois jogos é um desafio particularmente importante. A Omen 45L corta pelos gráficos no máximo sem dificuldades para acompanhar os mais pequenos detalhes, mesmo nas situações em que WoW por vezes se torna soluçante, nas panorâmicas de vaidade pelos detalhes do nosso navio em plena batalha com fogo e ferro a choverem dos céus.
O teste Speed Way chegou à suite 3DMark chegou no final de 2022 e é o teste ideal para vermos a capacidade deste sistema, pois foi pensado para medir o desempenho DirectX12 em sistemas modernos e com novas tecnologias, pelo que bombardeia o sistema com praticamente tudo o que é bom e melhor nas tecnologias modernas de gráficos, incluindo combinação de ray tracing, mesh shaders e variable rate shadding, puxando a sério por um qualquer sistema para combinar nas mesmas frames todas as tecnologias.
Mais uma vez, a Omen 45L mantém-se estável e a debitar em pleno, enquanto a refrigeração entra em ação. Embora com algumas quebras da CPU que baixa por vezes dos 4.0GHz. O framerate mantém-se acima das 33fps, para uma média de 33.05fps, um valor muito bom para um teste tão exigente e que nos catapulta para 3304 pontos, no quarto superior das pontuações possíveis. O Speed Way tem grafismos impecáveis e é um teste muito cativante de se ver num Porsche Design AOC AGON PRO PD32M, onde a fluidez do desempenho da 45L é aparente.
Para tarefas mais mundanas como trabalhos escolares ou profissionais, a 45L será overkill ou mais do que suficiente, dependendo do que vão precisar fazer. Não é que seja digno de alguém correr folhas de Excel num maquinão destes, mas se o quiserem fazer, estão à vontade. A 45L passará por elas como facas quentes por manteiga.
Há sempre a possibilidade de ajustarmos o desempenho no Omen Gaming Hub, via Performance Control, onde o Overclocking nos permite por exemplo ajustar a frequência da RAM até ao seu máximo, em vez dos 3200MHz de base.
Recomendações
A Omen 45L é uma bestial máquina de gaming que impressiona muito para lá do seu tamanho monolítico. Que o é. Monolítica. Mas a construção é desde logo soberba, com materiais premium e uma abordagem sem ferramentas que facilita qualquer intervenção. Não admira que a HP venda a caixa em separado para quem a quiser comprar e usar de base à sua máquina personalizada e este é um ponto extremamente importante de realçar: com a Omen 45L, a HP cria uma máquina cheia de opções que é mais do que capaz de agradar a um público que usualmente detesta os pre built.
Ao contrário de muitos pre built, a Omen 45L não toma atalhos, nem recorre a tralha disponível nas prateleiras para tentar sacar-nos um Euro fácil. Pelo contrário: a aposta da HP na inovação da sua Cryo Chamber separada deve ser mais do que celebrada, e os detalhes decorativos ao nível da iluminação e arrumação de componentes, até ao design do chassis e baías, são inúmeros e com identidade. Esta é uma máquina que do ponto de vista estético não deve aos equipamentos custom e mais do servirá de muito honrosa base para a partir desta caixa fabricarmos o nosso sonho.
Por dentro, o potencial de crescimento é limitado apenas pelo nosso orçamento, suponho. A HP disponibiliza uma ampla gama de possibilidades e não há falta de portas, slots ou espaço para criar um sistema impecavelmente potente. Se tudo quisermos e estivermos dispostos a pagar por isso, ainda está para nascer o jogo capaz de por esta torre de joelhos, mas com a construção soberba, os modelos mais importantes podem revelar-se algo caros.
