Há quase exactamente um ano, o Pocophone F1 agitou profundamente o mercado mobile internacional, com uma aposta inédita em hardware do bom e do melhor a preços de gama média. O Pocophone F1 trazia a bordo o Snapdragon 845 e um ecrã com notch e reconhecimento facial com infravermelhos por valores geralmente pedidos por smartphones muito mais limitados. O sucesso foi estrondoso e muitos fãs clamaram por um Pocophone F2 que – até há pouco tempo – se pensava que seria uma versão internacional do Redmi K20. Pelo contrário, o Redmi K20 pode ter ditado o final da caminhada para a Poco.

“A Poco foi lançada para dar especificações de eleitos a preços de gama média, com compromissos óbvios em termos de linguagem de desenho. Foi lançada como uma opção de upgrade para a ampla base de fãs da Xiaomi, sem arrombar a carteira, como é necessário ao adquirir um topo de gama. Na verdade, o feedback foi variado.

Agora, com o preço agressivo da gama K com especificações, hardware e design topo de gama, a razão para a existência da Poco está em dúvida”.

As palavras são de Navkendar Singh, diretor da IDC Índia. Se o mercado Indiano pode ser diferente do Europeu, graças à enorme concorrência que possui, por todas as marcas que por lá se movem, o argumento é realista.

Não se exclui que o Redmi K20 seja efectivamente lançado no mercado internacional como Pocophone F2 algures no futuro, mas com a Redmi a ampliar o seu âmbito de ação, a mera existência da Poco é questionável. Ao longo do ano passado, o que ninguém quis admitir foi que o preço muito agressivo do Poco F1 comeu as vendas de equipamentos como o excelente Xiaomi Mi 8, tanto ou mais do que comeu vendas de outros concorrentes.

Isto, apesar de um design e construção claramente inferiores – em termos estéticos pelo menos – e um conjunto de problemas mais ou menos importantes que afetaram a qualidade das câmaras, ou a capacidade para fazer streaming em HD nas principais plataformas de conteúdos. Para a Xiaomi, a questão é se esta alternativa que compete com ela própria é a melhor opção para a marca.

O Redmi K20 Pro é um dispositivo impressionante, com bom design e apostas estéticas interessantes nos acabamentos, superando amplamente os esforços minimalistas do Pocophone F1. No entanto, reúne o mesmo tipo de hardware de gama alta, como o Snapdragon 855, tal como uma equipa de três câmaras principais que incluem a tremenda câmara de 48MP Sony IMX586. Pior – melhor – não compromete em funcionalidades como o Poco, já que não deixou de fora a tecnologia NFC, uma tecnologia bastante importante na Europa.

Para os utilizadores, há alguma necessidade de vender na Europa o K20 Pro como Pocophone F1? Haverá algum interesse nisso?

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