Algum dos nossos leitores teve um computador no final dos anos 80? Cada pequeno componente era uma peça independente, e um simples processador tinha o tamanho de um pequeno telemóvel. Hoje, o mais potente processador (ou mais justamente System on Chip) Android é o HiSilicon Kirin 980 que podemos encontrar dentro do Huawei Mate 20, recentemente lançado. Com 74.13mm2 de área, o Kirin 980 é um pequeno computador em si mesmo, e uma fotografia do chip mostra-nos quão prodigioso é um processador mobile neste momento.

O meu primeiro computador tinha um processador Intel i486DX2, a 66MHz, todo um colosso para o início dos anos noventa. Os processadores 486 foram os primeiros a terem uma FPU (Unidade de Ponto Flutuante), e por então eram fabricados em litografia de 800nm, com tudo o resto em separado, incluindo a placa gráfica, a RAM, o áudio. Tudo.

Hoje, o Kirin 980 é fabricado em 7nm. Face 1.2 milhões de transístores encaixados mum quadrado com laterais de 4.45cm, o Kirin 980 possui 6.9 mil milhões de transístores numa área incrivelmente menor, e é verdadeiramente quase um computador completo, como podemos ver naquela que é a primeira imagem da pastilha do Kirin 980 que reproduzimos abaixo.

No topo direito encontramos a parte que muitos consideração mais interessante, o octa-core propriamente dito, com a disposição dos quatro núcleos A76 e outros tantos A55 bem clara, com os núcleos em pares, com a DynamIQ Shared Unit, que permite ao Kirin adoptar esta disposição mais dinâmica dos núcleos emparelhados em pares, não 4 x 4 como há uma geração atrás, e como bem visível na pastilha do Kirin 970. Os dois pares de Cortex A76 têm disposições diferentes e o AnandTech suspeita que um par possa estar optimizado para potência máxima a 2.6GHz, enquanto o segundo par mantém o foco na eficiência, com frequência máxima a 1.92GHz. Isto permitirá facilmente ao Kirin 980 solicitar os processadores mais potentes sem comprometer a autonomia, reservando o seu máximo possível para as situações limite.

O canto superior esquerdo, entretanto, mostra os vários núcleos da MaliG76MP10, enquanto os quatro controladores de memória RAM são visíveis nas porções superior e inferior da pastilha. De destacar aqui que é a primeira vez que um processador mobile recorre a memória RAM de 2133MHz.

Apesar destes principais componentes estarem bem detalhados, há muito do chip que não está catalogado na imagem, a começar pela NPU responsável pelas tarefas de inteligência artificial e que no Kirin 970 estava adjacente ao processador. Por indicar estão igualmente o modem e a unidade de tratamento do sinal e imagem (ISP) para o tratamento fotográfico, o chip de segurança, o processador de sensores, etc.

São efectivamente 74mm2 de grande inovação e inúmeras possibilidades que mostram porque será o Huawei Mate 20 um smartphone extraordinário, com uma capacidade de processamento vastamente superior à de computadores com apenas alguns anos.

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