Se ainda não tem grandes planos para este fim de semana, vá ao cinema e visite um futuro cheio de tecnologia onde a humanidade é cada vez menos como a conhecemos. Estou a falar do filme Ghost in the Shell com Scarlett Johansson. O TekGenius foi até ao Colombo na sua ante estreia e viu o filme numa experiência imersiva em IMAX e 3D.

É um filme onde não falta acção e ficção científica, sendo por isso perfeito para quem gosta deste estilo. Esta versão de Ghost in the Shell não é a original, sendo que a criação original é de Masamune Shirow, que já deu origem no Japão a quatro longas-metragens de animação (as duas primeiras assinadas por Mamoru Oshii) séries de televisão e jogos de vídeo, tendo influenciado filmes de ficção científica como o Matrix.

O filme retrata um futuro onde humanos e a tecnologia fazem parte de um só ser, onde podemos aperfeiçoar algo no nosso corpo, como a visão ou alguns órgãos. Se agora a cirurgia plástica já atinge extremos um pouco inacreditáveis, que podem até chocar os mais conservadores, neste futuro estes aperfeiçoamentos põem a cirurgia plástica a um canto. Aqui podemos melhorar não só o nosso aspecto, como todas as nossas funções e sentidos, de acordo com as nossas necessidades.

Também a comunicação se desenvolve de forma diferente, as pessoas ligam-se directamente às redes de informação através de implantes, num sistema de interface neurocibernético. Com esta nova forma de comunicação, o ciberterrorismo e o cibercrime também aumentaram, o que levou à necessidade da criação da Section 9, uma secção do Governo exclusiva para o combate a este tipo de crimes.

No Ghost in the Shell acompanhamos o combate a estes crimes, acompanhados pela personagem principal interpretada por Scarlett Johansson.

Esta personagem principal, Mira ou Major Mira, é um “cyborg” com um cérebro humano, é um invólucro com um fantasma, com uma alma. E é aqui, depois da sua apresentação, que nos começamos a questionar sobre o que é de facto correcto ou não. Será este um futuro onde queremos viver? Um futuro onde podemos ser facilmente manipulados, onde as nossas memórias poderão estar completamente expostas.

Questão éticas à parte, este filme é uma excelente opção para quem quer ir ao cinema e ver um filme de acção, principalmente se tiver oportunidade de vê-lo em 3D.

Não podemos ainda deixar de ressalvar que apesar de nos ter deixado a pensar em como seria um futuro assim, onde a tecnologia está não só à nossa volta mas também dentro de nós como seres humanos, o seu impacto teria sido um pouco maior se tivesse chegado aos cinemas alguns anos antes. Não nos podemos esquecer que desde o lançamento do Matrix, que abriu os nossos horizontes para um futuro cheia de tecnologia e uma realidade bem diferente da que vivemos, muitos outros filmes de ficção científica com mais ou menos os mesmos conceitos foram lançados. Por isso esta versão do Ghost in the Shell, e tendo em conta que esta é uma versão da história original já existente há alguns anos, só peca pelo seu atraso a chegar às salas de cinema.

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