Planos mais baratos (mas só daqui a dois ou três anos) e monetização da partilha de passwords estarão a caminho de todos os utilizadores, quer gostem quer não, depois de pela primeira vez em dez anos o serviço ter perdido utilizadores.

Foram mais de 200.000 assinantes que a Netflix perdeu e, no que será talvez um sinal típico de uma empresa demasiado confiante e confortável na sua posição de dominância, a reação do serviço de streaming não é a que os utilizadores talvez esperassem.

Acossada pela perda de conteúdos da Marvel com o surgimento da plataforma Disney, dos conteúdos Star Trek para a nova plataforma Paramount+, com o crescimento da HBO Max e da Amazon Prime, entre outros serviços, poderíamos pensar que no fundo estamos a assistir a uma cacofonia de plataformas de conteúdos exclusivos que não trazem nada de bom para os utilizadores e que perder alguns utilizadores é natural nesta conjetura.

A Netflix teria de reagir e obviamente já o fez, com as únicas boas notícias que vão ler neste artigo: a plataforma pretende implementar planos mais baratos, suportados por publicidade, depois de alguns aumentos de preços polémicos. Mas, se ficaram ansiosos por esta possibilidade, terão mesmo de esperar porque a plataforma compromete-se com a chegada destes planos num ou dois anos, apenas. Dificilmente é travar a fundo a estratégia.

A pensar obviamente nos seus investidores, e perante esta “crise” de perda de utilizadores, a Netflix assegurou os seus accionistas que irá monetizar a partilha de passwords, uma prática corrente que muitos utilizadores usam para partilhar a conta com familiares. Numa declaração que só pode ter saído de um brainstorming ensonado da comissão executiva antes do café matinal, conduzida por 12 indivíduos que não usam o que vendem, a Netflix considera que o facto de ter pelo menos 10 milhões de utilizadores com a conta de outra habitação é uma grande oportunidade para encontrar novos subscritores (a sério), embora num rasgo de racionalidade tenham ressalvado que não conseguirão monetizar todos para já.

Depois do anúncio da perda de 200.000 subscritores num trimestre, a Netflix não prevê parar de sangrar utilizadores, prevendo até 2 milhões nos próximos trimestres e não é difícil de ver como atingir esses objetivos, com estas medidas de “captação” de utilizadores que poderão mais depressa sair pela culatra.

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