A Huawei não é a ZTE. Para o governo Americano foi fácil encostar a pequena ZTE à parede, mas é verdadeiramente sem precedentes a chantagem pura e simples a que é submetida a segunda maior vendedora mundial de equipamentos móveis, e a líder no mercado 5G. Os danos poderão ser irreversíveis, tanto para a Huawei, quanto para os seus parceiros e para os seus adversários também, no caso de uma retaliação dura por parte da China. Felizmente, antes que o pano caia, todas as partes envolvidas têm agora 90 dias para resolver o diferendo que opõe a Huawei ao governo Americano que a acusa de espionagem.
Este período de tempo poderá permitir à Huawei renovar as suas garantias de segurança, e negociar com os seus parceiros por uma solução a longo prazo, mas poderá igualmente permitir à própria China perceber qual a sua melhor jogada nesta pressão exercida pelos EUA.
A verdade é que, se a Apple parece favorecida, tal como a indústria Americana no geral, a extrema interdependência entre indústrias Americanas e Chinesas quase constitui um pacto de mútua destruição, em que um corte de relações pode abalar os pilares de ambas.