Lembram-se de quando a comunicação da especialidade costumava divulgar os novos recordes de apps presentes na Play Store? Pois o número baixou severamente, com 700 mil aplicações eliminadas da Play Store por violação dos termos da Google, tudo graças à inteligência artificial.
À medida que os smartphones se generalizaram, assistimos a uma explosão de aplicativos disponíveis no Google Play, chegando-se aos 2.800.000 em Março de 2017. O valor é tão elevado que se tornou francamente difícil para a Google controlar mais finamente quais as apps boas e quais as maçãs podres, e ainda mais para o consumidor, que se viu a braços com diversas instâncias de apps cujo objectivo era entreterem-nos enquanto nos surripiavam dados importantes para venda a terceiros. Ainda em Janeiro, a CheckPoint descobriu apps que mostravam anúncios pornográficos a menores, e a Google agiu prontamente, mas é mais difícil perceber o que fazer quando centenas de apps recolhem clips do som da nossa televisão, e nem nos apercebemos disso.
A verdade é que já ultrapassamos há muito a fase em que a Google recorre simplesmente a operadores para filtrar as apps boas e as apps más. Ao longo de 2017 vimos inclusivamente diversas iniciativas da Google para analisar as apps com o Google Play Protect, que é agora uma ferramenta integrada no Android Oreo. Deste modo, uma app que, após validação na Play Store, sofra alguma actualização que cause alarme, o utilizador saberá disso no próprio dispositivo.
Os resultados destes esforços são agora conhecidos: ao longo de 2017, a Google removeu um total superior a 700.000 apps perigosas e eliminou mais de 100.000 programadores por violação dos termos de utilização. Para percebermos quão eficiente é a protecção da Play Store e quão atraente é para trapaceiros, 99% destas aplicações foram eliminadas antes de serem instaladas por alguém.
A Google conseguiu ao longo do ano um aumento de 70% na sua eficácia, se a medirmos como quantidade de apps eliminadas antes de causarem qualquer perigo, e isto deve-se à utilização de inteligência artificial por parte das ferramentas implementadas, como a Play Protect. À medida que as ferramentas cumprem a sua função, aprendem e adquirem maior capacidade de distinção entre as apps potencialmente danosas e as válidas.
A equação ainda possui alguns elementos de erro, claro, mas poderão ir diminuindo à medida que virmos o Play Protect agir ao longo do tempo, analisando mais e mais apps.