São notícias quentes: a LG pode estar prestes a trazer para o mercado os seus próprios processadores móveis, e registou já as trademark Kromax e Epik. A Intel foi o fabricante escolhido.
A Qualcomm não faz amigos
É uma história bem conhecida: desenvolvendo o Snapdragon 835 em conjunto com a Qualcomm, a Samsung reservou para si uma boa parte dos chips da primeira leva de produção. Os concorrentes da Samsung não tiveram outra opção senão atrasar o lançamento dos seus dispositivos, ou colocá-los no mercado com chips de 2016, caso do LG G6 com o Snapdragon 821. A LG não pode ter ficado satisfeita com esta situação.
Não é surpreendente, por isso, que a LG procure fabricar os seus próprios chips. Já em Junho era da opinião que, para concorrerem com a Huawei, marcas como Sony e LG teriam de desenvolver os seus próprios processadores. A promiscuidade entre Samsung e Qualcomm não poderia deixar de hostilizar os seus principais clientes, destinados a ficar com as sobras.
A ambição da LG e a mestria da Intel
O anúncio da parceria foi dado de modo muito discreto pela própria Intel em São Francisco, mas não pensemos que estes chips serão Intel. Tendo já desistido da corrida aos chips mobile, a Intel anunciou uma parceria esta Terça-feira com a ARM que permitirá o fabrico de chips com arquitectura ARM nas fundições da Intel.
É neste anúncio que a LG surge, muito especificamente como produzindo uma plataforma móvel em litografia de 10nm, uma área onde a Intel tem grande experiência.
Portanto, a que dispositivos se destinarão estes novos chips? A LG pode seguir o caminho da Huawei e Xiaomi, começando pela base, mas unificando as capacidades de fabrico da Intel com a perícia da ARM, a LG pode de facto começar desde logo pelo topo com equipamentos de gama média e alta em 2018. Os registos de patentes não deixam dúvidas: os LG KROMAX e LG EPIK são claramente processadores.
Também a Google estará a tentar conceber os seus próprios processadores móveis para competir mais directamente com a Apple, algo também apontado à Sony. As informações relativas à LG são, no entanto as mais consistentes até agora e fazem sentido: se não ganhar a independência nesta área, a LG será incapaz de arrancar a Samsung ao seu domínio.