Por isso preparem-se para deixarem de precisar de duas câmaras para fazerem retratos minimamente artísticos. Usualmente, a segunda câmara está lá para recolher informação de profundidade de modo a criar uma fotografia de retrato que separa a pessoa do plano de fundo. De algum modo o Pixel 2 dominou a técnica acima de qualquer outro smartphones, sem necessitar da câmara auxiliar, graças a um elaborado modelo de aprendizagem profunda que está agora aberto a todas as marcas.
Este modelo de aprendizagem profunda funciona segmentando uma imagem em vários elementos com categorias semânticas como “pessoa” e “céu”, entre outros. A segmentação depois separa estritamente os objectos e cria um desfoque de fundo sintético, mas requer uma análise muito mais restrita do que é geralmente implementada por outros fabricantes quanto aos limites claros de cada objecto. O módulo DeepLab-v3 inclui por isso um descodificador que optimiza a análise das arestas e contornos de quaisquer objectos, de modo a obter uma separação e categorização impossíveis até agora sem recurso a uma segunda câmara.
Com esta módulo agora ao dispor de outros fabricantes, poderemos assistir a equipamentos que abdicam da segunda câmara auxiliar para este efeito, e poderão então incluir um módulo monocromático ou uma câmara grande angular para aumentar as possibilidades fotográficas do equipamento. A solução é muito mais económica e útil do que incluir uma câmara que não serve mais nenhum propósito.
Ainda assim não é expectável que a tecnologia chegue a todos os equipamentos disponibilizados por um fabricante, já que o tipo de processamento avançado que requer pode estar além das capacidades dos principais chips budget neste momento. Ainda assim é um grande avanço em direcção a novas aplicações e novas implementações da tecnologia para auxiliar a fotografia mobile.