Foi dos smartphones mais badalados dos últimos meses, e praticamente já tudo se sabia ainda antes do lançamento da quinta geração do flagship killer. Hoje o OnePlus 5 é finalmente oficial e já não existem margens para dúvidas quanto ao seu grande potencial. Nem para o quanto poderá defraudar potenciais utilizadores.
- Design polémico
A confirmação que menos queríamos está no design do OnePlus 5. Poderemos no futuro olhar para este dispositivo como um exemplo da má publicidade que se gera quando as exposição mediática não gera resultados finais consonantes.
O design do OnePlus 5 confirma-se não só como nada distinto, como perigosamente perto do setup do iPhone 7 Plus. Depois de imensos teasers e imagens adulteradas, a solução encontrada pela empresa recebeu fortes críticas, com os seus dirigentes a virem a público defender as opções estilísticas. A justificação mais plausível será mesmo a de Simon Liu, responsável pelo departamento de imagem, que coloca as câmaras na posição presente para evitar uma saliência inevitável no centro do corpo, onde a espessura teria de ser dividida com outros componentes.
O corpo do OnePlus 5 exibe além do mais as antenas externas em U que se generalizaram, enquanto à frente a OnePlus não aderiu à moda dos ecrãs quase sem rebordos, apresentando uma unidade FHD de contornos conservadores. A frente confirma, no entanto, o leitor biométrico na base do ecrã.
Confirmado está igualmente o jack áudio, ponto que será muito bem aceite pelos fãs.
- Hardware potente mas com fortes lacunas
A estética não diz tudo e se o ecrã do OnePlus 5 é clássico na sua disposição geral, é compatível com o amplo espaço de cor DCI-P3, tal como o iPhone 7 Plus ou o Honor 9.
Como esperado, o Snapdragon 835 está a bordo com 6GB ou 8GB de RAM e um mínimo de 64GB de armazenamento interno na forma de memórias UFS 2.1. De grande destaque é que o OnePlus 5 já chega com o novo Bluetooth 5.0.
No entanto, graças à táctica de oferecer smartphones a meios de comunicação favoráveis, a OnePlus foi de novo apanhada a falsificar os benchmarks pelo pessoal do XDA, de modo a obter resultados específicos quando uma app de performance é detectada.
Talvez mais sacramental, o OnePlus 5 possui sente 2×2 MIMO. Ou seja, possui apenas duas antenas para receber e enviar dados. Huawei ou Samsung são apenas dois exemplos de concorrentes que possuem equipamentos 4×4 MIMO. As múltiplas antenas permitem mais facilmente combinar comunicações de diferentes fontes e manter a estabilidade das ligações, particularmente dentro de paredes.
O OnePlus 5 chega igualmente sem protecção contra entrada de água. A bateria é de 3300mAh e deverá ter uma excelente disponibilidade, mas é estranho aderir somente ao QuickCharge 2.0.
- A mudança de paradigma fotográfico
A OnePlus não se distinguiu anteriormente pela aposta nas câmaras, o que muda significativamente com o OnePlus 5. Este é o primeiro smartphone da marca a adoptar uma parelha dupla de câmaras na face traseira, e a ser amplamente promovido com samples fotográficos desde antes do lançamento.
As câmaras são uma unidade de 16MP emparelhada com uma teleobjectiva com sensor de 20MP. Se a câmara de 20MP tem uma abertura pouco interessante de f/2.6, a câmara de f/1.7 está ao nível do melhor do mercado.
Caso estejam a pensar onde já ouviram estes números, as câmaras do OnePlus 5 são idênticas às do OPPO R11 que também é uma criação da empresa-mãe, a BBK Electronics. A diferença estará em todo o software e tratamento de imagem, ponto onde a OnePlus se aliou aos DxO Labs, uma entidade com incondicional experiência em análise e avaliação de imagem que, anteriormente, considerou o Google XL como o melhor smartphone do mercado a nível de câmaras.
Mais recentemente, Samsung Galaxy S8 e Huawei P10 chegaram perto e, com os conhecimentos peritos dos DxO, a OnePlus terá agora ferramentas para os desafiar.
E no entanto a OnePlus pode ficar aquém das expectativas. O problema está nas entrelinhas. Enquanto Samsung e Google recorrem a pixéis de 1.5 micrómetros, a OnePlus esconde atrás da resolução pixéis de 1.12 micrómetros e o que é o mesmo sensor do OnePlus 3T. Embora a abertura da lente seja ampla, pixéis mais pequenos recolhem menos luz se qualquer modo, e sem estabilização óptica de imagem, estes pixéis minúsculos serão propensos a desfoque por movimento. Aqui a OnePlus leu mal as tendências de mercado e quando os principais concorrentes apostam em sensores grandes, a marca Chinesa manteve-se num paradigma destruído pelo Samsung Galaxy S7 em 2016.
Todo este valor e lacunas por €499, preço que terá problemas a impor-se a concorrentes face aos quais o OnePlus 5 já não pode afirmar-se como um flagship killer.
Muito bacana seu review, há apenas umas correções que podem ser feitas:
— O carregador não é o Quick Charge da Qualcomm e sim um sistema próprio da Oneplus chamado de Dash Charge 2.0 (e o mesmo se mostrou mais rápido no carregamento que o Quick Charge 3.0da Qualcomm e que o Adaptive Fast Charging da Samsung), por isso não fez muito sentido dizer aquilo.
— Seria importante ressaltar que a alteração dos Benchmarks foi de em média 5% do real, pois por mais que seja algo sujo por parte da Oneplus o aparelho ainda sim é muito potente
–O atual campeão nos testes do DxO Mark é o HTC U11 e já não mais o Google Pixel.
Fora isso tudo perfeito! Parabéns pelo trabalho
Bom dia Wesley, e grato pelo feedback.
Na verdade a questão do Quick Charge deve-se a uma edição errada de minha parte, já que é a USB-C que está apenas certificada para 2.0. Os dados USB e carregamento acabaram misturados, lamento.
No caso da câmara, de facto o HTC 11 superou, e aí precisamente porque optou de novo por um sensor de pixéis grandes e resolução menor. A melhor opção quanto a mim.
Bem verdade…
O meu irmão tem um 3T, e apesar de reconhecer o telefone por ser bom, para mim, de flagship killer não tem nada. Para mim, ter esse apelido, é mais do que especificações, é sobre o que é oferecido pela combinação quer de hardware, quer software. Algo até que meio dito no início da (aborrecida) apresentação, quando ele disse que quem veio pelas especificações, podia ir já embora. Sinceramente, acho que nem valia a pena ver a conferência. E porquê? Porque com esta lengalenga toda, o que apresentaram de inovador foi a câmara, desenvolvida em conjunto com a Sony, e um modo leitura e print ao ecrã inteiro…
É nestes momentos que realmente penso que prefiro, por vezes, dar mais 100€ por outro telefone e pagar pelo “preço da marca” e ter algo que tenha vantagens sobre as concorrentes, como funcionalidades especiais, do que agora pensar dar 499€ por algo que só se caracteriza pela sua RAM…