O segredo está na câmara? Ou o segredo está no ecrã? Dois anos depois de mostrar o seu primeiro protótipo com câmara sob o ecrã, a Oppo apresentou hoje a segunda geração desta tecnologia e, por mais que todas as marcas gostem de dizer que estão a colocar algo inovador na mesa, no caso da Oppo isto é verdade. A solução da marca para colocar uma câmara atrás de um ecrã OLED sem comprometer nenhum dos dois passou por algumas alterações muito interessantes no ecrã propriamente dito.

A parceira da Oppo para esta aventura foi a BOE, fabricante Chinesa de OLED, o que prova mais uma vez que, mesmo no capítulo dos componentes, onde as marcas Chinesas estão muito dependentes do exterior, estas já começam a encontrar perícia técnica dento de fronteiras. Mas, num exemplo de cooperação internacional e da aposta em pesquisa e desenvolvimento da Oppo, sobrou ainda uma peça ao nível do software para controlar todo o ecrã e a qualidade de imagem, e que ficou a cargo do Instituto de Investigação da Oppo nos EUA.

Mas onde inovou então a Oppo?

A parceria entre a Oppo e a BOE começou primeiro por alterar profundamente a tecnologia do ecrã OLED, criando uma geometria para os pixéis, com pixéis mais pequenos, controlado cada um pelo seu circuito, em vez do padrão da indústria de um circuito por cada pixel, o que depois oferecerá vantagens na mostra de fontes mais pequenas quando lemos um texto, ou detalhes e cores mais refinados quando vemos uma imagem ou vídeo. Claro que, com pixéis à frente, uma câmara sofre sempre em qualidade, pelo que o próximo passo da Oppo foi repensar a cablagem que controla todos os pixéis, utilizado então uma cablagem transparente que deixa passar mais luz, que é também mais fina, ocupando menos espaço e colocando-se assim menos no caminho da câmara.

Finalmente, os algoritmos permitem controlar todo o painel com um desvio de 2% na precisão da representação de cores e detalhes.

Com um ecrã revolucionário à sua frente, o sensor continua a ter precisamente isso: um ecrã à frente. O Instituto de Investigação da Oppo nos EUA desenvolveu então novos algoritmos de tratamento de imagem para aumentar a nitidez e reduzirem os efeitos da difração, principais problemas nas fotografias tiradas por este tipo de câmaras. Foi utilizada amplamente a inteligência artificial, treinada com recurso a várias dezenas de milhares de imagens para o algoritmo melhor corrigir as imagens obtidas.

Infelizmente, a Oppo não deu ainda uma perspetiva da chegada desta tecnologia ao mercado, mas considerando a maturidade do conceito conforme explicado e a amplitude das abordagens à resolução dos problemas mais típicos das câmaras sob o ecrã, a Oppo deve ter algo planeado talvez ainda para este ano. O caminho escolhido tratou de dois problemas de uma vez: por um lado corrige os artefactos nos ecrãs, causados por ser necessário um painel específico sobre a câmara e diferente do restante ecrã e, por outro, corrige os defeitos das imagens captadas através de uma estrutura sólida como um OLED.

No papel, a solução é impecável. Resta ver a prova do mundo real.

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