Há neste momento poucos smartphones mais especializados do que o inconfundível BlackBerry Key2, uma demonstração de força da BlackBerry Mobile que ainda não esqueceu o seu público-alvo. Com um bom processador e um teclado extremamente útil para quem não tem tempo a perder para manter o seu trabalho em dia (como eu próprio bem me apercebi há somente uns dias), o BlackBerry Key2 é um smartphone muito apetecível, mas potencialmente inacessível a muitos, em virtude do seu preço.

A solução pode ser o BlackBerry Key2 LE, efectivamente uma versão mais contida do Key2 que compromete em algumas especificações para oferecer a maioria das vantagens de um teclado físico, num pacote muito mais acessível a quem precisa garantir produtividade máxima sem abrir demasiado os cordões à bolsa. O BlackBerry Key2 LE parece-me, efectivamente, um cavalo de batalha para viciados em trabalho.

 

Design clássico, peso pluma

Como já tive a oportunidade de dizer, o BlackBerry Key2 LE possui um design reminiscente de clássicos BlackBerry como o Passport, mas é mais exactamente um desenho híbrido do BlackBerry KEYone com o Key2. Do primeiro, o Key2 LE herda o teclado mais pequeno e de teclas mais próximas, com frisos entre cada fileira. Mas, do segundo, herda o acabamento aveludado destas teclas, que permite aos dedos deslizarem mais facilmente por eles, e também um menor grau de resistência nas teclas para uma experiência mais leve de escrita.

O restante design é absolutamente Key2 na sua angularidade, e tipicamente BlackBerry com o acabamento do painel traseiro em borracha texturizada, oferecendo um excelente feeling na mão. Simplesmente adoro a suavidade desta superfície e a aderência que oferece numa era de smartphones de vidro escorregadio.

O módulo das câmaras está localizado no campo superior esquerdo, numa disposição horizontal e, mais uma vez, o Key2 LE localizada todas as teclas físicas do lado direito, com volume, tecla de conveniência e tecla de bloqueio prontamente acessíveis ao polegar. A porta USB-C encontra-se na base, rodeado do altifalante e microfone de cancelamento de ruído, enquanto no topo encontramos o jack áudio, uma boa notícia para muitos. Aqui menciono que o LE traz um par de auscultadores na caixa. São menos vistosos que os excelentes que acompanham o Key2, mas o som é algo que ainda não avaliei.

Algo que se nota imediatamente é que o Key2 é significativamente mais leve que o seu irmão mais caro, graças à utilização de policarbonatos na sua construção. Embora eu prefira a construção em metal do Key2, o plástico do LE tem de facto esta vantagem de leveza para facilitar a utilização com uma só mão, e os remates são de excelente qualidade.

Hardware e performance sólidos

Em termos de hardware, o Key2 LE oferece duas grandes mudanças face ao Key2. Por um lado, o processador Snapdragon 660 foi substituído por um menos potente Snapdragon 636 que oferece uma boa relação entre potência e eficiência energética. A RAM passa de 6GB para 4GB, o que não me parece impeditivo neste momento, e algumas horas de utilização são suficientes para perceber que a interface funciona perfeitamente e as apps não mostram demasiado peso no desempenho do nosso terminal.

A segunda grande mudança é que o teclado perde a capacidade touch que permitia controlar o ecrã com gestos e escrever por swipe. Não é um factor incontornável, mas alguns gestos são extremamente importantes, como o swipe a partir do Backspace para apagar palavras, ou o toque duplo para activar o cursor, pelo que a experiência global de escrita poderá ser menos ágil. Ainda assim, o teclado é excelente, com um clique seco e boa elasticidade, para uma escrita confortável e rápida.

A bateria é igualmente algo menos capaz, com 3000mAh de capacidade, face aos 3500mAh do Key2, mas face à eficiência do Snapdragon 636, a autonomia não me parece neste momento um problema, e contamos com Quick Charge 3.0 para abastecer rapidamente o sumo.

Ponto positivo é que o ecrã parece ser exactamente o mesmo que o do Key2, um IPS de 4.5 polegadas 3:2, FHD (1080 x 1620) de boa qualidade. Com este rácio de aspecto, o ecrã não se presta totalmente a consumo de multimédia ou gaming, mas tem as dimensões potencialmente ideais para trabalhar em ecrã dividido.

O BlackBerry Key2 LE apresenta ainda uma parelha de câmaras de 13MP+5MP, e uma câmara frontal de 8MP.

 

O software sempre em destaque

O BlackBerry Key2 chega com o Android 8.1 Oreo e a skin mínima da BlackBerry que se mantém extremamente fiel ao Android puro, e se concentra no que está a acontecer por trás em termos de segurança e funcionalidade.

Como em qualquer BlackBerry, o bónus é mesmo o software. Os BlackBerry têm o software mais focado no mercado. Segurança e produtividade são as palavras-chave mais uma vez, e o Key2 LE oferece todas as ferramentas da BlackBerry pré-instaladas, incluindo a suite de segurança DTEK, o cofre e o excelente Password Keeper.

Em termos de produtividade, os serviços BlackBerry Hub+ são a melhor ferramenta possível no mobile para gerirmos múltiplas contas de email, redes sociais e serviços de mensagens. A propósito disto, o Key2 LE introduziu a clonagem de apps que já chegou também ao Key2 normal, e que permite ter múltiplas contas activas em redes sociais, desde que não sejam dependentes do número de telefone – como o Whatsapp – caso em que necessitaremos da versão Dual Sim.

Conclusão

Com o BlackBerry Key2 a custar €649 neste preciso momento, os €399 do BlackBerry Key2 LE representam uma diferença significativa, tornando o terminal muito mais atraente para quem quer aceder a todas as virtudes de um teclado físico.

A BlackBerry fez algumas concessões importantes para atingir este preço, abdicando do teclado táctil e recorrendo a plástico na construção. No entanto, o feel do Key2 LE na mão é excelente e o dispositivo tem o aspecto do preço que custa. Ora, não obstante a ausência do táctil, o teclado continua ser extremamente funcional e útil! O Key2 LE é finalmente a ferramenta de trabalho acessível por que muitos esperavam.

Fiquem connosco para a review completa!

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