A semana passada foi anunciado o novo Samsung Galaxy Z Flip4, um esforço muito maduro por parte da Samsung, que coloca em cima da mesa um sólido compacto para o século XXI. O seu ecrã interno de 6.7″ dobra-se para uma pequena secção quadricular que cabe confortavelmente na palma da mão e se arruma sem qualquer problema no mais pequeno dos bolsos.

Há algo de fantástico a dizer sobre este pequeno formato facilmente transportável, e que rapidamente conquistará muitos utilizadores, mas há algo para dizer de muitas mais coisas que tornam este um smartphone cativante e moderno.

Design sexy e compacto

Para o tipo de utilização que dou a um smartphone, o Samsung Galaxy Z Fold4 é aquele foldable que me enche mais as medidas e o mesmo poderá ser tido pelos power users a quem se destina. Ainda assim, não há como negar o sex appeal do formato compacto do Flip4.

As suas linhas são na generalidade mais limpas e compactas do que as do Flip3, ainda que falemos apenas de um milímetro aqui e ali. Quando dobramos o Flip, as suas medidas de 84.9 x 71.9 x 17.1m cabem na palma da nossa mão e é extremamente reconfortante andar com o telemóvel na mão de forma discreta. Dentro do bolso, mal se nota.

Há uma vantagem no formato dobrável deste equipamento e essa vantagem é a espessura de somente 6.9mm quando totalmente aberto, o que o torna confortável de segurar durante uma chamada, por exemplo. As suas 187g também se fazem notar pelo conforto adicional. Noto que os 17.1mm mencionados atrás são da porção mais espessa, uma vez dobrado, já que embora muitas marcas procurem desesperadamente smartphones que se dobram com metades paralelas, o Flip4 ainda mantém um certo ângulo quando dobrado, uma opção que parece ter sido consciente por parte da Samsung para minimizar detritos aprisionados entre as metades do ecrã.

A qualidade de construção é, a todos os títulos, irrepreensível, com os cromados com linhas puras e sem qualquer saliência onde se interrompem as molduras para encaixar as antenas. De notar que, este ano, o painel exterior recebeu o mais forte Gorilla Glass Victus+, enquanto o painel interior foi reforçado para ser ainda mais resistente. A certificação IPX8 contra o ingresso de água é a cereja no topo do bolo de um smartphone que promete ser durável.

O Flip mais prático que nunca

Por comparação ao Flip3, a Samsung ajustou o design para criar um terminal que é milimetricamente mais compacto que o seu antecessor, mantendo todos os traços gerais da sua reconhecida elegância.

Como esperado, o Flip4 é equipado de um ecrã irrepreensível que é essencialmente o mesmo Dynamic AMOLED 2X usado no seu antecessor. Com uma resolução de 1080×2640, o ecrã tem uma taxa de atualização dinâmica entre 1Hz e 120Hz que maximiza a autonomia, e se adequa melhor ás necessidades de cada aplicação.

O vinco ainda se nota, confesso que mais do que esperava, mas do ponto de vista visual, enquanto jogamos um jogo ou vemos um filme, quase nunca damos por ele, praticamente invisível que fica, sem sombreados ou alteração das cores que traia a sua presença.

Dois altifalantes acompanham este ecrã, com o efeito interessante de que em “V” invertido, com a superfície a servir de ressonância, o Flip4 tem um débito francamente potente.

O ecrã externo mantém as características gerais do seu antecessor, mas recebe inúmeras melhorias para incrementar a sua funcionalidade. Por defeito, mostra-nos a data e hora, com um swipe para ir mostrando mais funções, como o controlo do multimédia, mas podemos agora criar relógios personalizados ou alterar os temas.

Mas, para tornar um foldable realmente atraente, o software é a chave e, por isso, este ano a Samsung melhora em muito o Flex Mode. A funcionalidade não é nova, mas a sua compatibilidade está alargada a muitas mais aplicações que podemos configurar uma a uma para tirarem proveito deste modo de operar o ecrã em “L”.

As principais aplicações são agora compatíveis com o modo Flex, separando em regra geral o que são os vídeos daqueles que são os controlos da aplicação, permitindo avançar, recuar, pausar, sem perturbar o conteúdo. Ainda assim, o melhor é a opção touchpad, que simula um clássico touchpad na porção horizontal do ecrã, para controlarmos a app que se encontra no painel vertical.

A Samsung terá trabalhado com muitos programadores para ajustar mais apps a este ecrã, inclusivamente o Google Meets. Não tentei o Zoom ou o Teams, mas espero que se acabem as dificuldades em posicionar o telemóvel confortavelmente durante uma reunião.

Um compacto multimédia em potência

Com o seu rácio de aspeto de 22:9, o ecrã do Flip4 presta-se muito bem para a visualização de filmes no formato moderno de 21:9. O Dynamic AMOLED 2X a bordo mostra cores deliciosas e contrastes soberbos que apenas melhoram a qualidade dramática de uma boa peça cinematográfica.

A complementar a imagem, os altifalantes estéreo autorizam um áudio denso e detalhado em alta-voz, mas via Bluetooth 5.2 também somos servidos por áudio de qualidade, mesmo através de auriculares banais, quanto mais através dos novos Buds2 Pro.

Na vertical, o ecrã do Flip4 mostra-se bem rematado para redes sociais como Instagram ou Facebook, ou mesmo simplesmente para feeds de notícias pela manhã.

Mas os adeptos de gaming não vão ficar mal. O Snapdragon 8+ Gen 1 torna este o mais potente Flip de sempre, e qualquer jogo corre sem restrições a bordo. Apesar de estarmos em pleno Verão, não verifiquei até agora aquecimento digno de nota, um louvor ao processador e à engenharia da Samsung.

Autonomia reconfortante (finalmente)

Tremo um pouco por dentro com qualquer bateria abaixo dos 4000mAh e processador de gama alta, por isso a autonomia algo contida das versões anteriores eram um ponto que me deixava sempre desconfortável.

Este ano, com a bateria a subir para os 3700mAh, exatamente o mesmo valor do Galaxy S22, senti-me menos trepidante. Tal como na geração anterior, temos carregamento sem fios de 10W e carregamento com fios de 25W que a Samsung nos diz ser capaz de carregar 50% em 30 minutos, efetivamente algo mais rápido que o Flip3. Não tenho exatamente um carregador Samsung neste momento, por isso nada a dizer neste campo, mas quanto à autonomia, parece-me que finalmente tenho razão para me sentir confortável com um foldable compacto.

Com umas chamadas pelo meio, alguns jogos e a usual navegação na internet, para já não desci dos 30%, mas o teste real será amanhã no trabalho após este fim-de-semana prolongado. Ainda assim, parece-me que a bateria está cá para durar razoavelmente bem ao longo do dia. Com muito do trabalho a ser feito via o ecrã externo, por exemplo para atender uma chamada ou controlar a música, conseguimos certamente dar um esticão adicional a uma bateria que é “pequena” pelos padrões normais.

A fotografia dá um pequeno salto

No papel, o Samsung Galaxy Z Flip4 recorre às mesmas câmaras que o Flip3, mas o sensor principal, de 12MP é efetivamente um novo sensor 65% mais brilhante e com pixéis maiores, que é por isso capaz de produzir imagens de elevada qualidade em condições de baixa luminosidade. A Samsung também diz ter melhorado o rastreamento de objetos e a estabilização ótica, o que ajudará a ter imagens noturnas muito melhores.

A Flex Cam foi integrada em parceria com a Meta para facilitar toda a experiência de captura e publicação de imagens no Facebook ou Instagram, enquanto a funcionalidade Quick Shot permite tirar as selfies com a câmara principal, recorrendo ao ecrã externo, onde podemos escolher qual a câmara a usar e recorrer ao modo de retrato sem sequer abrir o telemóvel.

Finalmente, mesmo que todo o hardware fosse o mesmo, o Snapdragon 8+ Gen 1 chega com um ISP amplamente superior ao do Snapdragon 888 no Flip3, com mais poder de tratamento de imagem e melhores algoritmos de imagem noturna.

Mas, e quanto à fotografia propriamente dita? Bom, Sinto inegavelmente falta de uma câmara zoom para retratos, mas para as redes sociais que são talvez o principal foto deste smartphone, as imagens são excelentes. O HDR é tem uma mão pesada como é normal na Samsung, e o mesmo pode ser dito quanto ao tratamento de imagem para as tornar mais nítidas.

As cores fortes, a excelente gama dinâmica e a boa resolução de detalhes são imagens de marca das fotografias obtidas. As imagens noturnas, são sumptuosas e o software faz um trabalho genial nas fotografias em ambientes de concertos e ocasiões sociais. Nestas ocasiões o Samsung Galaxy Z Flip4 está definitivamente na sua praia, e se aquela ocasião especial merece uma fotografia com “bang”, não se pode pedir melhor. No global, podemos não comprar o Z Flip4 pela fotografia avançada, mas certamente não ficaremos desiludidos.

Primeiras impressões Samsung Galaxy Z Flip4: um foldable pronto para o mainstream

As últimas três gerações de foldables da Samsung têm percorrido o difícil caminho de transformar estes equipamentos numa proposta viável para o mercado em massas e, com o Flip4 estamos tão perto desse momento quanto nunca.

O Samsung Galaxy Z Flip4 reúne as melhores especificações de algum Flip, com a proeza de manter o preço controlado e logo acima dos mil Euros (€1149), tornando-o talvez o melhor Flip em termos de custo-benefício. Estamos enfim a ver smartphones foldable verdadeiramente atraentes que podem ser alternativas aos smartphones tradicionais para o cliente certo.

O Galaxy Z Flip4 certamente mostra muito potencial como um compacto ágil e completo para os amantes das redes sociais, sim, mas no geral para quem quer um compacto prático, maduro e refinado que é, ao mesmo tempo, um símbolo de status. Acima de todo, o Samsung Galaxy Z Flip4 é absolutamente convincente com as suas características equilibradas, e um smartphone inegavelmente sedutor.

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