Foi no passado dia 27 de Outubro que a Qualcomm deu a conhecer ao mundo o seu plano de expansão para se tornar uma das maiores companhias de fornecimento de semicondutores em geral. A Qualcomm vai adquirir a NXP Semiconductors, uma compra que vai custar aos cofres da empresa 47 mil milhões de dólares, tornando esta a transação mais cara da história. Nunca um negócio de empresas de semicondutores tinha envolvido tanto dinheiro.
Tudo ou nada pela NXP
Com esta nova aquisição a Qualcomm pretende combinar os seus conhecimentos com os da NXP Semiconductors tornando a empresa mais forte e mais preparada para o futuro a nível de automóveis, mobile e IoT. Esta aquisição pode tornar a Qualcomm uma das maiores fornecedoras de semicondutores a nível global, mas é uma aposta de risco. A Qualcomm não tem a quantidade de dinheiro necessária para fazer tal compra. A própria empresa admitiu que ia fazer um empréstimo para pagar à NXP Semiconductors a pronto pagamento.
Contudo, este negócio ainda não foi aprovado mas a Qualcomm tem tanta confiança na aprovação que vai já começar a unir esforços e a integrar as duas empresas. A ser concluído, muito provavelmente no final de 2017, depois de todas as aprovações necessária será o negócio que envolve as maiores quantias de sempre. Ficando à frente dos 37 mil milhões pagos pela Avago para adquirir a Broadcom, e dos 32 mil milhões gastos pela Softbank para ficar com a ARM.
Diversificar o portfólio
A Qualcomm neste momento é o principal fornecedor mundial de SoC para equipamentos de telecomunicação. Mas tem estado empenhada a apostar noutras áreas, como os automóveis, IoT, aparelhos de saúde e até centros de dados industriais. Mas não tem tido muito sucesso nestas novas áreas.
Por outro lado, estas novas áreas onde a Qualcomm quer apostar são áreas em que a NXP está a ter grande sucesso e representam grande parte dos lucros da mesma. Com está aquisição a Qualcomm pretende solucionar este problema.
Apesar de ambas as empresas se sobreporem em algumas áreas, não são de todo concorrentes directas. As somas dos seus lucros vem de diferentes mercados, logo irá permitir à Qualcomm ter um maior mercado e ganhar novos clientes.
Para convencer os seus investidores de que a NXP Semiconductors era uma aposta certa, enfatizou o facto de que as duas companhias em conjunto, devido a toda a propriedade intelectual de ambas, podiam vir a criar soluções para automóveis e IoT melhores do que a concorrência. Nas melhores das hipóteses a Qualcomm pode vir a fornecer plataformas altamente integradas para centenas de novos aparelhos, desde wearables inteligentes com 5G até automóveis automáticos com carregamento sem fios, ou smartphones, routers e servidores mais avançados. Contudo, alguns projetos poderão vir a ser descontinuados ou integrados de modo a reduzir os custos operacionais de ambas as empresas mas manter os lucros. A Qualcomm prevê que 2 anos depois de ambas as empresas se juntarem irão poupar 500 milhões de dólares anualmente.
O futuro da “nova” Qualcomm
A aquisição da NXP Semiconductors, faz todo o sentido para a Qualcomm, mas integrar as duas empresas não vai ser tarefa fácil. Primeiro porque a NXP ainda está a integrar a Freescale Semiconductors, negócio fechado no último Dezembro. Depois a NXP tem as suas próprias fábricas, que estão a precisar de renovações e a Qualcomm não possuiu fábricas próprias. Terceiro, a NXP tem muitos mais funcionários que a Qualcomm, cerca de 45 mil vs 27 mil. Por último, esta integração vai ter de ser feita mantendo a companhia ágil para continuar competitiva nos mercados, mercados estes que estão em rápido desenvolvimento.
Do que foi dito pelas empresas, é esperado que os executivos de ambas tomem conta da junção das duas empresas, ficando cada um com as áreas que tem mais conhecimento. Por exemplo, a Qualcomm pretende usar a equipa de vendas da NXP para vender os seus equipamentos IoT, uma vez que estes conhecem melhor o mercado e sabem muito bem como os vender. Não existem planos para a Qualcomm se desfazer das fábricas da NXP, que os seus executivos vão continuar a gerir. Contudo os planos inicias podem sofrer muitas alterações no futuro.
Um dos pontos em que a Qualcomm está muito confiante é a importância dos aparelhos conectados, que está a crescer cada vez mais, muitos já lhe chamam era 5G. Acreditando que toda a propriedade intelectual de ambas as empresas vai permitir marcar a diferença nestes tipo aparelhos.