Ainda com os dados a tintilar da excelente experiência com o HP Omen 17, abordei o Omen Transcend 16 como pouco mais do que um melhor ecrã e um nome ligeiramente diferente, apenas para perceber que o portátil da HP é na verdade o meu Omen favorito, por inúmeras razões. Se o HP Omen 16 é um portátil sólido com um desempenho acima de qualquer crítica, o Transcend corrige-lhe qualquer ponto menos bom, como a total ausência de portas na traseira, e consegue ser ainda mais leve e compacto, constituindo pura e simplesmente uma melhor opção mobile para todas as necessidades.

Especificações técnicas (como testado)

  • Processador:Intel Core i7-13900HX (até 5,4 GHz com Tecnologia Intel® Turbo Boost, 36 MB de cache L3, 24 núcleos, 32 threads)
  • Ecrã: mini-LED 2560 x 1600, 240Hz
  • Armazenamento e memória: 32 GB DDR5-5600, 1TB SSD PCIe NVMe TLC M.2
  • Gráfica: NVIDIA GeForce RTX 4070 com 8GB de memória GDDR6
  • Conectividade: Wi-Fi 6E AX211, LAN 10/100/1000 GbE, Bluetooth 5.3;
  • Portas: 1x USB Type-A de 5 Gbps; 1x USB Type-A de 5 Gbps (HP Sleep and Charge); 2x Thunderbolt 4 com USB Type-C de 40 Gbps (USB Power Delivery, DisplayPort 1.4, HP Sleep and Charge); 1x HDMI 2.1; 1x RJ-45; 1 entrada para alimentação de CA (conector Smart Pin); 1 tomada combinada para auscultadores/microfone
  • Autonomia: 97Wh
  • Peso: a partir de 2,16 Kg
  • Dimensões: 35,65 x 26,9 x 1,99 cm

Engenharia refinada e ecológica

A linguagem estilística do HP Omen Transcend 16 é muito semelhante à do Omen 17 que testamos anteriormente, e praticamente igual à do normal Omen 16 com os mesmos materiais e acabamentos, mas as diferenças são notórias. O Omen 16 é um dos portáteis de gaming mais finos que poderemos encontrar no mercado com menos de 2cm de espessura máxima e, face ao seu irmão maior de 17 polegadas, pesa menos meio quilo e é muito mais transportável.

A maior diferença que notaremos de imediato é que o rácio de aspeto é radicalmente diferente. Face ao Omen 17 e ao Omen 16 de base, com o seu ecrã 16:9, o HP Omen Transcend 16 oferece um ecrã 16:10. Isto torna-o mais profundo e menos largo, ganhando um aspeto mais quadrado e perdendo por isso a fila lateral de teclas macro programáveis. É uma perda de que não sinto falta, considerando a quantidade de erros que cometi no Omen 17 por as pressionar acidentalmente, mas este é um gosto pessoal, claro. Quem utilizar o portátil para gaming mais hardcore adorará as teclas macro.

Outra diferença que muito me agradou foi o deslocar de algumas portas para a face traseira, nomeadamente a porta RJ-45, HDMI 2.1, USB-A e, talvez acima de tudo, a entrada de alimentação. Uma das minhas dores no Omen 17 foi como o rígido cabo duro de alimentação se intrometia do lado direito, enquanto a porta HDMI na esquerda deixava um pesado cabo HDMI sobre a mesa, vindo de um monitor à direita. Preferência pessoal, obviamente, mas a alteração faz do HP Omen Transcend 16 um equipamento com que é mais fácil ter um setup limpo para quem não gosta, de todo, de ter cabos protuberantes de ambos os lados do chassis.

As linhas retilíneas continuam, com uma excecional área de aspiração de ar na base e expulsão de ar quente nas laterais e traseira, potenciada por duas grandes ventoinhas. A nossa versão de teste é a mais artilhada, com um Intel Core i9-13900HX e uma NVIDIA GeForce RTX 4070. O consumo energético será impressionante em carga e por isso toda a circulação de ar é útil.

Em última instância, é preciso destacar que a construção não perdeu de vista a ecologia. Os mecanismos das teclas usam resíduos plásticos de atividade agrícola, enquanto as teclas utilizam plásticos pós-consumo. O rebordo em torno do ecrã utiliza plásticos com destino aos oceanos, tal como a caixa dos altifalantes e peças internas, e há também peças fabricadas com alumínio reciclado, fazendo do Omen 16 Transcend um computador significativamente “verde”.

Um teclado com o mesmo feel excelente

É preciso dizer que um dos elementos mais atraentes no HP Omen 17 é mesmo o teclado que tem teclas com boa viagem e um “clique” extremamente satisfatório, viciante até. É um teclado energético e ágil de que é fácil gostar-se. Isso não muda no Omen 16 Transcend, embora a ausência das teclas macro possa facilitar uma utilização mais polivalente do computador que apresenta também teclas WASD translúcidas que, de alguma forma, lhe conferem estilo adicional.

Do lado menos positivo, as teclas não são particularmente grandes, e com o teclado numérico a mantê-las firmemente do lado esquerdo, aqueles habituados a teclados sem teclas numéricas vão ter de se habituar.

Por outro lado, o trackpad aumentou significativamente, com mais profundidade e alguma largura adicional, aproveitando o espaço oferecido pelo novo rácio de aspeto. Um trackpad num computador de gaming é uma muleta, ninguém vai esgrimir nada com ele sem ter um rato externo, mas no geral é um trackpad convincente se não algo raso, com um clique pouco profundo.

Mini-LED para deliciar os olhos

Imediatamente, o ecrã do HP Omen Transcend 16 será fácil de notar como sendo dos melhores na sua classe. Este será potencialmente o maior argumento deste portátil, claro, face ao Omen 16 normal. Trata-se de um ecrã mini-LED de elevada performance, combinando cores vivas e uma soberba gama de contrastes, com uma taxa de atualização de 240Hz, para gráficos fluídos. Há quem prefira mais resolução e menos velocidade, há quem prefira a melhor taxa de atualização possível, e é para esses que o Omen Transcend 16 se dirige, sacrificando algo a resolução que está nos 2560 x 2000, em prol de manter a taxa de atualização ao máximo possível.

O painel apresenta um brilho padrão máximo de 1180 nits e ainda cobre 100% do espaço de cor DCI-P3. A HP também menciona um tempo de resposta de 7ms, o que não chega a ser tão rápido quanto monitores de gaming dedicados.

O Omen 16 esteve todo o tempo ligado a um ou dois monitores externos, o Transcend esteve maioritariamente desligado de qualquer periférico do género. Ambos os ecrãs são excelentes, mas o mini-LED do Transcend tem mais vivacidade e uma beleza contagiante que convence e só ficará atrás de um OLED. O aspeto 16:10 tem obviamente vantagen para outras tarefas que não o gaming e a sua capacidade de desempenho ao nível das cores é um argumento para criadores de conteúdos também.

Em contrapartida, os altifalantes estéreo são meramente banais, sem produzirem o maior coice que já ouvi. Ora uma das argumentações da HP a favor do Omen 16 Transcend é mesmo a ligação de baixa latência com headsets Bluetooth e, tão certos que estão deste argumento, oferecem uns HyperX Cloud II, o que permite confirmar que via Bluetooth, o Omen 16 Transcende oferece de facto um desempenho sonoro muito interessante

Sempre a bombar

Com um Intel Core i9-13900HX municiado por 32GB de RAM DDR5-5600, e com uma RTX 4070 à disposição com 8GB VRAM GDDR6, o processador com 108W de TDP e a gráfica com 130W, esta é uma máquina para a qual é preciso ter garra. A HP tende a ser algo conservadora com o quanto quer deixar o hardware à solta e frequentemente troca desempenho excecional por estabilidade e performance sustentável. Não é diferente aqui, e o hardware garante que temos um dos melhores portáteis de gaming no mercado.

Comparações valem o que valem e diferenças de pontuações num benchmark podem traduzir-se em nada, mas ao nível da pontuação bruta, o nosso Omen 16 Transcend deixou-me a salivar. O equipamento vai rodar sem dificuldades qualquer coisa que lhe atiremos para cima sem muitas dificuldades, e só os jogos mais obscenamente exigentes podem fazê-lo soluçar. Claro que podemos escolher máquinas em configurações menos potentes, mas munido do seu i9-13900HX com 32GB DDR5 de RAM e a RTX 4070, a nossa configuração oferece sensivelmente desempenho de desktop e as pontuações mostram-se algo inferiores às do HP Omen 45L, mas atropela a última geração de HP Omen 16, dando nota da evolução intergeracional que a HP imprimiu.

Os 11284 pontos no Time Spy são, de resto, suficientemente próximos da pontuação do Omen 45L para nos sentirmos confortáveis a confiar num portátil em vez de numa torre, enquanto os 7869 pontos do PCMark e 6166 do Procyon dão nota da grande capacidade que temos em mãos para processamento pesado, oferecendo algum peso no trabalho, tal como nos jogos. Há potência mais do que suficiente para corrermos alguns jogos sem necessidade de nos ligarmos a uma tomada, o que significa que os mais aficionados podem mesmo pensar em ter algum gozo durante as férias, uma altura em que as tomadas elétricas são sempre muito disputadas.

Mas aqui há que notar que a bateria é boa para pouco mais de uma hora a esgalhar um bom jogo. O War Thunder triturou a bateria em menos de hora e meia com os gráficos no máximo, e o decréscimo em desempenho foi notável. Ligado à corrente é que o Omen 16 está bem, e isso não é diferente de qualquer outro portátil de gaming, embora existam alternativas que, por afinação ou em virtude de hardware menos potente mantêm um desempenho mais semelhante em bateria ou ligados à corrente.

Um ponto a levar em consideração também é que na sua base a RTX 4070 funciona a 115W. Que no Omen Transcend corra a 130W dá-lhe sem dúvida mais potência gráfica. O lado inverso da medalha é que o Omen 16 Transcend pode tornar-se ruidoso, já que as ventoinhas têm de trabalhar a toda a potência para o manter fresco. E certo é que o mantêm. Quanto a isso não há nada a dizer.

Num cenário de utilização normal, o Omen 16 Transcend teve uma autonomia de 3h32min no teste de duração de bateria do Procyon, um teste que é relativamente agressivo pela quantidade de operações que faz em aplicações do Office. Num cenário de utilização normal e real, podemos extrair facilmente o dobro de tempo, particularmente se pensarmos em fundamentalmente ver vídeos. É uma autonomia que não nos deixa excitados, mas também não é particularmente má.

16 é o número perfeito

O HP Omen 16 encontra-se bem posicionado entre equipamentos maiores como o Omen 17 que tem uma vocação de substituição de torres tradicionais, e equipamentos mais compactos. As 16 polegadas são boas dimensões para um portátil razoavelmente equilibrado entre desempenho e portabilidade. Nos últimos anos, os Omen têm sido animais discretos, não pontuando por estéticas demasiado tórridas, mas ao nível do hardware interno, equipamentos como o Omen 16 Transcend oferecem do melhor que o mercado tem para oferecer.

Ao olharmos para o que o Omen 16 Transcend é, este cumpre em quase toda a linha as suas promessas, com um delicioso ecrã mini-LED que se presta a oferecer imagens impecáveis sem um monitor externo, além de uma baixa latência com headsets, incluindo o excelente HyperX que vem na caixa. Se juntarmos a isto um teclado muito capaz, o HP Omen 16 Transcend é uma competente máquina de gaming, mas o melhor é mesmo o facto de incluir um impecável ecrã 16:10 por comparação aos 16:9 dos Omen 16 e Victus 16, o que lhe imprime capacidades adicionais para produtivos e criadores de conteúdos à procura de um portátil polivalente e com o hardware para encaixar renderizações pesadas.

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