A Alcatel não recebe reconhecimento suficiente para os esforços que leva a cabo na gama baixa e o Alcatel 5v é um dos melhores exemplos possíveis para o ilustrar. Um smartphone cheio de atributos por apenas €200, o Alcatel 5v é facilmente eclipsado pela inúmeras concorrência que existe actualmente neste segmento, o que não faz justiça ao que o dispositivo tem realmente para oferecer aos utilizadores que procuram um bom negócio.

O design é sexy

A Alcatel tem tentado diferenciar-se a sério dos seus principais concorrentes, mas com uma linguagem estética que tarda em fugir ao iPhone, nem sempre é fácil. Os smartphones neste segmento de preço são geralmente limitados pelos custos a opções básicas, como painéis planos de vidro. A Alcatel trocou o vidro pelo plástico e conseguiu dar ao 5V um look mais arredondado e dócil.

Com um acabamento espelhado complementado com remates cromados, o Alcatel engana bem, e só o modo como atrai impressões digitais ou a facilidade com que empurramos o painel para dentro nos dizem que temos plástico em mãos. Mas, fundamentalmente, o Alcatel 5V é simplesmente bonito, separando as duas câmaras principais e fugindo ao look iPhone com sucesso.

O ecrã é excelente

Pelo menos do ponto de vista de um ecrã HD+. Com 6.2 polegadas, não esperem escapar a algum serrilhado, mas têm de olhar com bastante atenção para notar alguma coisa. O ecrã surpreendeu-me pela qualidade das cores e pelo contraste, embora o brilho máximo seja mediano e, por conseguinte, os contrastes pudessem ser mais expressivos. Sob a luz do sol, a visibilidade é bastante aceitável.

Acima de tudo, os ângulos de visão são bons e permitem passar um bom bocado de Netflix nos momentos de ócio.

Um pacote (Quase) completo

É difícil pedir mais a um smartphone de €200, e o Alcatel 5V supera alguns equipamentos mais caros que têm passado por estas páginas com preços superiores.

O Alcatel 5V chega com duas câmaras principais e uma frontal que duplica como câmara para reconhecimento facial, sendo a Alcatel uma pioneira neste tipo de implementações na gama baixa, sem abdicar do leitor biométrico. A combinação de 12MP+2MP é expectável neste segmento e perfeitamente em linha com a concorrência.

Entretanto, o Android 8.1.0 encontra-se a bordo, neste momento com o patch de segurança de Novembro. É uma performance algo abaixo do desejável, mas positiva neste segmento de preço, onde as actualizações são preocupações secundárias para a concorrência do Alcatel.

O terminal conta ainda com rádio FM e tecnologia NFC para facilitar aplicações contactless – incluindo pagamentos, dois detalhes que a maioria dos equipamentos nesta gama de preço simplesmente não levam em consideração. A marca manteve igualmente o jack áudio, uma espécie em vias de extinção sem real racional.

Ora, a Alcatel é ainda assim generosa com a embalagem, oferecendo uma capa protectora e auscultadores do tipo com borrachas de vários tamanhos, o que é sempre um bom toque, além do carregador. Ficamos assim prontos para usar o telemóvel, mal o tiramos da caixa. Uma embalagem cheia de guloseimas é difícil de encontrar, mas a TCL não nos deixa ficar mal.

Performance sem comprometer autonomia

Um dos trunfos do Alcatel 5V é a presença do novo MediaTek Helio P22. Este octa-core com oito núcleos Cortex A53 pode ser considerado equivalente aos Snapdragon 625 e Snapdragon 450, mas apresenta sobre estes a vantagem de um fabrico em litografia de 12nm, o que aponta para melhor eficiência energética. Em conjunto com a bateria muito generosa de 4000mAh, o Helio P22 direcciona o Alcatel 5V directamente para os utilizadores intensivos que colocam a autonomia acima de detalhes como alta resolução ou capacidade de processamento.

A memória são 3GB de RAM e 32GB de armazenamento interno, o que será suficiente para aguentar algumas aplicações mais exigentes, ainda que não sejam já valores impressionantes. Se bem se lembram, o Alcatel 5 chega perfeitamente para jogar os meus jogos favoritos e o Alcatel 5V é significativamente mais potente, o que permite ser ainda mais arrojado e subir a parada para pérolas como Shadowgun: Legends, onde mais uma vez temos que aceitar apenas que os gráficos não vão ao máximo para manter uma jogabilidade muito satisfatória.

Omissões que importam

O Alcatel 5V aceitou alguns compromissos para ser o smartphone interessante que de facto é, ao adoptar uma porta microUSB, em vez do mais recente padrão USB-C. É algo que dispositivos bem mais caros ainda fazem, pelo que posso perdoar a Alcatel por o fazer também, certo. A omissão de uma luz de notificações pode ser mais importante, mas a única real lacuna que me impacta o quotidiano é que o Alcatel 5V não inclui carregamento rápido. Na prática, um carregamento completo é obtido em mais de duas horas e não podemos contar com um carregamento de emergência de alguns minutos para repor a bateria o suficiente para nos dar segurança. Pelo menos, com 4000mAh, ficar sem carga é extremamente difícil!

O que acham disto para um bom negócio?

 

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