Esta é uma série espanhola original da Netflix, que promete algumas horas de entretenimento com uma vibe de Sexo e a Cidade muito ao estilo madrileno da geração millenial.

Valéria é uma adaptação da obra literária de Elisabet Benavent, aborda temas importantes e do dia a dia da geração Y, como a realização profissional e pessoal, a importância do nosso círculo de amigos e a felicidade nos nossos relacionamentos. Seria de pensar que aos 30 anos já tínhamos a nossa vida toda planeada, sem grande margem para dúvidas, mas por vezes isso não é bem assim, como descobriu a protagonista da série, Valéria.

Por isso, faça umas pipocas e sente-se no sofá a ver Valéria. Ou faça como eu, quando o seu filho finalmente se render aos encantos da almofada, sente-se descansada no sofá e descontraia.

Depois do ritual de adormecer o piolho cá de casa e arrumar o que falta arrumar, normalmente quando chego ao sofá é mais do que certo que dois minutos depois já estou a dormir e não vi nada do que ia ver. No entanto, com Valéria isso não aconteceu. O enredo deixa-nos interessados desde o primeiro episódio, principalmente a quem se identifica com a geração que é retratada.

Nesta série acompanhamos um grupo de quatro amigas, em Madrid, que passam por altos e baixos e que apresentam alguns dilemas mas de forma muito leve e sem grandes dramas. Em altura de confinamento o que menos queremos é mais um problema.

Netflix Valéria

Paralelamente, acompanhamos os dramas pessoais de cada uma, com muito mais pormenor os da protagonista Valéria. Vemos uma rapariga de 28 anos, escritora a tentar vingar no mundo das editoras e a ver os seus romances a serem rejeitados durante vários anos. Vê-se então obrigada a arranjar trabalho noutra área da qual não gosta para conseguir pagar as contas. Para além disso, casou-se muito nova com Adri, um fotógrafo, e questiona agora todas as suas escolhas quando, ao final de seis anos, o seu casamento começa a passar por uma crise. No meio de todas estas dúvidas surge uma tentação com o nome Vitor.

Temos depois as outras três amigas: Carmén, uma romântica com uma paixão de algum tempo pelo seu colega de trabalho Borja; Lola, a amiga que não se prende a nenhum relacionamento (ou pelo menos assim o quer mostrar) e que mantém uma relação casual com um homem casado; e por fim temos Neera, a amiga lésbica que não se assume perante os pais mas que ao longo da série se vai libertando.

Todo o visual estético da série é muito leve, os cenários são coloridos, bem ao estilo da nossa geração. Para além disso, são referidos assuntos actuais como, relações abertas, crises matrimoniais, homofobia e empoderamento feminino. Embora não refiram o nome, a aplicação Tinder é ainda referenciada várias vezes como solução para a procura do par perfeito, seja para uma relação mais duradoura, seja apenas para um one night stand, o que reflete o nosso estilo de vida frenético e a ansia de querer tudo para ontem, sem grande paciência para “perder tempo” a conhecer outra pessoa. Mesmo nas relações, a nossa geração é uma grande fã de fast food. 

Também todas as mensagens que são trocadas via WhatsApp são mostradas, o que confere um certo dinamismo à série.

Para além disso, sendo da mesma produtora de Toy Boy, as cenas mais escaldantes e que não deixam muito à imaginação não são novidade.

São apenas 8 episódios com 40 minutos cada um, mas que terminam como um cliff hanger, que é como quem diz, não percam o próximo episódio porque nós também não. Ainda não se sabe se irá existir uma segunda temporada mas a verificar-se, seria bom ver a vida das outras três amigas um pouco mais aprofundada e que a personagem Vitor se libertasse um pouco do tom sedutor Cinquenta Sombras de Grey, com os olhares um pouco clichés nas cenas românticas. 

Se não tem nada para fazer e quer apenas ficar no sofá e fazer o seu Netflix and chill, dê uma oportunidade a Valéria, não se vai arrepender.

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