Na esperança de que haja alguém com mais de 30 anos esteja a ler este texto, a oportunidade era boa demais para não citar Pete Burns, em referência ao mais recente integrante membro da família ambiciosa Thinkbook Plus e que, este ano, foi revelado com uma surpresa muito interessante logo atrás do esplendoroso ecrã OLED principal: um ecrã E-Ink.
Sim, os ecrãs OLED de alta resolução são fantásticos. Todos nós os adoramos. Mas têm um impacto sério na bateria, consumindo mais energia do que queremos para manter o portátil em utilização todo o dia. Já os ecrãs E-Ink? Uma brisa. Então porque não combinar os dois, certo?
Ah, e neste caso é um E-Ink a cores!
A combinação requer um pouco de engenharia evoluída: o Thinkbook Plus Twist é altamente ágil, podendo ser usado em modo 360º, mas o ecrã ainda roda sobre si próprio para que o ecrã em modo tablet seja ou aquele fantástico OLED de 13.3 polegadas com resolução 2.8K e 100% do espaço DCI-P3, ou então um igualmente muito interessante E-Ink de 12 polegadas a cores que pode ser utilizado com toda a vantagem para ler e rever documentos, sem penalizar a autonomia. Será um ecrã ideal para compor texto durante longas horas sem afetar os olhos, e parece-me uma ideia que até eu adoraria para compor textos como – vá lá – este.
E sim, o ecrã E-Ink é também compatível com uma caneta ativa, abrindo ainda mais portas para uma interação muito produtiva com anotações, desenho e tudo o demais que precisem fazer com uma caneta. Francamente, é adorável.
Em modo de utilização OLED, temos à nossa disposição cores e contrastes expressivos para os nossos documentos aparecerem em todo o seu esplendor, para os nossos filmes e séries ganharem toda uma outra dimensão cinematográfica e ainda participarmos nas usuais reuniões de trabalho e produtividade. Não está previsto fazê-lo no ecrã E-Ink que não tem câmara, até porque não imagino quem gostaria de participar numa reunião a 12Hz.
O Lenovo Thinkbook Plus Twist é, de resto, bonito e bem construído em metal, mas as ideias geniais quando são colocadas na prática exigem algumas constrições e o ecrã OLED tem uma taxa de atualização de 60Hz apenas, o que pode ser importante para alguns. Por outro lado, as imagens mostram apenas duas portas USB-C, o que limita a sua conectividade legacy se não tivermos um dongle à mão.
Em termos de hardware, teremos ao nosso dispor processadores Intel Core de 13ª geração, com 16GB de RAM e até 1TB de armazenamento interno. Com tudo somado, o Thinkbook Plus Twist aproxima-se perigosamente do tipo de computador que me faria ficar acordado à noite para não ter de andar com tablets, E-Reader e ainda portátil atrás. Oh, preocupa-me que, feche-o como fechar, haja sempre um ecrã à espera de ser arranhado, mas não é culpa da Lenovo que sejamos trapalhões. É, sem dúvida, um grande e prática ideia colocada em prática.
