Passou um ano desde o lançamento do seu primeiro carro na CES. Agora, a Startup chinesa EV Byton está de volta à CES em Las Vegas para mostrar novidades: uma versão quase final do interior do seu primeiro carro. E se o interior já era bizarro dado o número de ecrãs, a Byton decidiu agora acrescentar um outro.
Quando apresentou o seu primeiro carro o ano passado, foi no interior que a imprensa se focou mais. Afinal de contas, no exterior o carro parecia como um outro qualquer SUV. É verdade que as ópticas eram um pouco diferentes do normal, assim como tinham sido adicionadas uma série de câmaras à volta do carro. No entanto, o interior é que causou mesmo furor.
O interior do SUV (entretanto chamado de M-Byte), apresentava um ecrã com 49” de dimensão, que abrangia toda a largura do veículo. As perguntas na altura foram acerca da legalidade desse ecrã, principalmente pelo facto de ser um enorme ponto de distração. A Byton justificou que o ecrã não seria táctil e que por isso mesmo não seria uma factor de distração. Além do mais, para a Byton, é muito provável que o M-Byte venha a ter uma condução quase autónoma, e que nessa altura os condutores iriam querer um ecrã grande para onde pudessem olhar.
Na versão apresentada na CES o ano passado, o M-Byte já contava com um ecrã embutido no volante, onde os condutor poderia interagir com a interface do carro. Nessa mesma altura, foi também apresentado um sistema de controlo por gestos, que seria suposto facilitar bastante a interação com o enorme ecrã do SUV. No entanto, este sistema não funcionava muito bem e era complicado de utilizar, pelo que a Byton decidiu agora substituí-lo por um novo ecrã de 8 polegadas que é colocado na consola central. Este é o quinto ecrã no M-Byte (para além dos três à frente, há mais dois atrás nos encostos de cabeça), sendo que irá essencialmente imitar os controlos que já existem no ecrã do volante.
Não há nenhum ecrã com menos de 7 polegadas neste M-Byte da Byton.
Apesar de não funcionar totalmente bem, e de ter agora um novo ecrã de controlo, a Byton não vai desistir do controlo por gestos. Só que agora, é apenas mais uma forma de interagir entre as muitas. Para além do novo ecrã e do controlo por gestos, existem ainda outros controlos físicos, controlo por voz (suporte da Amazon Alexa) e até os próprios smartphones dos ocupantes. Sim, pode introduzir o telemóvel na porta e interagir com a interface do carro.
Para evitar distrações desnecessárias, o M-Byte virá equipado com um sistema de monitorização para o condutor. É que no meio de tantos ecrãs, a Byton tem prometida uma série de implementações, desde aplicações de segurança, redes sociais, etc, para além dos já normais serviços de streaming. No fundo, a Byton quer que o M-Byte seja uma experiência de ligação total à internet, sobre rodas.
Byton quer M-Byte a começar nos 45.000$. Como é possível?
Já são conhecidos os planos da Byton para o M-Byte. A versão final do M-Byte deverá surgir agora a meio de 2019, sendo que a produção arrancará no final do mesmo ano, na fábrica que ainda está a ser construída em Nanjing, na China. Pelo meio, ficou-se também a conhecer outro plano da marca: a construção de um sedan, que deverá usar a mesma plataforma, e que deverá surgir com o nome K-Byte. Este encontra-se agendado para 2021.
O que ainda não é totalmente claro é perceber como é que a Byton irá conseguir incluir toda esta tecnologia num carro que deverá ter um preço base de 45.000$. Será que o interior será mais despido e mais tradicional, deixando para trás toda esta tecnologia? E sendo o Byton pensado essencialmente para condução autónoma, será que as pessoas irão já apostar neste carro, sendo esta uma realidade ainda tão distante?
Apesar de existirem todas essas dúvidas, o que é certo é que esta marca chinesa está a apostar fortemente na sua entrada no mercado. Para além de uma quantidade enorme de funcionários que foi buscar à Faraday e a outras marcas do mundo automóvel, a Byton tem também escritórios em Silicon Valley, focados apenas na construção de software e na condução autónoma. Também existem escritórios em Munique, onde se tem vindo a desenvolver todo o design do M-Byte.
O CEO, Carsten Breitfeld, este mais de 10 anos como vice presidente do grupo BMW, tendo a seu cargo projectos como o desenvolvimento do muito conhecido BMW i8, o futurístico desportivo da marca alemã.
“Se olharmos para as outras marcas, vemos que estão muito fortes na componente automóvel, é um facto, mas não são tão fortes no software, na conectividade e na experiência de utilização. A maior parte das novas empresas tem vindo a a focar-se muito na internet e na experiência de utilização, mas têm vindo a ter dificuldades na parte da construção tradicional do carro” – Carsten Breitfeld.
Essas foram as afirmações de Carsten Breitfeld, e a verdade é que olhando para o mercado conseguimos ver isso mesmo. Será que a Byton vai conseguir vingar no mercado? A verdade é que já tem as pessoas certas nos lugares certos. Resta agora começar a construir e colocar carros nas estradas.