Enquanto algumas marcas lutam com o branding, a família Pavilion tem sido uma favorita entre estudantes universitários e profissionais há mais de duas décadas. Um pilar da informática budget, os Pavilion geralmente não escondem a sua vocação de acessibilidade, mas ao abrirmos a caixa do novo Pavilion 15 pela primeira vez, é aparente que algo mudou. A nova geração Pavilion sobe a parada e as expectativas sobre o que deve oferecer um portátil acessível, sendo um portátil imediatamente cativante.

HP Pavilion 15: principais especificações

Os novos HP Pavilion são os primeiros portáteis de consumo a utilizar plástico reciclados destinados aos oceanos. A versão de 15 polegadas está disponível com processadores Intel Core de 11ª geração ou AMD Ryzen, com opção para um gráfica NVIDIA MX450. O ecrã está disponível com resoluções que vão desde a resolução HD até UHD com HDR.

A nossa unidade (modelo eg0009np) inclui um processador Intel Core i5-1135G7, 16GB de RAM e 1TB SSD, além de gráfica integrada Intel Iris Xe. O ecrã é uma unidade LCD FHD e conta com uma webcam de 720p HD sem obturador manual. O áudio inclui dois microfones para conferências e dois altifalantes estéreo B&O.

A bateria traz 41Wh com carregamento rápido e a conectividade é assegurada por uma porta SuperSpeed USB-C de 10Gbps com DisplayPort 1.4, USB Power Delivery, duas USB-A de 5Gbps, 1 porta HDMI 2.0, leitor de cartões microSD e ainda um jack combinado auscultadores/microfone.

A conectividade inclui ainda Wi-Fi 6 AX201 compatível com redes de 2.4Ghz e 5Ghz, Bluetooth 5 e MU-IMO, além de Miracast.

Design: isto é mesmo um Pavilion?

Os Pavilion são uma família com história. O primeiro que utilizei não me pertencia, mas deixou-me marca pela sua eficácia, aí por volta de 2000, em plena universidade. Vinte anos depois, tenho acompanhado a evolução destes e de outros portáteis e, embora os novos Pavilion tenham um design reminiscente das últimas duas gerações, as alterações são suficientes para uma excitação pouco normal neste segmento de consumo.

Num acabamento fosco em azul petróleo, sou tentado a tocar a nossa unidade de testes para sentir este veludo visual. O Pavilion 15 é fabricado com uma base de plástico, com tampa e deck do teclado em metal, conferindo-lhe um feeling mais sólido e prestigiante. As linhas são mais aguçadas e delgadas, para um perfil bem mais elegante e de aspeto premium.

A HP tomou certamente algumas decisões muito boas na conceção do Pavilion 15. A tentativa de tornar este equipamento compacto criou laterais muito finas com poucas portas, mas as suficientes para uma grande compatibilidade: portas USB-C, USB-A, HDMI, conector para carga, leitor de cartões MicroSD estão todas presentes.

Em troca, a lateral não tem espaço para as saídas de refrigeração e a HP colocou-as então no perfil traseiro, tal como nos seus EliteBook e na ZBook Firefly que testamos por estes dias, autorizando um design muito limpo.

Em relação à geração anterior, a HP reorganizou a base com alguns resultados interessantes. As colunas áudio deslocaram-se para a parte frontal inferior e o teclado foi puxado para mais perto do ecrã, onde repousa numa pequena depressão da base. Isto permitiu libertar espaço à frente, e o trackpad está mais centrado e com uma profundidade muito mais útil, à qual regressaremos mais tarde.

A conjunção de plástico e metal faz do Pavilion um portátil de sensação bem sólida, apesar de não se livrar de alguns estalidos aqui e ali, só para nos lembrar que este é um equipamento de gama média. O plástico também rodeia o ecrã, em vez de termos um painel de vidro contínuo como nos equipamentos de gama alta. Não é um problema. Acima de tudo, o design é extremamente apelativo e jovial e no tom azul é uma máquina que francamente impressiona do ponto de vista visual.

Com 1,75Kg o Pavilion 15 também não está entre os equipamentos mais pesados deste segmento, sendo até relativamente leve e fácil de transportar, graças às suas volumetrias compactas.

Ecrã e áudio

No centro do HP Pavilion 15 está um ecrã FHD de 15.6 polegadas. Se as 14 polegadas são provavelmente mais interessantes para elevada portabilidade, as 15.6 polegadas são melhores para produtividade e multitasking, tornando muito mais fácil a gestão de janelas lado a lado. O ecrã da nossa unidade é um painel IPS LCD com um brilho máximo muito interessante e boa reprodução de cores. O facto de ter um revestimento fosco certamente facilita a sua utilização em escritórios e dentro de casa, com menos problemas resultantes do reflexo de luzes de teto.

Embora os rebordos sejam de plástico, o que mostra a segmentação deste portátil, as margens são aceitavelmente reduzidas e o Pavilion é um portátil compacto para um equipamento de 15.6 polegadas.

Estes são dois portáteis de 15.6 polegadas.

Quanto ao áudio, como é tradicional, a HP apostou na B&O para afinar as duas colunas estéreo que apontam para baixo, a partir dos cantos frontais da base do portátil. O áudio certamente não é tão robusto quanto nos equipamentos de gama alta, favorecidos por hardware mais impressionante, mas o bom posicionamento acrescenta-lhe alguma profundidade. O sistema a bordo é certamente suficientemente capaz para videoconferências e multimédia ocasional.

Teclado para conforto e produtividade

A capacidade dum portátil para nos dar produtividade extra não pode ser menosprezada. O teclado e o trackpad são fundamentais para isso e, muitas vezes, nem sequer nos apercebermos o quanto. O HP Pavilion 15 pode não ter a proficiência de ferramentas apontadoras do Zbook Firefly, mas oferece uma excelente combinação de teclado e trackpad. Estou francamente surpreendido pelas dimensões deste último, que beneficiou amplamente do reposicionamento do teclado para ganhar em área (em altura) e, com isso, temos uma muito bem-vinda maior liberdade de movimentos para os dedos.

O HP Pavilion 15 (2021) conta com um teclado confortável e um trackpad amplo com grande liberdade de movimentos.

A ação das teclas é apreciavelmente leve e silenciosa, com a exceção quase expectável da tecla de espaços, que é muito mais audível. Bom, esta é sempre “aquela” tecla, certo?

Este seria um ponto definitivamente a melhorar, tal como a inclusão de uma tecla Enter de tamanho completo, à qual estou mais habituado. No caso do Pavilion 15, a tecla distingue-se pouco do shift e presta-se a acionamento acidental.

Seja como for, teclar no Pavilion é um exercício muito gratificante, pela grande área do teclado e pela existência de um teclado numérico para inserção de dados. Vão teclar mais depressa, com mais bastante conforto, o que gera produtividade acrescida, um elogio que seria bom para qualquer portátil e é particularmente importante para um equipamento desta gama de preço onde as expetativas não costumam estar muito elevadas.

Performance polivalente

A nossa versão de testes é razoavelmente vitaminada, com um Intel Core i5-1135G7, 16GB de RAM e 1TB SSD e uma gráfica integrada Intel Iris Xe. Os nossos testes no PCMark deram uma pontuação global de 4597 pontos, sendo 6392 na produtividade, e 4348 para os conteúdos digitais, uma pontuação muito boa para este segmento.

A HP oferece, no entanto, amplas variantes dentro da família Pavilion 15, incluindo versões com AMD Ryzen 5500U e 5700U com gráficas Radeon integradas, e existe mesmo a possibilidade de uma Nvidia MX450. Sem esta gráfica ainda será possível esgrimir alguns jogos menos exigentes. O meu sempre favorito World Of Warships corre muito razoavelmente com os gráficos médios, e não é aconselhável subir muito para lá dos detalhes médios, ou a taxa de quadros começa a baixar desagradavelmente. A pontuação de 1073 pontos no 3DMark dá conta da vocação pouco desportiva deste portátil, ainda assim mais do que suficiente para alguns exercícios gráficos.

Onde o Pavilion cumpre perfeitamente as expetativas é mesmo no tratamento de dados, como em folhas de cálculos e multitasking, graças ao ecrã amplo, mas também à memória RAM suficiente para aguentar múltiplas aplicações abertas e correr fórmulas. Se tiverem necessidades light de edição de vídeo e fotografia, também conseguirão esgrimir alguns resultados interessantes com este tipo de especificações, afirmando-se o Pavilion 15 como um equipamento muito polivalente para produtividade transversal a várias áreas de ensino ou trabalho.

Algo de que gostei realmente no Pavilion 15 foi a sua assinatura de calor. Não tinha grandes esperanças, confesso, visto como a saída de ar quente na face traseira sopra diretamente para o ecrã, o que me deu algum receio de que pudesse não ser suficiente para manter o equipamento sob controlo.

Muito pelo contrário. Como podemos ver pelas imagens, mais uma vez graças ao Cat S62 Pro, a HP mantém o pior calor bem longe dos apoios de mãos, e a utilização de um processador de baixa voltagem, em conjunto com o comprimento amplo da saída de ar, significam que as teclas nunca chegam a tocar nos 40ºC, ficando apenas mornas sem comprometer o conforto. Isto mesmo depois de puxarmos o que podíamos durante uma hora de gaming. Complementarmente, o sopro das ventoinhas nunca chega a ser incomodativo.

Tudo somado, o Pavilion 15 acaba por ser um portátil muito confortável para utilizar em carga, principalmente agora que se aproxima o Verão e as temperaturas sobem.

Autonomia

A autonomia do HP Pavilion 15 não desilude. A bateria de 41Wh é suficiente para umas 5 horas de trabalho contínuo, sempre a teclar com o teclado iluminado e o brilho médio. É um valor muito interessante, que oferece mais horas de utilização do que poderemos esperar ter de fazer com a bateria ligada. O carregamento rápido permite-nos depois carregar 50% da bateria em apenas 30%, mais do que suficiente para um boost durante a hora de almoço numa emergência.

O melhor polivalente no mercado?

O HP Pavilion 15 sobressai no seu segmento por introduzir um design cheio de carisma e qualidade num mercado mais habituado à sobriedade, e acrescenta-lhe um hardware muito sólido com particular destaque num trackpad aumentado face à geração anterior e no teclado amplo e confortável. Este será um portátil muito interessante para quem planear passar os dias a teclar, sejam trabalhos escolares, sejam relatórios corporativos, o que o torna um equipamento excelentemente rematado para estudantes, profissionais ou utilizadores casuais à procura de um equipamento que aumente a sua produtividade sem comprometer na portabilidade.

As amplas opções de configuração disponíveis para o Pavilion 15 apenas aumentam o seu apelo a diferentes setores de mercado, mas a sua grande virtude é mesmo ser um equipamento muito agradável de utilizar por qualquer um, em qualquer tarefa. Os portáteis não são frequentemente equipamentos onde se fale em ter gozo na sua utilização, mas o Pavilion 15 é certamente exceção a esse ponto, cumprindo exemplarmente, superando mesmo expetativas.

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