Estão à procura de um portátil híbrido no tamanho certo entre portabilidade e grandes ecrãs? As 15 polegadas podem ser o tamanho certo para vós. Pessoalmente, acho o formato 16:9 ideal para ler as minhas revistas, mesmo que, lá no fundo, um portátil destas dimensões seja demasiado pesado para utilização prolongada em modo de tablet.

Mas, com o HP Envy x360 15, a HP oferece-nos um equipamento muito bem conseguido, entre os mais caros Spectre x360 e os mais económicos Pavilion x360, combinando design, hardware e um ecrã extremamente interessante.

Configuração (como testado):

  • Processador: Intel Core i7-1165G Tiger Lake
  • Gráfica: integrada, Intel Iris Xe
  • Memória, 16GB de RAM LPDDR4, 512GB SSD
  • Ecrã: IPS de 15.6″ 1910×1080
  • Bateria: 51Wh

Elegância “Envyjável”

Os HP Envy têm um nome a proteger no campo do design, e o HP Envy x360 15 mantém a afirmação estilística da família, com linhas muito finas e acabamentos irrepreensíveis. O chassis em alumínio permite uma combinação muito interessante entre peso e resistência, com um corpo muito sólido agradável de manusear.

As linhas gerais do Envy são convincentemente compactas, com as laterais a afunilar da zona do ecrã até ao muito amplo suporte para as mãos e a base inferior não acrescenta muito mais espessura, o que favorece muito a utilização como tablet. Acima de tudo, é a espessura certa para permitir uma boa dose de conectividade, com uma porta USB-A de cada lado, uma porta Thunderbolt do lado esquerdo ao lado de uma saída HDMI e do jack de áudio, enquanto a lateral direita tem um leitor de cartões SD (uma boa adição, mesmo que contemos com a ferramenta QuickDrop para transferir ficheiros).

O ecrã tem margens bastante reduzidas a toda a volta, com algo mais de rebordo na base, perfeitamente expectável. Pensemos que vamos ter este monstro nas mãos em modo tablet, e estes rebordos dão bastante jeito para o segurarmos com mais segurança. As duas dobradiças em si mesmas são depois sólidas e ágeis, facilitando a movimentação e não mostram tendência para descair.

Passando à base propriamente dita, tenho alguns sentimentos contraditórios sobre ela. De forma muito direta, a base é linda, com o teclado no mesmo acabamento prateado do chassis, e o teclado bem enquadrado entre duas fileiras de perfurações que parecem para áudio. A propósito, há outras duas na base do portátil e, considerando que a HP não nos diz que temos quatro colunas estéreo, aquilo que me apercebi é que as “colunas” superiores não parecem ter realmente nenhum hardware no seu interior. Mas já voltamos a este tema.

Então, voltando à base, vão notar um trackpad de grandes dimensões, sem botões físicos discerníveis, mas com duas zonas depressíveis na base. Visto desta forma, o teclado é suficientemente espaçoso, mas parece algo perdido na imensidão da base, com uma grande área sem nada logo acima, e limitado nas laterais pelas colunas estéreo. Notarão que falta obviamente o teclado numérico, sempre um boost para produtividade e não é que não existisse espaço para um, mas as colunas!

Tremendamente elegante, o HP Envy x360 15 é absolutamente convincente do ponto de vista estilístico como portátil para profissionais. As suas linhas refinadas e o acabamento em prateado transmitem premium e prestígio.

Não desperdicem o ecrã com banalidades

É instintivo em mim pegar numa publicação e começar a ler quando tenho um computador destes. Muito melhor num ecrã de 15″ que num de 11″, certo? E rapidamente me apercebi que me dava um gozo descomunal ver os meus comics e revistas neste ecrã extremamente responsivo aos toques e gestos, muito fluído nos gestos de zoom.

Então, vamos a isto: o HP Envy x360 15 tem diversas opções de ecrãs, com as versões AMD limitadas a FHD e as versões Intel a poderem ir até um 4K, mas no meu caso calhou-me uma unidade Intel FHD. O ecrã tem cores muito boas, não sendo apenas um OLED quanto à profundidade dos negros, obviamente e tem um brilho muito apreciável. Diz-nos a HP que vem calibrado com Delta <2, o que acaba por se notar. O ecrã tem uma resolução de 1920 x 1080. É, portanto, um típico 16:9 quando as marcas começam a optar por equipamentos 16:10, mas em formato 2-em-1 ainda sinto que o 16:9 é ideal por fornecer um melhor compromisso entre produtividade e multimédia com melhor aproveitamento do ecrã.

Tomem nota que o ecrã não é o fosco de portáteis empresariais, mas sim brilhante, pelo que optem pela opção com mais brilho se forem usá-lo muito no exterior. Globalmente, este ecrã é uma delícia de ver e utilizar. A HP dá-nos uma ajuda extra quanto à sua qualidade com a aplicação HP Display Center, onde podemos encontrar predefinições de cor, ajustar luminosidade e detalhe como faríamos num monitor externo normal, dando-nos um ecrã que pode ser mais vocacionado para filmes, grafismos ou produtividade. Mas podem também definir como distribuir diversas aplicações no ecrã ou virar a orientação deste manualmente.

Teclado com vocação multimédia

O teclado do Envy x360 15 mostra a vocação para multimédia com teclas para controlar e pausar filmes ou música, silenciar o microfone ou desligar a câmara, já que não temos um obturador físico para esconder a câmara do ecrã. No geral, a HP vez um excelente trabalho neste teclado, mas há particularidades, como o leitor biométrico entalado entre a tecla Alt direita e as teclas direcionais, e o botão on/off entre a tecla de bloqueio da câmara e a tecla Delete. Não é a localização mais óbvia, é certo.

Importante é mencionar a tecla F12, que permite aceder diretamente ao HP Command Center, onde podemos ajustar configurações muito interessantes, como ajustar a luminosidade do ecrã fora da janela ativa, atribuir prioridade a diferentes apps e alternar entre modos de bateria. Regressaremos aqui.

Outra particularidade é que o teclado é exatamente da cor do chassis. Dá ao conjunto uma elegância impressionante que não seria possível com teclas pretas. No entanto, este detalhe acabou por me baralhar muitas vezes, porque esta falta de contraste nas teclas dificulta encontrar uma tecla específica para uma ação em particular, já que os símbolos de cada tecla ficam realmente muito difusos no prateado.

Estranhamente, se tiverem luz a incidir sob o teclado, têm mesmo de garantir que desligam a iluminação das teclas, ou terão mesmo muita dificuldade em distinguir o que quer que seja. Inversamente, tive que ligar a iluminação em condições de luminosidade reduzida em que estaria a trabalhar sem ela num teclado mais escuro. Obviamente que teclo praticamente sem olhar para o teclado, e isso será verdade para a maioria dos utilizadores de computadores, mas ainda assim torna-se confuso não conseguir ver bem os símbolos. Se se identificarem com este possível tema, então prefiram a versão em Preto Nocturno, que atenuará muito mais os reflexos e oferecerá um maior contraste entre as teclas e a sua iluminação.

Mas, o que achei do teclado em si mesmo? É excelente, é certo, com uma ação louvavelmente silenciosa, com uma atuação amortecida que por vezes pensei que poderia ser mais leve. Uma vantagem é que a base não distorce particularmente, e as teclas têm uma atuação agradável e sem oscilações. Interessantemente, a tecla Space faz mais barulho do que as restantes, algo que aflige muitos computadores. O espaço disponível na base daria certamente para um teclado numérico que aumentaria em muito as possibilidades de produtividade e a sua ausência é muito estranha para um portátil de 15 polegadas, embora seja verdade que um teclado centrado pode ser mais confortável para teclar com as mãos em repouso.

Passando para o trackpad, a HP leva pontos extras pelas dimensões muito generosas deste e a sua colocação perfeitamente ao centro, que facilita uma interação muito rápida com o computador, mas igualmente o desempenho de gestos com muita facilidade.

Performance e experiência de utilização

Há sempre algo a melhorar num portátil. No caso deste Envy em particular, é a falta das teclas numéricas. Um utilizador poderá sempre encontrar outros detalhes, mas a performance não será um deles, já que deste ponto de vista o Envy 15 x360 é um tremendo portátil. A nossa unidade de testes incluí um Intel Core i7-1165G7 com 16GB de RAM, uma configuração absolutamente vitaminada que se atira para a performance de topo nos benchmarks em aplicações de produtividade.

Se olharmos com cuidado, é óbvio que as grelhas na lateral são fundamentalmente estéticas, já que logo abaixo delas encontramos as portas físicas, incluindo um leitor de cartões SD e, do lado esquerdo metade do seu comprimento está ocupado por portas físicas que não deixam espaço para hardware de áudio. Como é mais usual em equipamentos 360º, os verdadeiros altifalantes estão na base, em ambas laterais. O que me parece é que estas grelhas nas laterais do teclado podem ajudar a que algum do som dos altifalantes inferiores saia pela base do teclado, melhorando o áudio de alguma forma. No entanto, parece-me que ter um teclado numérico aumentaria enormemente o potencial deste equipamento para profissionais.

Mas, senhores, passemos ao importante: como se comporta este portátil em termos de performance? O Envy x360 15 está disponível em diversas configurações com processadores de última geração Intel e AMD, e a versão que testamos está basicamente no topo possível da performance deste terminal.

Com 4908 pontos no PC Mark 10, o Envy x360 15 fica claramente no topo desta classe, superando as pontuações que temos obtido com com este processador e mostrando um equipamento que alia a polivalência de um convertível à potência de um portátil tradicional. Produtividade, Office, KPI, análise de dados: tudo está ao alcance.

A excelente capacidade das Intel Iris Xe face a gráficas onboard anteriores é muito clara. World of Warships joga-se tão bem quanto numa gráfica dedicada de gama de entrada e os 1606 pontos no Time Spy do 3D Mark são perentórios. No Cinebench, 4367 pontos estão muito longe do que será o desejado por profissionais da imagem, mas é uma pontuação boa para um equipamento ultraportátil. Edição de imagem e vídeo com ferramentas Adobe não está fora de questão, e aqui a combinação entre a performance razoável e o ecrã tátil pode ser excelente para profissionais que trabalhem com gráficos e queiram um equipamento para fazer trabalho básico em movimento, sem substituir de todo uma workstation, claro.

Mas, no que diz respeito à performance, podem ir mais longe graças ao HP Command Center, que permite contornar as definições de performance e poupança de energia mais conservadoras do Windows. Permite também atribuir prioridades na utilização da Internet por aplicações específicas, mas vamos focar-nos na performance e consumo.

O HP Command Center permite configurar o perfil energético em várias predefinições: no modo Desempenho, podemos puxar pela capacidade do processador mais do que com as configurações do Windows, e o boost faz diferença, com o 3D Mark, por exemplo, a pontuar mais 100 pontos em média. A ventoinha aqui vai fazer-se ouvir muito mais e se quiserem mesmo a performance máxima, ligados ou em bateria, esta é a opção a ter.

Digamos que estamos em pleno Verão e, como é normal, o portátil aquece algo mais em qualquer tarefa. Neste caso, o modo Frio aumenta a velocidade da ventoinha, mas reduz a voltagem do processador para lhe permitir arrefecer.

Se quiserem a autonomia máxima, então o modo Silencioso é a opção a ter. É ideal também para locais onde tenhamos que ser silenciosos, porque reduz ainda mais a performance do processador para não sobreaquecer, já que a ventoinha é desligada por completo ou mantida a funcionar no mínimo possível.

Há claro, o modo Equilibrado e para a generalidade das utilizações o Sensor Inteligente faz um trabalho excelente, como veremos de seguida. É simplesmente engenhoso podermos optar por um destes perfis mais extremos quando precisamos realmente deles. Em última instância, podemos utilizar igualmente o Modo de Foco que escurece todas as janelas que não a ativa, poupando ainda mais a bateria.

A parte boa é que o Envy tem potência de sobra para ser utilizado em modo silencioso de forma regular, mantendo-se fresco e confortável. A bordo, tudo parece simplesmente funcionar como deve.

Autonomia

Este é o ponto onde muitas análises torcem o rabo: um portátil de 15 polegadas, leve, fino, extremamente poderoso. A autonomia vai apanhar um estouro, não vai?

Genuinamente, poderíamos ficar contentes com uma autonomia de 7 horas, olhando para este hardware, mas o HP Envy x360 15 entrega facilmente 8-9 horas de utilização mista com navegação, produtividade, reuniões, com uma ajuda do Command Center em emergências. Se quiserem utilizar o ecrã para ver vídeo em viagens ou férias, conseguem facilmente extrair mais de dez horas, consistente com o que a HP publicita, mais coisa, menos coisa.

Conclusão

O meu primeiro impacto com o HP Envy x360 15 não foi o melhor: um convertível de 15″, pesado pela mera imposição das dimensões, se bem que leve no geral, e aquele teclado peculiar. Depois, as peças do puzzle começaram a cair no sítio e o Envy é simplesmente um portátil absolutamente convincente e bem concebido. De repente, estou a tentar transformar este apreço conquistado a ferro e fogo pelo Envy e percebo que o apreciei muito mais do que pensava vir a apreciar.

É claramente um equipamento muito bem pensado para criadores de conteúdos que podem utilizar o ecrã e uma caneta ativa para fazer muito trabalho em movimento ou no seu local de trabalho, rapidamente virando o ecrã para esboços, rabiscos e validação de documentos. Não precisamos de ser criadores de conteúdos. Podemos ser formadores, profissionais à procura de produtividade e polivalência. O Envy é suficientemente adaptável para todos. Mesmo que consideremos as 15″ grandes demais para estarmos a segurar na mão, aqui onde estou neste preciso momento, posso pousá-lo sobre a mesa e começar a esboçar e o peso é irrelevante.

Se for totalmente honesto, o teclado centrado tem obviamente vantagens ergonómicas e a inserção de dados não será o público-alvo. Que eu adorasse estar a preencher tabelas de cálculo neste ecrã não significa que o core do Envy x360 15 seja isto. A falta de um teclado numérico não é, por isso, um deal breaker. Muito menos se percebermos a limpeza do design, do software e da experiência global de utilização.

Em última instância o HP Envy x360 15 convence plenamente e o seu preço é absolutamente competitivo face aos seus argumentos, tornando-o uma escolha de primeira opção. É claramente um convertível budget, mas só no preço.

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