Assim, o Nokia 9 PureView de 2019 pode bem ter sido o último topo de gama da marca durante os próximos tempos. Muito atrasado, complexo com câmaras que não chegaram a cumprir totalmente a sua promessa, o Nokia 9 PureView acabou por mostrar uma Nokia a perder o pé com um portefólio muito diversificado, onde o investimento em equipamentos de gama alta é extremamente arriscado e os fracassos se pagam caro.
Se quando voltou à carga a HMD Global parecia querer um telemóvel para cada segmento, do mais barato ao mais caro, e isso parecia colocar a marca num novo caminho de sucesso, os equipamentos de gama alta rapidamente derraparam e se o Nokia 9 PureView alguma vez teve um sucessor planeado, tal nunca se verificou.
Em entrevista ao Android Authority, Adam Furguson, diretor de marketing de produto da HMD Global foi perentório: “fazer um smartphone de $800 de momento não faz sentido para nós”. A marca não quer envolver-se em guerras de especificações e por isso mesmo os seus equipamentos mais recentes são sólidas ofertas de gama baixa e média, segmentos onde a marca se quer concentrar. É uma estratégia que parece resultar, com as vendas a aumentar e os lucros a solidificarem-se, mesmo se a custo de manter a Nokia algo fora das notícias dos meios tecnológicos.
A marca está com os olhos noutros locais, como os feature phones, procurando tornar-se a principal vendedora de pré-pagos nos EUA até final de 2022, e se bem que estes mercados sejam pouco charmosos para os amantes de tecnologia, não há como negar que há dinheiro do bom a ser feito aqui, e uma empresa como a Nokia pode bem usar a sua enorme experiência no ramo para se manter como um dos principais nomes do segmento.