Numa altura em que nos EUA existe uma polémica em torno da Amazon, na sequência do colapso de um armazém durante uma tempestade, com o falecimento de diversos funcionários, mais uma vez as tecnológicas são escrutinadas pelas práticas laborais que implementam, quer nos seus recursos humanos, quer nos seus fornecedores. À procura de maximizar os lucros, muitas empresas deixam os direitos dos trabalhadores para segundo plano, e nem sempre o público final tem disso noção. É uma altura boa para olharmos para os bons exemplos, como a Dyson, que reagiu rapidamente perante suspeitas sobre um dos seus fornecedores, cortando com este os seus laços de forma imediata.
Hoje em dia, a Dyson deixou de ser apenas um fabricante de pequenos eletrodomésticos para ser uma rede de parceiros em todo o mundo, não só para o fabrico, mas para o desenvolvimento de novas tecnologias. Os seus parceiros estão, por isso em todo o mundo, como o caso da Malásia, onde um dos seus fornecedores foi recentemente alvo de uma auditoria que apontou para más práticas laborais.
A ATA, uma grande empresa da Malásia, cotada em bolsa, encontra-se já em investigação nos EUA por alegações de trabalho forçado, e tinha na Dyson 80% do seu volume de negócios. Como resultado da ação da empresa Britânica, as suas ações caíram mais de 30%, com um impacto sistémico na Malásia, um país conhecido como um dos maiores fornecedores tecnológicos a nível mundial, mas cujas práticas laborais têm estado este ano sobre apertado escrutínio.
Terá sido em Outubro que a Dyson recebeu os resultados da auditoria, e algo mais cedo, em Setembro, tomou nota das alegações de um denunciante, tendo de imediato contratado um sociedade de advogados para investigar e abordar a ATA.
Sem ver progressos, a Dyson tomou uma decisão radical e entregou à ATA a rescisão do contrato com pré-aviso de seis meses, um passo que espera que incentive a ATA a melhorar as suas práticas laborais. E que será também um exemplo para outras empresas.
As alegações em torno deste fornecedor são, neste momento, bastante graves, incluindo indícios de trabalho extra e contratação em países terceiros com comissões a recrutadores, uma forma de criação de dívida para migrantes. Empresas como a Dyson não são responsáveis pelas políticas locais dos seus parceiros, um escudo atrás do qual se escondem muitos que se esquivam à sua responsabilidade social.
Ao reagir depressa e de forma legal, a Dyson dá uma clara mensagem a todos os seus parceiros e também aos seus utilizadores de que não está disposta a aumentar os lucros em detrimento dos direitos dos seus colaboradores.
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