Enquanto muitos se ocupam de guerras comerciais, e no ocidente nos focamos em gadgets e bem-estar, é fácil esquecer que numa boa fatia do mundo muitos milhões de crianças continuam sem acesso digno à educação, principalmente no continente Africano. Com o objetivo de facilitar a transformação digital dos sistemas educativos do continente e capacitar todos os atores na utilização das tecnologias de informação e comunicação, a Huawei uniu-se à UNESCO para o projeto Technology-Enabled Open Schools for All (TeOSS), lançado no Gana, Egito e Etiópia.

O projeto reconhece que circunstâncias extraordinárias, como a pandemia de COVID-19, podem causar rupturas severas nos países e sistemas educativos menos preparados, procurando capacitá-los para enfrentar estes grandes momentos de instabilidade, sem perder de vista que o objetivo é, no longo prazo, criar capital humano e capacitar os profissionais de amanhã para a utilização das novas tecnologias e potenciar o desenvolvimento local. A junção dos esforços da Huawei e da UNESCO no TeOSS é um exemplo importante de como entidades supranacionais podem fomentar a literacia tecnológica com uma visão ora transnacional, ora local, para um bem comum que segue o desígnio unificador da tecnologia.

Pensado para as necessidades locais e desenvolvido em estreita parceria com os governos, o programa TeOSS foi também integrado no Tech4Edu, o qual faz parte do programa umbrella TECH4ALL, iniciativa de inclusão digital da multinacional onde também estão incluídos programas actualmente desenvolvidos em Portugal, nomeadamente a ICT Academy, o Seeds for the Future, o SmartBus, a Summer School for Female Leadership in Digital Age e o laboratório de 5G + IA 5GAIner, inaugurado em Novembro passado na Universidade de Aveiro.

Podemos ainda ler no comunicado de imprensa da Huawei:

Alinhado com o SDG4 da ONU, que visa garantir uma educação de qualidade inclusiva e equitativa e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos, o TeOSS servirá como base para impulsionar a transformação digital do sector de educação e apoiar os três estados-membros da UNESCO no desenvolvimento de sistemas de educação resilientes que podem resistir a interrupções globais, como COVID-19. A avaliação dos resultados do projecto ajudará a orientar estratégias e modelos para expandir o TeOSS da Huawei a nível nacional e para alargá-lo a outros países do continente africano, no intuito de impulsionar a integração das TIC no ensino e na aprendizagem.

Além de conectar escolas, os projectos TeOSS no Gana, na Etiópia e no Egipto vão disponibilizar formação para professores e alunos quanto à utilização de ferramentas digitais, estabelecendo ainda plataformas online para vincular a aprendizagem escolar e em casa. Esta iniciativa da Huawei tem também em vista desenvolver currículos digitais cujo acesso pode ser ​​remoto e sem supervisão. O objectivo passa por ajudar os alunos a tornarem-se cidadãos digitais confiantes, capazes de navegar no mundo virtual de forma independente, assim como dotar os professores das capacidades necessárias para tirar partido das novas ferramentas digitais existentes, para que assim possam maximizar os resultados de aprendizagem.

Segundo Stefania Giannini, Subdirectora Geral de Educação da UNESCO, o projecto TeOSS “foi pensado para testar modelos de escolaridade que possam responder imediatamente aos novos desafios impostos pela pandemia e também alavancar a tecnologia para possibilitar o desenvolvimento de modelos futuros de escolarização”. Acrescentou a responsável da UNESCO que se trata de um modelo de escola digital “que torna os programas acessíveis a todos os alunos, seja em tempos de crise ou não – queremos ultrapassar a situação actual e abrir um novo horizonte de ensino e aprendizagem”.

No Egipto, uma estrutura de capacitação na área das TIC foi desenvolvida para professores e alunos em escolas K12. Especialistas em desenvolvimento de cursos digitais e professores do ensino primário e secundário vão receber formação, e um futuro Centro Nacional de Formação à Distância vai beneficiar educadores em todo o país, de maneira a garantir a continuidade no desenvolvimento profissional. Já na Etiópia, o TeOSS da Huawei vai centrar-se na construção de infraestruturas de TIC para conectar escolas-piloto, formar professores e alunos e construir um Sistema de Gestão de Aprendizagem integrado com uma Plataforma de Formação de Professores. Quanto ao Gana, o foco está na criação de conteúdos digitais para todas as disciplinas do currículo escolar, bem como na formação de professores e alunos nos estabelecimentos de ensino primário e secundário – o projecto também tem em vista a criação de um directório electrónico ao qual os professores podem recorrer para fazer upload de conteúdos, cujo acesso online e offline é igualmente aberto aos alunos.

“As plataformas digitais que as TeOSS dotadas de tecnologia vão ter a capacidade de abrir caminho para que a aprendizagem nunca seja interrompida, independentemente do que o futuro nos reserva”, disse Kevin Zhang, CMO de ICT Infrastructure da Huawei, fazendo ainda questão de salientar que a empresa “está totalmente comprometida em trabalhar com a UNESCO, governos e demais stakeholders interessados em desenvolver projectos bem-sucedidos, sustentáveis ​​e escaláveis”.

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