Quem não percebeu há alguns anos atrás o potencial dos smartphones, perdeu o comboio. E do hardware ao software, muitos falharem em perceber o que o futuro traria. Não podemos negar que os smartphones de hoje são tão potentes quanto computadores há apenas alguns anos, mas o caminho das melhorias não abranda. Na Computex, a ARM revelou as suas novas arquiteturas e tecnologias para os SoC do amanhã e para smartphones ainda mais potentes. Há três novos núcleos, novas gráficas e uma nova arquitetura.
Começando pelos núcleos, há o novo e potente Cortex-X4, que apresenta um acréscimo de 15% de potência, mas em compensação oferece um consumo energético 40% inferior, o que será verdadeiramente impressionante, ao podermos ver smartphones tão potentes quanto as gerações anteriores, mas com uma autonomia amplamente superior. O Cortex-X4 é acompanhado dos Cortex-A720 e A520, e também aqui há um foco no consumo energético, com poupanças nas ordens dos 20 e 22%, respetivamente.
Para organizar estes núcleos num sistema muito mais eficiente, a ARM introduziu uma nova arquitetura, a DSU-120 (DynamIQ Shared Unit). Esta arquitetura suporta até 14 núcleos, reunindo um ou mais núcleos com memória L3 até 32MB (por comparação a 16MB na DSU-110), lógica de controlo e interfaces, aumentando a eficiência energética da DSU-110 que a antecede.
Há ao nível do consumo energético algumas melhorias significativas. A ARM percebeu que parte do problema reside em fugas de memória, e criou múltiplos mecanismos que permitem à RAM entrar num modo de baixo consumo quando não está em utilização efetiva.
Entretanto, o anúncio mais interessante pode bem ser a nova GPU Immortalis-G720, uma GPU revolucionária que oferece mais capacidade que a G715, mas num pacote muito mais eficiente do ponto de vista energético. A nova gráfica oferece 3D em tempo real, ray tracing, variable rate shading e a nova Deferred Vertex Shader (DVS) que resolve o problema do elevado consumo energético no acesso à memória durante gaming, e que a ARM estima ser responsável por 40% do consumo energético. A tecnologia permite um aumento de cerca de 20% de desempenho em cenários reais, incluindo no aumento do framerate. As capacidades desta gráfica ganharão ainda mais vida quando, algures ainda este ano, o motor Unreal Engine 5 chegar ao sistema Android.
As novas tecnologias da ARM não escondem a sua vocação este ano e, com os chips mobile a serem já bastante potentes, o caminho está aberto para um grande salto qualitativo em termos de potência, já que poupanças ao nível dos 40% permitem certamente adivinhar que marcas como MediaTek e Qualcomm tentarão oferecer saltos de potência significativos dentro dos mesmos parâmetros energéticos atuais.
Podem conhecer as novas tecnologias ARM melhor aqui.