Foi no passado dia 04 de Outubro que a Google lançou os novos Pixel 8 e Pixel 8 Pro. Em particular (e felizmente), foi esse o dia em que a Google anunciou ambos os smartphones para Portugal, os primeiros da sua linhagem a cá chegar, e felizmente tive a oportunidade de ser dos primeiros a experimentar o novo Pixel 8. Estava longe de saber, naquele dia 04 que seria um caminho sem retorno, mas rapidamente me apercebi que uma vez entrado no mundo Pixel, era difícil voltar atrás.

O melhor Android é o Android mais simples

Este é um take muito polémico. Nos primórdios do Android, não faltavam skins e mods para tentar tirar algo extra da interface básica, e mesmo hoje em dia, numa ótica de procura por diferenciação, as marcas Android desdobram-se em esforços para encher as suas interfaces de grafismos, animações e funcionalidades, por vezes duplicadas. Mas eu, que como muitos outros, se lembra dos saudosos Nexus e do Android One, não deixo de ter uma enorme predileção pelo Android mais puro, simples e direto.

A bordo do Pixel 8 não há apps a mais, duplicadas, ou duvidosas. Não há reclames no meio das apps nucleares, e as coisas simplesmente funcionam com uma simplicidade impossível de não ser apreciada. A Google, ao ser a empresa-mãe do Android sabe como este funciona talvez melhor que ninguém e o setup do Pixel 8 foi o mais linear, fácil, e rápido de todos os telemóveis que passaram por mim, emparelhando-se facilmente com o meu equipamento atual para copiar dados e especificações.

Mas, não esqueçamos que temos aqui o Android 14 que, além do mais, apresenta toda uma série de evoluções e mobiliza a inteligência artificial (mais abaixo) para criar fundos de ecrã com base nas nossas prompts e ajustar outros detalhes como os ícones.

Look e feeling soberbos

É totalmente justo que o Google Pixel 8 Pro receba todos os louvores quanto ao design e materiais, com o seu acabamento de vidro fosco, mas é igualmente justo dizer que gosto bastante do look inconfundível dos Pixel destas três últimas gerações e o Pixel 8 obviamente evolui o Pixel 7 com mudanças muito subtis. Lado a lado, eu próprio teria dificuldade em distinguir um do outro, sendo que o Pixel 8 é, apesar de tudo, mais obviamente arredondado nos cantos do ecrã.

É confortável nas mãos com o seu perfil arredondado, e os acabamentos são irrepreensíveis, com as antenas bem niveladas com o metal circundante, e um vidro traseiro bem polido que não parece particularmente vulnerável a sujidade e dedadas.

Mas o melhor do Pixel 8, pelo menos para quem gostar disso, é o seu volume compacto e peso leve. Numa era de grandes smartphones, em que francamente eu próprio gosto de entrar porque os olhos já não são o que eram, o Pixel 8 é deliciosamente compacto e equilibrado, parecendo-me que é muito mais fácil de segurar confortavelmente que o Pro, com a câmara extra e ecrã maior, tornando-o algo top heavy.

A Inteligência artificial faz toda a diferença

Nos últimos anos, o Assistente Google fez um grande caminho de melhorias, mas no Pixel 8 tudo o que está por trás das suas capacidades parece funcionar melhor do que em muitas alternativas, parecendo que toda a integração está simplesmente mais refinada e com capacidades muito acrescidas. E assim acabam por conquistar obviamente o nosso favor.

A funcionalidade de discurso para texto é praticamente tudo o que a Google prometeu no evento de lançamento. Este texto está a ser escrito tecla a tecla, letra a letra, mas poderia não estar. Para em muito agilizar a minha vida de escrita, ditar as ideias principais e começar a criar análises e artigos enquanto caminho pela rua ou faço outras tarefas por casa, tornou-se algo que encaro com uma naturalidade estranha, e que funciona de uma forma muito eficaz. Claro que a pontuação é um tema a melhorar, a IA ainda não assume pausas como vírgulas, por exemplo, e como tal temos de ditar e incluir “vírgula” ou “ponto final”. Nada de inesperado, certo?

O assistente pode agora ler um website em voz alta e uma funcionalidade que certamente chegará no futuro é a possibilidade de resumir o conteúdo da página.

O Pixel fica melhor com o tempo

Há um adágio no mundo da tecnologia que diz que os Pixel nunca estão verdadeiramente no ponto à data de lançamento. O que poderia ser verdade para qualquer equipamento!

A diferença é que a Google tem mesmo esta postura de ir incrementando as capacidades dos seus equipamentos com o tempo e francamente acabamos por notar uma brutal diferença em apenas um mês. Na Review inicial Google Pixel 8 dei nota que o Tensor G3, claramente um processador de gama alta, não bateria recordes nos benchmarks e tendia para temperaturas elevadas. A verdade, é que se no momento o seu desempenho chegava perfeitamente para as minhas necessidades, com o passar do tempo o Pixel tornou-se realmente melhor a este nível e, após a atualização de Novembro, o processador parece outro.

Todos os benchmarks (PCMark, 3DMark, GeekBench e GFXBench) mostram um incremento de 8-10% no desempenho, o que mostra pelo menos que ainda há algo mais a espremer neste processador, mesmo que – no fundo, no fundo – a experiência Android pura e a IA sejam o verdadeiro atrativo aqui.

Adoro a fotografia

Gosto de um telemóvel que me faça sentir confortável com as suas capacidades fotográficas, e o Pixel 8 é um tal smartphone. É, mais especificamente, aquilo que chamo de “fotografia à prova de idiotas”: um disparo vai invariavelmente sair bem, de dia ou de noite. Sem ser o melhor ou mais carregado de funcionalidades, o Pixel 8 simplesmente funciona e, embora não tenha um modo Pro (o que é tolo, Google), a app tem um proto-Pro, com ajuste rápido do equilíbrio dos brancos e compensação de exposição, mas acima de tudo o resultado é simplesmente bom em qualquer circunstância e na absoluta simplicidade.

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