Lembram-se do primeiro smartphone que alguma vez usaram de alguma marca? O Vivo V21 é primeiro da marca a passar pelas minhas mãos e se é verdade que as primeiras impressões é que contam, então a Vivo está no bom caminho. Ao longo do seu portefólio, encontramos obviamente alguns equipamentos bem mais evoluídos, mas como dispositivo intermediário, o Vivo V21 é louvavelmente equilibrado nas suas especificações globais, apesar de conseguir afirmar-se de forma diferenciadora pelas suas câmaras muito viradas para os streamers e criadores de conteúdos.

Características principais

  • Processador e memória: MediaTek MT6853 Dimensity 800U, octa-core a 2.4GHz, 8GB de RAM e 128GB de armazenamento interno
  • Display: AMOLED FHD, 6.44″, 90Hz;
  • Fotografia: 64MP, Ultragrande angular de 8MP, macro de 2MP, câmara frontal de 44MP com OIS
  • Conectividade: LTE, 5G, Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, Bluetooth 5.1
  • Bateria: 4000mAh com carregamento com fios de 33W
  • Dimensões: 159.7 x 73.9 x 7.3 mm, 176g

Design que fixa os olhos

Como podemos nós sequer ter um smartphone que capte os olhos mais do que os outros? O fator de forma é praticamente igual em todos e os designers têm pela frente grandes desafios. Muitas marcas parecem simplesmente ter desistido de realmente ter um design diferenciador nas suas gamas médias e de entrada.

A Vivo, por outro lado, apresenta no Vivo V21 um equipamento particularmente ambicioso do ponto de vista visual. À primeira vista é apenas mais um retângulo como todos os outros, mas do ponto de vista do acabamento é certamente especial. Por um lado, os remates são impecáveis, perfeitamente ao nível do que esperamos do melhor da gama média no segmento dos €400.

As câmaras encontram-se num módulo retangular contido e relativamente discreto, por comparação aos módulos atuais que se inflacionaram no seu tamanho, com um pequeno “queixo” como tem sido normal no design geral da Vivo. É como se o módulo em si não quisesse distrair-nos do sumptuoso acabamento iridescente do painel traseiro.

É este acabamento que realmente nos vai fascinar e cativar quanto ao V21, já que de qualquer ângulo e com qualquer tipo de cor, o painel vibra com um arco-íris de cor constantemente em movimentação, tendo uma vida própria com cada movimento nosso. É simplesmente impossível não nos fixarmos na sua dança cromática.

A toda a volta, uma moldura brilhante é o remate perfeito.

Ecrã

O Vivo V21 5G apresenta um ecrã AMOLED que se compara muito favoravelmente com a sua concorrência direta onde encontramos painéis LCD. O ecrã é bastante evoluído, com suporte HDR10+, ainda que a taxa de atualização máxima seja de 90Hz, não exatamente topo, mas o suficiente para notarmos melhorias em toda a navegação.

A Vivo permite-nos ajustar as cores deste ecrã para serem mais consonantes com a nossa preferência, e a taxa de atualização pode ser optada entre 90Hz, 60Hz ou então uma alteração inteligente. Na prática, exceto se forçarmos os 90Hz, mesmo o navegador tende a ir para os 60Hz apenas, a Vivo sendo talvez algo agressiva na poupança energética, enquanto que no geral a alteração de taxa funciona rapidamente quando tocamos no ecrã e vemos os 60 passarem para 90Hz.

No geral, o ecrã exibe qualidade e bons contrastes, mas também um brilho suficiente para ser bem utilizado no exterior.

Tem, obviamente, taxa de atualização variável, embora não dinâmica. Podemos optar por 60Hz, 90Hz, ou uma oscilação entre ambos, gerida automaticamente. A taxa de atualização máxima mantém-se em toda a interface, mas jogos e browser ficam nos 60Hz, o que é peculliar, pelo menos quanto ao browser, já que a taxa de atualização mais elevada é particularmente importante para este tipo de navegação. Em contrapartida, quando chegamos às apps de redes sociais como o Facebook, os 90Hz ativam-se e o scrolling é visivelmente mais agradável. Quanto aos jogos, é possível que alguns corram a 90Hz, apenas não os que experimentei, o que não é uma questão que se limite ao V21.

Um ecrã muito razoável, o do Vivo V21 apenas pecará pelo look algo anticuado, com o notch em gota de água numa era de perfurações e isto é apenas um pequeno detalhe, claro.

Desempenho e experiência de utilização

Quando falamos do Vivo V21, falamos de um smartphone com uma alma muito capaz de extrair o melhor da versão Funtouch OS 12 a bordo, construída sobre a base do Android 12.

Começando pela interface, é à superfície extremamente limpa, com um look muito semelhante ao Android AOSP, e com muito poucas aplicações próprias. Por exemplo, o Google Fotos serve de galeria e o explorador de ficheiros também é o da Google. É uma versão mais simples da Funtouch OS 12, por comparação por exemplo à que encontro no Vivo X80 Pro, com muitas mais apps extras.

No entanto, há uma quantidade excecional de pequenas afinações possíveis que, nada surpreendentemente, invocam claramente a vocação jovial deste terminal. Estou a falar de animações de notificações, desbloqueio de ecrã, leitura de impressão digital, reconhecimento facial: tudo tem uma animação possível. Até os toques, com a possibilidade de configurarmos uma multitude de estrelas e formas que irrompem pelo ecrã com cada toque.

As mesmas observações podem ser feitas em relação ao ecrã sempre ligado, o qual não tem falta de ajustes em animações para termos um software com tanto bling quanto o exterior deste equipamento. No fundo, parece-me que esta versão da Funtouch OS 12 está no ponto certo entre a simplicidade de uma interface sem excesso de bloatware, poupando os recursos para uma interação muito mais expressiva e espampanante de acordo com o seu público-alvo.

Os gamers não ficaram de fora, e o Vivo V21 oferece o Ultra Game Mode com inúmeras afinações para tornar os jogos mais imersivos, por exemplo convertendo ruídos como disparos em vibrações, ou ligando áudio espacial para termos uma indicação direcional de onde vem o barulho num jogo. A parte mais interessante é a possibilidade de manter um jogo a correr com o ecrã desligado, o que nos permite bloquear o ecrã por algum motivo, isso fazer com que o jogo feche e nos estrague um progresso a meio.

Com tantas possibilidades de ajustes, diria que será fácil exagerarmos, mas de facto não cheguei a esse ponto e o Dimensity 800U mais do que aguenta toda esta carga de afinações.

Quanto ao processador, existem mais recentes e mais potentes no alinhamento da Mediatek, como o sucessor Dimensity 900. Temos de olhar para este smartphone como tendo sido lançado ainda em 2021, onde a utilização do chip é perfeitamente compreensível e ponderar se neste momento ainda está à altura.

Bom, sim. O desempenho global é muito razoável, com abertura e fecho de apps, transições, bem conseguidas, enquanto que o processamento nos jogos chega para jogarmos alguns jogos mais exigentes sem abusos nos gráficos claro. As pontuações verificadas colocam-no acima de um Snapdragon 732 e outros da série 700, o que nos dá uma boa indicação do tipo de capacidade que temos a bordo.

Apenas não esperem correr Grid com gráficos no máximo, OK?

Autonomia que surpreende

Temos a bordo uma unidade de 4000mAh, valor muito 2021 e francamente esperamos mais hoje em dia, mas não é bem o tamanho que importa. Na verdade, o Vivo V21 surpreendeu-me pela sua autonomia, porque se mantém com boa carga no final do dia, algo que eu não esperaria com menos de 4500 ou 5000mAh, valores que são mais comuns nos últimos smartphones que por aqui passaram.

Ainda assim, face isto, parece que a Vivo está a adotar alguns excelentes algoritmos de consumo energético, porque esperava ficar à míngua, considerando que por regra ando com um telemóvel de 4500mAh e um powerbank do qual vou precisar quase diariamente. No caso do Vivo V21 5G não tive essa necessidade, muito surpreendentemente, contudo realço que não ativei todas as santas animações que estão ao nosso dispor para impressionar. Por outro lado, se formos adeptos do modo escuro, ganhamos ainda mais autonomia por comparação a equipamentos semelhantes com ecrãs LCD.

Quando a bateria acaba, temos a nosso favor o carregamento de 33W. Embora não seja o mais rápido no segmento, não é o mais lento também, e francamente não creio que precisamos de mais para este preço. Afinal, uma carga completa faz-se numa hora, e trinta minutos dá para mais de 50% (a Vivo menciona 63%, o que está muito bom). Por outro lado, significa que não ficaremos mal servidos com um carregador de 18W ou 25W que tenhamos por casa, quando o carregador oferecido pela Vivo não esteja à mão.

Fotografia com nível

Como um smartphone foto-cêntrico, o Vivo V21 tem um setup fotográfico muito interessante e raro no mercado. Por um lado, no papel, a tripla 64+8+2 é típica neste segmento de preço, mas a Vivo acrescenta-lhe o OIS na câmara principal e isso já não é de todo comum.

À frente temos algo ainda mais raro, na forma de uma câmara de 44MP com OIS e ainda dois LED para nos manter a face sempre bem iluminada em qualquer condição. Inquestionavelmente uma câmara para os criadores de conteúdos das redes sociais que querem sempre ficar no seu melhor. Por este preço, poucos equipamentos alternativos prometem tanto.

A aplicação está no geral bem conseguida, mas tem uma ou outra particularidade menos simpática, como a minúscula cruz que é preciso tocar para sair de uma das câmaras para voltar à câmara principal. Já agora, a necessidade de primeiro abrir um menu para depois escolher a câmara macro e ou a ultragrande angular. Não é muito fácil acertar no pequeno ícone e felizmente é algo que já não acontece no X80 Pro, pelo que acredito que será corrigido com tempo.

Bem justificando a sua paixão pelo streaming, existe um modo de vista dupla que nos permite utilizar duas câmaras em simultâneo num streaming, por exemplo captando uma viagem com a câmara principal, mas fazendo uma sobreposição com a câmara selfie ou vice versa, ao estilo documentário.

Falemos então de qualidade fotográfica? No geral, a câmara principal do Vivo safa-se muito bem, com bons detalhes e cores fortes, bem dentro do que se espera ver publicado nas redes sociais. A gama dinâmica, entretanto, parece razoável, mas as imagens queimam com mais facilidade do que eu esperaria, e podemos por isso usar à vontade o controlo para diminuir a exposição.

As fotografias noturnas são razoáveis, mas em linha com o preço. Ou seja, boas, sem perder de vista o segmento em que estamos, com boa exposição, mas uma certa suavização dos detalhes em pontos críticos como a vegetação. A diferença com os telemóveis de gama alta irá notar-se, o que não será surpreendente.

A câmara frontal, por outro lado, oferece detalhes muito importantes com os seus 44MP e impressiona particularmente com luz de frente, os algoritmos a bordo conseguindo recuperar uma quantidade impressionante de áreas que na pré-visualização estariam queimadas. Devinitivamente uma câmara a considerar para vloggers e outros.

Conclusão

Como a mais recente recém-chegada ao mercado nacional, a Vivo não pode deixar os seus créditos por mãos alheias. Apesar de ser uma novata por cá, é uma das três gigantes Chinesas, ocupando o top em vários continentes e mercados e certamente quer o mesmo para o Velho Continente. Equipamentos como o V21 5G são a forma certa de o conseguir.

Este é um terminal para a geração das redes sociais, para os que gostam de gravar com detalhe cada ponto da sua vivência para o partilhar de imediato com amigos e seguidores. Para isso, o Vivo V21 aposta num design absolutamente trendy que é uma afirmação de estilo em si mesmo, mas também num departamento fotográfico único no mercado que se foca na sua câmara frontal de 44MP com OIS, autorizando fotografias frontais de qualidade ao nível de qualquer influencer. É, por isso, dos melhores smartphones do mercado para nos lançarmos neste ramo.

Para todos os outros, o Vivo V21 oferece uma proposta muito equilibrada, onde as tarefas quotidianas, os jogos e as redes sociais serão muito bem servidas pela combinação de um processador capaz, um ecrã de elevada qualidade e uma bateria com boa duração.

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