A Nokia apresentou ontem uma grande renovação da sua gama de smartphones de entrada, apresentado versões novas dos já “clássicos” Nokia 2, Nokia 3 e Nokia 5, mas com uma grande surpresa que muitos utilizadores poderão considerar desagradável: de fora ficaram os processadores Qualcomm nos Nokia 3.1 e 5.1, e os novos smartphones apostam em chips MediaTek já bastante antiquados. No entanto, o foco é muito claro: a Nokia quer oferecer-nos a experiência Android pura e compromete-se com a actualização de todos estes equipamentos para o Android P, o que é extraordinário tendo em conta o segmento de mercado, e a presença da MediaTek.
A experiência do Android Go no Nokia 2.1
O Nokia 2.1 é o equipamento mais modesto do novos Nokia apresentados em Moscovo e traz-nos o Android Oreo (Go Edition) a bordo. Não podemos por isso criticar os seus dados técnicos contidos, já que o objectivo é mesmo oferecer a melhor experiência Android possível com o mínimo de custos orçamentais.
O Nokia 2.1 continua, por isso, tão frugal quanto o seu antecessor, com um ecrã 16:9 HD de 5 polegadas. O chip é o quad-core Snapdragon 425 com 1GB de RAM e 8GB de armazenamento interno expansível. O grande destaque aqui é a bateria de 4000mAh, com que o dispositivo deverá ter uma autonomia excepcional.
O preço deverá começar nos €100 a partir de Julho.
Nokia 3.1 – o 18:9 budget
O Nokia 3.1 traz uma surpresa agradável na forma de um ecrã de 5.2 polegadas HD+ com formato 18:9, absolutamente contemporâneo. O design é muito reminiscente do excelente Nokia 3, mas mais alongado para acomodar o ecrã mais alto, sem todavia se cortarem nos rebordos, com o que este será um smartphone notavelmente maior.
A bordo encontramos o primeiro MediaTek do alinhamento, o MT6750, um octa-core com núcleos Cortex A53, que promete ser bem mais performante que o MT6737 do Nokia 3, um quad-core que deixava o Nokia 3 notoriamente sub-motorizado. As opções de memória passam entretanto para combinações de 2/16GB e 3/32GB.
As câmaras serão de 13MP com abertura f/2.0, enquanto a câmara frontal será de 8MP, f/2.0.
O Nokia 3.1 estará disponível por €139 em Julho, ou €169 para a versão com mais armazenamento.
A gama média do Nokia 5.1
O Nokia 5.1 apresenta diversas melhorias sobre o seu antecessor, não menos importante das quais sendo o ecrã FHD+ de 5.5 polegadas com formato 18:9. O design muda algo face ao Nokia 5, com o leitor biométrico colocado na traseira em vez de sob o lábio inferior, com o que os rebordos são realmente muito mais reduzidos e o Nokia 5.1 apresenta proporções bem mais agradáveis.
Entretanto, poderíamos esperar o Snapdragon 450, mas a Nokia optou antes pelo MediaTek Helio P18, um chip que vai a caminho de 2 anos de existência. O chip poderá indicar um boost de potência sobre o Nokia 5, mas com a sua litografia de 28nm temos algumas dúvidas quanto à autonomia do dispositivo com bateria de 3000mAh. De facto, a Nokia indica que a performance terá subido 40%, o que implica uma grande melhoria sem aumentar o preço. Entretanto, as opções de armazenamento são de 2/16GB e 3/32GB.
Também um boost recebe o departamento das câmaras com uma unidade de 16MP atrás e 8MP à frente.
O preço de referência do Nokia 5.1 é de €189, valor que à partida o coloca numa posição difícil face a alguma concorrência directa da Huawei, Alcatel, Xiaomi ou Motorola. No entanto, o nome da Nokia ainda tem força e o design parece muito acima da média.
O argumento valioso do Android puro
Existem no mercado equipamentos com características que podem rivalizar com qualquer um dos Nokias hoje anunciados em termos de especificações e preço. No entanto, é preciso sermos claros neste ponto: muitos não receberão actualizações constantes, e muito menos para o Android P. Ficarão simplesmente esquecidos no limbo da gama baixa.
No entanto, a Nokia coloca em jogo uma promessa que tem mantido desde o seu renascimento: actualizações regulares e actualização de todos os equipamentos para o Android P, uma garantia inimaginável há pouco tempo atrás para equipamentos com MediaTek.
Para muitos utilizadores (eu incluído), a fluidez e segurança do sistema operativo que acarreta o cumprimento destas promessas vale muito mais do que hardware algo mais potente que daqui a um ano estará parado no tempo, se não já amanhã.