No que diz respeito a sensores fotográficos, maior é melhor. Pixéis maiores significam mais sensibilidade à luz, maior separação entre cada fotodíodo e menos possibilidade de contaminação de cada pixel adjacente por luz que “transborde” de outro pixel, o que geralmente provoca detalhes “difusos”. Claro que o tamanho é um desafio muito difícil de gerir no espaço limitado dos smartphones e, com o Xiaomi 12S Ultra, a Xiaomi introduz o maior sensor fotográfico de sempre num smartphone, com uma verdadeira proeza de engenharia de precisão.
O primeiro da sua espécie
Falamos obviamente do IMX989, sensor da Sony que se estreia no mercado neste smartphone e que deverá manter-se um tesouro raro no mundo mobile, porque nem todos os smartphones terão espaço para um sensor com uma brutal polegada de diagonal, ou 2.54cm. Para fazer incidir uma imagem numa àrea tão ampla, com a profundidade tão reduzida de um smartphone, é preciso alguma engenharia ótica de topo.
Por isso, para acompanhar o sensor, a Xiaomi optou por um set 8P, com a assinatura da Leica e que, além dos 8 elementos óticos conta com revestimentos avançados para reduzir reflexos e aberrações cromáticas, incluindo um filtro para luzes infravermelhas. Houve claramente um esforço fantástico para tirar o máximo proveito deste sensor de 50MP que no seu modo de binning 4×1 gera pixéis de 3.2 micrómetros de dimensão, os maiores da indústria.
Esta extraordinária câmara principal mais do que justifica o enorme módulo fotográfico, necessário para acomodar um hardware de dimensões semp precedentes num smartphone. É um arranjo bonito e impressionante, e tenham muito medo de expor tamanha superfície de vidro aos vossos bolsos inclementes carregados de moedas e cotão.
Entretanto, o sensor principal é acompanhado do mesmo IMX586 de 48MP do Xiaomi Mi 11 Ultra para vez de câmara ultragrande angular, mas também para zoom, num terceiro sensor disposto com um arranjo periscópico. Apesar de a resolução ser quase de 50MP, o binning 4×1 gera pixéis de 1.6 micrómetros, metade das dimensões das que encontramos no sensor principal. Impressionante.
O hardware não explica tudo. A Leica implementou o modo “autêntico” para imagens mais naturais, além de diversos filtros com estética Leica, mas também o modo “vibrante” que como o nome indica, é capaz de fornecer o tipo de coice nas fotografias que podem preferir os amantes das redes sociais. Não podia deixar de existir também a possibilidade de capturar imagens em ficheiros DNG de 10 bits ou HEIF de 8 bits.
Do lado do vídeo, temos a estreia de gravação em Dolby Vision HDR, com vídeo de 10 bits h.265 e espaço de cor Rec.2020.
Só falta mesmo um obturador físico!
Um ecrã ao nível das fotografias
Um mau ecrã arruina qualquer fotografia. Para fazer justiça às imagens de qualidade que quer colocar no mundo, a Xiaomi escolheu um bonito E5 Super AMOLED de 6.73″. Este ecrã tem, no papel, predicados fabulosos, como a resolução 3200 x 1440 com AdaptativeSync capaz de variar a taxa de atualização entre 1 e 120Hz.
Seria um desperdício não termos um bom par de altifalantes estéreo e por isso é mesmo o que temos a bordo, com a assinatura Harman Kardon com suporte Dolby Atmos.
Só o melhor para este telemóvel
Joga, navega, cusca, ou vê a tua série favorita. Não há limites para o Xiaomi 12S Ultra, com um coração onde bate o melhor e mais potente processador do mundo Android, na forma do Snapdragon 8+ Gen 1, coadjuvado com um máximo de 12GB de RAM e 512GB de armazenamento UFS 3.1.
Sob este hardware há uma bateria de 4860MmAh típicos, com carregamento de 67W com fios e 50W sem fios, com carregamento inverso de 10W. O carregamento com fios não é o mais rápido que a Xiaomi já mostrou, mas não é exatamente um problema, considerando que os 50W sem fios serão realmente o ponto mais importante para muitos.
Há, obviamente, muita potência aqui e por isso temos um mecanismo de refrigeração por líquido de ação capilar para aumentar a circulação de ar quente e dissipação. Entretanto, numa solução inovadora, a Xiaomi coloca a bordo tanto o Surge P1 para controlar o carregamento e proteger a sua vida útil, enquanto o Surge G1 controla estritamente a bateria para otimizar o consumo energético e aumentar a autonomia, para fazermos o que queremos, sem pensarmos que a diversão pode acabar.
Tudo fechadinho num corpo com IP68 para proteger todos os componentes de qualquer intromissão líquida ou sólida.
Em suma, o Xiaomi 12S Ultra é um smartphone fenomenal, que muda muito e sobe a fasquia do jogo. É provavelmente o telemóvel que te fará ponderar se ainda queres comprar aquele outro ou esperar.
Mas, muito infelizmente, estará disponível apenas na China. Se ficas ansioso por saber o que a Xiaomi e a Leica podem fazer juntas, não vais ficar à míngua para sempre, claro. A marca diz-nos que a parceria com a Leica tem efeitos a longo prazo e não se resume aos Xiaomi 12S Series. Há, por isso, esperança de equipamentos Xiaomi Leica na Europa, num futuro previsível.