O Sony Xperia XZ3 é a mais recente criação da Sony, apresentada durante a IFA de Berlim, e representa um conjunto de novidades interessantes no historial da Sony. Basta pensarmos que é o seu primeiro smartphone com ecrã OLED, mas mantém igualmente uma elevada qualidade de construção e hardware de topo no seu interior. Se bem que em termos de hardware os Sony sempre estiveram acima de qualquer dúvida, vamos ser francos e considerar que, durante alguns anos, a Sony certamente estagnou. Digo-o como um fã incondicional do design Omni Balance da Sony, e um céptico do novo Ambient Flow, mas a verdade é que no caso do Xperia XZ3, a Sony fez quase tudo bem.
A ergonomia
Ao desenhar o Sony Xperia XZ3, a Sony ensaiou uma grande evolução ao Ambient Flow. Todo o dispositivo é pontuado por curvas suaves ao longo dos seus rebordos, tanto no caso do ecrã, quanto no painel de vidro traseiro. A luz dança ao longo dos movimentos do Xperia e molda-se às suas linhas, acrescentando-lhe interesse.
Não me faz confusão ter um smartphone algo mais espesso que a concorrência, considerando que este aspecto fluído e aerodinâmico acompanha perfeitamente a curvatura natural da mão e repousa bem na palma e nos dados. Existem poucos smartphones no mercado mais capazes de transmitir ao tacto uma tal sensação de suavidade no manuseamento
A curvatura do ecrã ajuda igualmente a esconder alguma da espessura dos rebordos, ponto onde a Sony ainda não foi tão longe quanto muitas marcas concorrentes. Digo que a face traseira não é tão rotunda quanto a que vimos no XZ2 e, com isso o dispositivo balança menos sobre a mesa e é mais prático, mas não me canso de repetir isto: o Xperia XZ3 foi pensado para ser manuseado. Foi-o como poucos, e isso nota-se.
Design inconfundível
O Sony Xperia XZ3 é o tipo de smartphone que sobressai em qualquer prateleira, graças ao design perfeitamente atípico em 2018, um ano de muitas cópias, homenagens e decalcagens, por vezes com fraca ou nenhuma diferenciação. A certa altura, quase todos os smartphones numa loja eram perfeitamente intermutáveis: em 2018 o design não morreu, mas esteve definitivamente em coma.
Graças às suas curvas arredondadas, o Xperia XZ3 é certamente espesso, com uma profundidade máxima de 9,9mm, mas a curvatura das superfícies significa que mantém toda a sua elegância. Noutros detalhes, o Sony Xperia XZ3 é francamente prático.
Por exemplo, o tabuleiro para os cartões SIM e microSD pode ser facilmente aberto sem recurso a uma chave, e isto foi feito sem comprometer a certificação IP68 do corpo. Funcionalidade sem desculpas.
Outro exemplo fácil será a presença da tecla física para iniciar a câmara e capturar imagens.
Do lado do ecrã, o OLED de elevada qualidade do Xperia XZ3 tem como característica mais visível a ausência de qualquer notch, para um aspecto simétrico muito agradável e também aqui prático: os rebordos são justificados pela presença dos altifalantes frontais e o risco seria um notch excessivamente profundo e desagradável.
Nas laterais, a Sony implementou o Side Sense, dando à curvatura do ecrã uma função útil, em vez de ser uma implementação meramente estética. Tenho visto inúmeras queixas quanto à inconstância do Side Sense, mas não partilho da opinião: o toque deve ser dado no rebordo negro, não no ecrã e funciona 100% das vezes que o tentei. Deslizar ao longo desta lateral também facilita a navegação no browser, ainda que preferisse a possibilidade de navegar para a última página e para a página seguinte.
Regressando à traseira, o design coloca a câmara quase ao centro, centrada ao longo da vertical do Xperia, o que tem a virtude de a colocar longe dos dedos quando seguramos o equipamento na horizontal. Este posicionamento é simplesmente mais eficiente que o mais usual na esquerda superior!
E o que a Sony fez mal
Não há bela sem senão, e o design do Xperia tem um problema grave no modo em como o leitor biométrico é colocado a meio do equipamento, sendo difícil chegar-lhe. Frequentemente iremos colocar o dedo na câmara. Não é particularmente confortável e o ideal será a sua deslocação mais para cima. Não será para mim um deal breaker, porque há francamente coisas piores num smartphone.
Conclusão
Não será muitas vezes que teremos a oportunidade de ler coisas positivas sobre a Sony. A marca tornou-se o alvo favorito de uma imprensa tecnológica deslumbrada pelas marcas Chinesas e pelos brindes, à procura de conteúdos dissonantes. A Sony não é graxista nem está na moda, e presta-se a ser destacada da manada.
Mas, com o Sony Xperia XZ3, a Sony pode bem ser destacada por um design muito bem conseguido no ano de todas as imitações, e as curvas do XZ3 são das mais reconhecíveis e mais ergonómicas do ano. Este é apenas um dos pontos que faz do XZ3 um dos melhores smartphones do ano.
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