A palavra-chave sobre a crise que envolve a divergência entre Huawei e governo Americano é “incerteza”. Embora a Huawei tenha dado garantias de que os seus utilizadores não sentirão este embargo, e os EUA tenham adiado o ban por 90 dias, potencialmente suficiente para resolver os problemas, a incerteza começa a ter impactos mais visíveis nos parceiros da Huawei, com a Japonesa Ymobile a adiar o lançamento no país do Huawei P30 Lite.
Curiosamente, a Ymobile está nas mãos do SoftBank, detentor igualmente da ARM Holdings que, sabemos agora, cortou os laços com a Huawei, pelo menos até que este diferendo esteja resolvido. Para a SoftBank, trata-se de compreender se os seus clientes poderão utilizar o P30 Lite em segurança. Ou seja, se os seus clientes terão um dispositivo com suporte e actualizações, e totalmente funcional. A mesma operadora continua a avaliar o lançamento do Huawei P30 Pro pelas mesmas razões.
Há sinais do alastramento destes receios a outras operadoras Japonesas, com a NTT Docomo a indicar que está em cima da mesa deixarem de aceitar encomendas para o ainda por lançar Huawei P30 Pro. De igual modo, a KDDI Corp indicou que o lançamento do Huawei P30 Lite estava em suspenso.
O Japão não é um mercado particularmente significativo para a Huawei, mas o perigo destas decisões se espalharem a outros mercados é real e contribui pouco para a segurança dos utilizadores. Não temos dúvidas neste momento de que as acusações são essencialmente infundadas, e o “drama” tecnológico da Huawei deve ser visto como um exemplo do que pode correr mal quando ideologias e interesses obscuros permitem a uma nação chantagear um negócio privado com danos desta dimensão.
Mas é também um exemplo de como os monopólios podem ser extremamente destrutivos, caso um se veja manietado desta forma. No fim de tudo, talvez a EU tenha estado correta na tentativa de cortar a dominância da Google nos serviços mobile.