Alguma coisa está claramente a mudar na Samsung e se a marca continua a dominar as vendas premium com o seu Galaxy S9, a gama média é hoje em dia um terreno muito mais acidentado, onde para cima de uma dezena de concorrentes procuram uma fatia do bolo. A Samsung apostou por isso forte com os seus equipamentos mais baratos para 2018, nas gamas J e A, levando-me a considerar o Samsung Galaxy A8 um dos seus melhores smartphones de sempre. O Galaxy A8 é potente, repleto de funcionalidades e um Galaxy S8 em miniatura, mas também é um dispositivo caro. A alternativa para quem quer um Galaxy A sem romper o fundo da carteira é o Galaxy A6, um híbrido das gamas A e J, que parece ter muito para interessar.
Ficha Técnica
- Processador: Exynos 7870 Quad-core a 1.6GHz
- Memória: 3GB de RAM, 32GB de armazenamento interno;
- Câmara principal: 16MP f/1.7;
- Câmara frontal: 16MP f/1.9 com flash;
- Ecrã: 5.6 polegadas HD+, 18.5:9
- Sistema operativo: Android 8.0 Oreo
- Bateria: 3,000mAh;
- Conectividade 4G: sim;
- Leitor de impressões digitais: sim
- Rádio: sim
- NFC: Sim
- Bluetooth 4.2
- Carregamento rápido: não
Design bem conseguido
Poucos telemóveis têm tanto um pé numa família e o outro noutra quanto o Galaxy A6. O A7 mostra detalhes tanto do excelente design dos Galaxy J 2018, quanto do Galaxy S9. Assim, o painel traseiro é feito de uma única peça de alumínio excepcionalmente acabada e com curvas subtis, onde se destacam as antenas em U, mas também o módulo da câmara e leitor biométrico reminiscentes do Galaxy A8. O módulo é praticamente igual ao presente nos mais caros S9, mas com mais metal à volta, discretamente menos refinado.
Tal como nos Galaxy J, o A6 mostra uma tomada micro-USB na base e o altifalante encontra-se na superior da lateral direita, uma excelente posição para evitar que o volume seja abafado enquanto seguramos no dispositivo. Por falar neste ponto, este equipamento é bastante ergonómico e confortável na mão, característica inegável da gama J. O Galaxy A6 consegue, ainda assim, ser mais compacto que os Galaxy J5 e J7, com rebordos muito mais reduzidos para ser ao mesmo tempo menos longo e mais estreito. A porta micro-USB é sem dúvida um ponto onde nos apercebemos que este não é um puro A.
Na frente, o Galaxy A6 recupera o Infinity Display que se generalizou nos Galaxy de 2018. O painel é uma unidade Super AMOLED de 16 milhões de cores com resolução 720 x 1440 e se a baixa resolução pode parecer problemática, não o é, não com um ecrã destas dimensões algo compactas para os padrões actuais. Tudo somado, o Samsung Galaxy A6 é muito difícil de distinguir de qualquer elemento da gama J e essa será uma virtude, tendo em conta o design agradável e inconfundível da família.
A destacar
O ponto que mais salta à vista no Samsung Galaxy A6 é a qualidade geral da construção e dos componentes, com o o dispositivo bem construído e sólido. O ecrã de 5.6 polegadas, não obstante possuir apenas resolução HD+, tem bons contrastes e cores sólidas, mobilizando a mestria da Samsung no fabrico deste tipo de ecrãs.
A Samsung Experience é uma excelente interface, ainda que não seja particularmente amada por quem prefere um look mais limpo, mas é claramente um produto polido e bem pensado, com amplas possibilidades de configuração ao dispor dos utilizadores e uma simples e eficaz navegação por gestos que agiliza toda a utilização do dispositivo. Para os mais interessados em segurança, o A6 mantém uma boa parte das implementações dos seus parentes mais caros, com imagem de arranque protegida pelo Knox ou pasta segura, entre outras implementações de segurança.
No entanto, a fotografia é mesmo o ponto mais alto do Galaxy A6. As câmaras dos Galaxy encontram-se sempre entre as melhores nos seus segmentos, e o A6 mobiliza a mesma câmara do Samsung Galaxy A8, uma unidade de 16MP com abertura f/1.7 para melhor performance em baixa luminosidade. Os pixéis são limpos e a qualidade geral das imagens parece-me entre as melhores do segmento. A câmara inclui ainda a Bixby Vision para reconhecimento de objectos e locais e só peca pelas muito limitadas opções manuais.
À frente, uma câmara de 16MP f/1.9 também promete boa performance nas selfies, mas será talvez mais interessante o desbloqueio facial que funciona relativamente bem, embora o leitor biométrico na face traseira seja igualmente eficiente e ainda mais seguro.
O processamento fica a cargo do Exynos 7870, um octa-core a 1.9GHz cuja performance pode ser comparada à do Snapdragon 450, e se revelará algo inferior à do Snapdragon 625. Fabricado numa litografia de 14nm, o Exynos mostrará um bom comportamento em termos de eficiência energética e aguenta até agora jogos com alguma dignidade. Asphalt 9: Legends incluído, e tendo em conta o peso deste jogo, que corra razoavelmente bem aqui significa que não faltarão jogos para escolher.
Expectativas
O Samsung Galaxy A6 é decididamente um híbrido que confunde pontos da família Galaxy J com outros dos Galaxy A, e por isso tem um público bem específico que se preocupa com a qualidade multimédia patentes num bom ecrã e excelente câmara, mas não tanto com potência absoluta em termos de processamento. Acaba assim por ser um dispositivo equilibrado para quem quer um Samsung com boas capacidades sem puxar muito pela carteira.
Fiquem atentos às nossas páginas para a análise completa a este Galaxy A6.