É algo muito simples para qualquer utilizador: desligar os serviços de localização de qualquer Android. Pensaríamos que isso bastaria para manter o nosso smartphone no mais perfeito anonimato. Mas não: a Google recolheu informação de localização dos dispositivos Android. Mas há um twist.

E o twist é que, segundo confirmou a Google ao Quartz, os dados recolhidos não estão abrangidos nos serviços de localização. Por outras palavras, a Google não recolheu a nossa localização contra a nossa vontade expressa, porque são dados em que não tivemos voto.

A situação não é tão grave quanto possamos pensar, já que os dados recolhidos referem-se à localização nas torres celulares e são anonimizados e encriptados, pelo que uma intercepção destes dados não iria expor o utilizador.

A Google terá começado a recolher os códigos dos acessos das antenas em Janeiro, como forma de melhorar o serviço de entrega de mensagens, mas não terá avançado com a ideia e já abandonou a recolha.

Não é grave, repito, mas levanta dúvidas quanto à facilidade com que os nossos dispositivos emitem dados dados que, subitamente passam a ser recolhidos.

Este percalço coloca também em dúvida a nossa ilusória noção de privacidade, mas quanto a mim também coloca em causa algo mais profundo que é a noção de propriedade. Depois de pagarmos várias centenas de euros por um smartphone, o mínimo que deveria acontecer seria a nossa possibilidade de bloquear toda e qualquer alteração aos dados que daí são obtidos sem o nosso conhecimento tácito.

No entanto, o mero modelo de funcionamento do mundo mobile dita que cada um de nós compra fundamentalmente a carcaça física, e os serviços continuam ao sabor dos seus criadores. De facto, por vezes nem da carcaça somos donos. Perguntem aos donos do Note 7.

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