Compacto, refinado, protetor com o seu ecrã Sure View, o HP EliteBook x360 1040 G7 é o incorporar do portátil executivo, sempre disponível para um relatório rápido, uma análise de dimensionamento de recursos, uma apresentação para parceiros de negócios ou colegas de equipa. O seu exterior segue a tendência dos EliteBook, Spectre e Envy de serem visualmente inconfundíveis e invejáveis. Um espectro de elitismo a pairar sobre a concorrência, por assim dizer.
Mobilizando o seu design e construção, o HP EliteBook x360 1040 G7 simboliza o portátil de prestígio do executivo consumado, facilmente se colocando no pináculo dos portáteis de gama alta para consumidores empresariais. A aposta no segmento empresarial trouxe processadores Intel Comet Lake vPro que à data do lançamento, eram os mais recentes no mercado, com os Tiger Lake com vPro a chegarem mais tarde. O luxo de materiais e acabamentos do HP EliteBook x360 1040 G7 não chega por isso sem este compromisso que limita este impressionante portátil do ponto de vista gráfico.
Vejamos o que tem para oferecer?
Configuração (como testado):
- Processador: Intel Core i5-10210U Comet Lake-U
- Gráfica: integrada, Intel UHD Graphics 620
- Memória, 8GB de RAM LPDDR4 2933MHz, 256GB SSD
- Ecrã: IPS de 14″ 1920 x 1080 16:9, 60Hz com Corning Gorilla Glass 5
- Bateria: 54Wh
Sofisticação é o meu nome
O HP EliteBook x360 1040 G7 tem um design típico dos equipamentos de gama alta da família EliteBook, o expoente máximo dos portáteis empresariais da HP. E isso mostra-se: construído que é quase inteiramente em metal, o EliteBook tem o toque frio e sólido do metal para uma sensação de robustez elegante que é apena estar disponível apenas em prateado. As linhas do portátil são cortadas em diamante e criam um perfil fino e requintado, rico em ângulos e linhas de interesse e ângulos de fuga.
O resultado é delicioso, tanto do ponto de vista visual, quando do ponto de vista tátil, e nem por isso pesado, já que na sua configuração de base, o EliteBook pesa 1.32Kg: difícil de bater.
A solidez é certamente um ponto importante num portátil conversível, e o EliteBook x360 tem uma muito agradável solidez, com as dobradiças a exibirem movimentos bem equilibrados, oferecendo a dose certa de resistência, para se manter em posição sem grandes oscilações, mas para ser igualmente fácil posicionar o ecrã em qualquer ângulo com um movimento suave. Sem fletir ou ranger, este chassis é irrepreensível.
Com o seu ecrã de 14″, o HP EliteBook x360 1040 G7 está numa posição intermediária num mundo de portáteis 2-em-1 onde o ecrã de 13.3″ é mais frequente. O EliteBook tem, no entanto, dimensões comparáveis a um portátil normal de 13 polegadas, graças a rebordos muito reduzidos em torno do ecrã. Apesar destas linhas compactas, temos excelente conectividade, incluindo duas portas USB-A e uma HDMI que nem sempre estão presentes nos equipamentos mais compactos. A conectividade inclui ainda duas portas USB-C e um jack de áudio.
O lado direito parece certamente mais recheado de portas que o lado esquerdo e isso é porque em alguns mercados e versões, entre a saída de áudio e a ranhura para o cadeado de segurança temos uma ranhura para um cartão SIM e para o extra da conectividade LTE. Mesmo sem esta, o EliteBook oferece boa conectividade com WiFi 6 e Bluetooth 5.1.. Notem que uma caneta ativa pode ser fixada magneticamente nesta lateral quando não esteja em utilização no ecrã.
Perguntam-me onde está o leitor de cartões de memória e a resposta é que não está. A HP prefere salvar esse espaço extra e utilizar a funcionalidade QuickDrop que utiliza emparelhamento com outros dispositivos para transferência de ficheiros via Wi-Fi. É rápido e eficiente, embora o caso possa ser discutido a favor da manutenção de cartões de armazenamento para diversas aplicações.
Performance e experiência de utilização
O HP EliteBook x360 1040 G7 foca-se principalmente na ultraportabilidade, se bem que não fazendo grandes compromissos em termos de hardware. Assim, temos a bordo do nosso exemplar um quad-core Intel Core i5-10210U, portanto de 10ª geração, e este é um processador muito capaz para trabalho de carga média, portanto para o tipo de trabalho que esperamos de um regular quadro médio ou alto numa empresa. Será perfeitamente hábil da digestão de folhas de cálculo, gráficos e tratamento de dados, com ampla folga para os usuais relatórios e dashboards. É acompanhado de 8GB de RAM e 256GB de armazenamento interno.
A principal desvantagem deste chip é a gráfica Intel UHD Graphics, que fica muito aquém da performance muito mais destacada das novas Iris Xe, como a que encontramos no HP Pavilion 15 e que oferece um desempenho gráfico substancialmente melhor. Como já disse, a HP tem boas razões para equipar este EliteBook com processadores Intel de 10ª geração: os processadores Intel vPro de 11ª geração só chegariam posteriormente, mas para o posicionamento deste equipamento a plataforma vPro era fundamental.
E fundamental pode ser a tecnologia vPro para as empresas com um frota de laptops, já que oferece facilidades acrescidas de gestão e manutenção à distância, além de uma maior agilidade na interação com os departamentos de TI. Tipicamente, os equipamentos vPro oferecem segurança e estabilidade adicionais pelos quais as empresas podem querer pagar, enquanto que para o utilizador particular, uma opção sem vPro pode ser mais atraente.
Consistente com isso, se o valor de 3580 pontos no PCMark 10 é bastante aceitável, o Time Spy do 3D Mark dá-nos uma pontuação francamente anémica de 472 pontos, muito aquém do que uma Iris Xe seria capaz de fazer atualmente, limitando este fantástico portátil a tarefas não gráficas, muito menos podemos considerar jogos de alguma magnitude. Atenção: esqueçam os jogos em qualquer portátil com Intel UHD a bordo, independentemente da marca. Ponto final, e não pensem que a principal concorrência oferece melhor.
Ainda assim, face aos novos processadores Tiger Lake, o Comet Lake-U aqui presente marca passo. É mais do que suficiente para as aplicações Office que vamos utilizar a maior parte do tempo, mesmo que a ventoinha frequentemente sopre para nos lembrar que estamos a puxar pela máquina, mas a performance gráfico é muito limitada. Se o vPro é fundamental não têm assim tantas opções ainda hoje e tinham nenhuma quando este equipamento foi lançado, o que coloca a performance noutra perspetiva.
No lado positivo, se a ventoinha frequentemente se faz ouvir é porque a HP não sacrificou a performance ao silêncio e o sistema de arrefecimento parece-me muito eficiente, atirando o ar por duas saídas traseiras simétricas na face traseira, passando a maior parte do ar quente por baixo do ecrã. O aquecimento que se dá é razoavelmente distribuído pela zona do teclado, sem termos zonas que cheguem a ser desconfortáveis.
Teclado à prova de empresas
Continuo a preferir um teclado de tamanho completo e, por isso, tendo para os ecrãs de 15″, mas se há algo que posso dizer sobre o teclado do HP EliteBook x360 1040 G7 é que é confortável e tem um som seco muito discreto, parcamente audível, que me dá alguma confiança na utilização em local de trabalho ou em locais que pedem discrição.
A solidez e estabilidade do chassis são claramente uma das partes mais importantes destas prestações, já que a plataforma não cede, nem mostra tendência para ruídos parasitários.
Se olharmos para o setup do teclado com mais atenção, encontramos diversos elementos de destaque, como a “tecla” para leitura da impressão digital, e que se confunde com uma tecla normal: a HP quer que tudo se concentre neste teclado, sem elementos no apoio de mãos ou no trackpad.
Na fila do topo encontramos depois outras teclas muito interessantes, a começar pela tecla do Sure Shutter, uma implementação que tapa a webcam atrás de uma cobertura com um único toque, garantindo maior privacidade sem dificuldades. À sua esquerda encontramos a tecla programável da HP e, ainda mais à esquerda, a tecla de silêncio do microfone. Mais um vez, a palavra-chave aqui é “privacidade”. A HP quer dar-nos essa paz de espírito adicional de nos permitir fechar qualquer possibilidade de captura de imagens ou áudio a partir do telemóvel, tudo com um único toque, cumprindo bem a sua vocação executiva. A tecla F12, depois é programável com macros para um toque extra de produtividade.
Que mais dizer sobre o teclado, exceto que é muito confortável e fácil de utilizar? O movimento das teclas poderia ser mais leve, mas é bem amortecido e não me parece que vá provocar fadiga no curto prazo. É confortável, com as suas teclas de dimensões amplas. O agenciamento do espaço disponível é até bastante hábil: as colunas estéreo B&O nas laterais estão bem localizadas sem comprometerem a área do teclado onde há espaço mesmo para uma tecla Enter vertical e uma fileira dedicada às teclas de navegação. As teclas do cursor, por outro lado, seguem a regra da simetria e as teclas acima/abaixo podem ser fáceis de confundir. Longe de ser um problema.
Já o trackpad segue a mesma filosofia que temos visto nos trackpards da marca, com uma área muito abrangente para um portátil compacto, e uma excelente leitura dos toques, além de um clique muito agradável e discreto, um detalhe importantíssimo, já que muitos portáteis têm botões de trackpad muito ruidosos.
Precisam mesmo do Sure View?
A nossa versão do HP EliteBook x360 1040 G7 é um puro-sangue executivo, e como tal, inclui o revestimento Sure View que pretende proteger a privacidade e salvaguardar dados sensíveis de olhares alheios em locais públicos como restaurantes ou transportes. O que este revestimento fosco faz é limitar o ângulo de visão do ecrã, desfocando os detalhes aí exibidos de tal forma que alguém ao nosso lado terá dificuldades em obter dados concretos. Além do revestimento, o software pode ser ativado ou desativado, sendo que quando é ativado reduz o brilho máximo do ecrã, o que explica que possamos escolher um ecrã normal de 400nits ou este ecrã Sure View com um brilho máximo de 1000nits.
Bom, e este é o centro da questão: a implementação certamente protege de olhares alheios os dados constantes no ecrã, mas ao baixar a luminosidade também dificulta a leitura destes dados em condições de elevada luminosidade. Há também algo a perder com o revestimento, já que os ângulos de visão se tornam muito restritos e, apesar de, na posição ideal, perceber que este ecrã tem cores vibrantes e excelentes contrastes, essa “posição ideal” é muito limitada. Um pouco mais de inclinação e desvio e perdemos nitidez. Com as suas dimensões, podemos mesmo observar uma certa vinhetagem ao redor do ecrã, que será fácil de notar se quisermos ler um relatório, um eBook.
Desta forma, o ecrã Sure View deve ser considerado por quem tem certeza de que necessita das suas capacidades, consciente que irá limitar a qualidade dos gráficos para quem necessitar de ver multimédia no ecrã, e limitará igualmente as situações em que seja necessário colocar várias pessoas a observar dados no ecrã.
Portanto, o Sure View na verdade complica a nossa avaliação de quão bom é este ecrã. As cores são boas e os contrastes muito razoáveis, o ecrã em si altamente responsivo aos gestos e à caneta. Com as dimensões 16:9, o EliteBook será um tremendo laptop multimédia, mas temos mesmo de estar a ver o ecrã do ângulo certo, e consigo ver onde o formato 16:9 é fantástico para quem quiser passar algum tempo com eBooks e publicações, mas também com filmes ou séries, tirando proveito do áudio muito razoável das colunas B&O.
Se sabem que vão querer aproveitar este portátil para consumirem muitos conteúdos nos tempos livres, a versão sem Sure View pode ser extremamente atraente.
Autonomia despreocupada
Estou francamente mal habituado aos equipamentos Tiger Lake com uma excecional prestação energética e, face a isto o EliteBook não sei sai de todo mal. O modelo testado tem uma bateria de 54Wh, sendo que a versão com mais especificações com um hexa-core i7 pode ter uma bateria significativamente maior, com aproximadamente 78Wh e que me parece ser uma opção para maratonistas. Digo-o porque com o setup da nossa máquina, não tive qualquer problema em utilizar o portátil o dia todo sem necessitar de o carregar ao chegar a casa para continuar a trabalhar.
Conseguem tirar 8 a 9 horas de trabalho normal deste portátil, o que me parece um louvor à gestão energética dos HP, considerando que a bateria não é “enorme” para os padrões atuais.
Conclusão
O HP EliteBook x360 1040 G7 é um laptop empresarial consumado. É o tipo de portátil feito para ter uma performance à prova do escritório, enquanto faz o que tiver que fazer com um estilo impressionante. E cheio de estilo é-o de facto, com as suas linhas dinâmicas e esguias num chassis excelentemente rematado que não dá de si, que o utilizamos como portátil ou tablet.
Quando pensamos nisto tudo, mais a excelência do teclado e a bateria com duração convincente, é impossível não recomendarmos o HP EliteBook x360 1040 G7. A HP fez aqui um fenomenal trabalho, criando um portátil que é delicioso de utilizar e nos transmite segurança, confiança. Mas ponderem se o Sure View é mesmo necessário, considerando o efeito que tem na utilização multimédia, e o preço não é muito atraente, se olharmos à performance gráfica pedestre que limita o potencial total deste portátil. Se poderem abrir um pouco mais os cordões à bolsa, apostem mesmo nas configurações com Core i7 e bateria de 78Wh, pois parece-me que sairão a ganhar em toda a linha.