A Samsung não chegou onde chegou no mundo mobile sem alguns dos melhores equipamentos da última década, e o recente Samsung Galaxy A8 está certamente entre essa longa lista de smartphones de elevada qualidade. Com apontamentos que invocam duas gerações de Galaxy S, o Galaxy A8 oferece excelente performance aliada a inquestionável qualidade de construção.
O design do Galaxy S9 para as massas
O Galaxy A8 foi um pioneiro de alguns apontamentos de design que agora reconhecemos nos Galaxy S9 e Galaxy S9+. Por exemplo, a posição dos módulo fotográfico e leitor biométrico numa posição bem mais confortável e óbvia do que a que encontramos no Galaxy S8.
Ao longe, confundir o Galaxy A8 com o Galaxy S8 ou o Galaxy S9 é fácil, se bem que ao perto percebemos que o A8 não possui o ecrã arredondado dos dois equipamentos de gama superior. No entanto, com um perfil bastante esguio, o Galaxy A8 mostra ainda uma excelente atenção aos detalhes, com os elementos bem integrados e acabamentos irrepreensíveis. De particular interessa é a colocação do altifalante na lateral direita, ao estilo dos Galaxy J, o que impede que abafemos o som acidentalmente durante um jogo ou vídeo.
O módulo fotográfico, entretanto, tem melhor aspecto ao vivo que em qualquer render ou imagem, com curvatura subtil que é uma réplica das formas gerais do Galaxy. Com o leitor biométrico logo abaixo, este encontra-se numa posição fácil de encontrar e utilizar.
Experiência de utilização
A utilização do Galaxy A8 é amplamente melhorada pela utilização de materiais de elevada qualidade, começando pelo ecrã AMOLED que oferece impressionantes ângulos de visão e luminosidade. Nem todos gostam do look saturado dos ecrãs AMOLED da Samsung, mas convém aqui não esquecer que temos sempre a possibilidade de ajustar o perfil de cor, para uma representação tonal mais realista e quiçá mais exacta.
De resto, o ecrã revela-se muito bom em diversas condições de luminosidade com boa visibilidade à luz do dia e absolutamente irrepreensível em termos de ângulos de visão. Incluído está, obviamente, o Always On, uma das melhores implementações para os ecrãs AMOLED, já que nos permite verificar informações importantes (configuráveis) sem ligar por completo o ecrã. Porquanto falemos de um OLED e os pixéis pretos estejam desligados, a luminosidade pode sempre tornar-se algo desconfortável, pelo que aconselho a que utilizem um horário durante a noite ao longo do qual o ecrã esteja realmente desligado.
Com o seu rácio de 18:9, o ecrã não deixa de ter algumas particularidades que convém relembrar, nomeadamente o facto de muitos filmes ou videoclips, mesmo jogos, não terem ainda essa proporção. Podemos, no entanto, redimensionar a maioria das apps para recorrerem à largura total do ecrã.
Sabia que?
O ecrã 18:9 é ideal para ler documentos longos na vertical, compor documentos com menos ecrã “roubado” pelo teclado virtual, ou para trabalhar com apps lado a lado no modo horizontal.
Para quem gosta de Android puro, a interface do Galaxy A8 poderá ainda ser do desagrado de alguns. No entanto chegamos àquele ponto em que a skin é bastante fluída e tem a vantagem de permitir amplas configurações possíveis, não menos importante sendo as de segurança que dão ao utilizador um amplo controlo sobre como proteger o seu dispositivo em caso de roubo ou extravio.
O que é impressionante no Samsung Galaxy A8 (e o que não é): review preliminar
Ponto de destaque deve ir para o Exynos 7885. O octa-core da Samsung adopta uma arquitectura pouco usual em smartphones, mas a combinação de componentes modernos e núcleos poderosos surpreende pela positiva. Especificamente, os chips octa-core costumam optar por uma arquitectura simétrica 4 x 4, mas o Exynos 7885 inclui 6 núcleos Cortex A53 num cluster e 2 Cortex A73 noutro cluster, destinado às solicitações que requerem potência extra. Deste modo, o Samsung Galaxy A8 consegue ver-se em performance single core ao nível do Snapdragon 660, enquanto acaba por perder algo no global. Na prática, em utilização quotidiana e multitasking, o A8 terá uma vantagem energética ao possuir um elevado número de núcleos A53 para mobilizar antes de ter que solicitar os A73, e consegue um comportamento muito interessante sem sinais de fraqueza neste aspecto.
A performance de pico é suficiente para uma experiência fluída, mas quem quiser um equipamento de gaming poderá considerar a Mali-G71 o calcanhar de Aquiles do Galaxy A8, já que possui uma capacidade gráfica mais perto da do Snapdragon 630 que da do 660. O resultado líquido é, ainda assim, uma boa experiência gaming em jogos como World of Tanks, desde que não coloquemos os gráficos todos no máximo possível.
Nestas condições, a bateria disponível é capaz de aguentar uma boa jornada de trabalho, e o Samsung Galaxy A8 será dos melhores equipamentos nesta classe. Para os trabalhadores intensivos, no entanto, a sua autonomia ainda fica algo atrás de alguns equipamentos concorrentes como o BlackBerry KEYone.
Sabia que?
O Samsung Galaxy A8 2018 tem dos melhores reconhecimentos faciais do mercado para uma câmara sem projector IR. Uma vez registado o rosto, desbloquear o telemóvel demora cerca de 1 segundo na maioria das situações.
Fotografia
A câmara fotográfica principal do Samsung Galaxy A8 é indubitavelmente um dos seus melhores pontos. Com uma abertura de f/1.7, a câmara é simplesmente mais generosa do que a típica câmara neste segmento onde as aberturas são geralmente mais estreitas e menos aptas a condições de baixa luminosidade.
Como é normal na Samsung, o processamento das imagens tem a mão pesada e realça bastante os detalhes, se bem que à custa de alguns artefactos nas transições entre elementos da imagem. É o que alguns podem considerar um resultado pouco natural, mas que fica particularmente bem num ecrã OLED e essa será a intenção da Samsung. A câmara é, de qualquer modo, bastante capaz, com pouca tendência a queimar as altas luzes por comparação à concorrência, e uma apreciável retenção dos detalhes nas sombras, mais que provável resultado da grande abertura e pixéis generosos. Esta é uma câmara cujos resultados simplesmente agradam.
Evidentemente não poderíamos falar da câmara fotográfica do Samsung Galaxy A8 sem abordarmos a Bixby Vision, que nos permite fotografar um objecto e imediatamente procurar por objectos semelhantes. Nesta fase tenho que dizer que a Bixby Vision ainda está longe de ser algo que considere totalmente útil. Os resultados são apoiados pelo Pinterest, e bastante generalistas ao ponto de estarem um pouco por todo o lado e nem sempre consegue ir ao ponto. Em defesa da Bixby Vision, quando confundiu flores de amendoeira com flores de cerejeira não falhou mais do que qualquer um de nós, certo?
A funcionalidade tem já bastantes truques interessantes, como procurar receitas com um alimento (neste caso uma pêra), e o reconhecimento de texto consegue ser excelente porquanto as fontes não sejam estranhas.
Sabia que?
O Samsung Galaxy A8 2018 inclui Live Focus para as selfies, aproveitando as câmaras duplas para ajustar o nível de desfoque artístico pretendido.
Finalmente, a interface é bastante simples e óbvia, com swipes laterais para mudar de modo e swipes verticais para alternar entre as câmaras. O módulo Pro, no entanto, fica muito aquém do que merece algo chamado “profissional”, já que omite controlo manual do foco ou da exposição. Curiosamente inclui a possibilidade de seleccionarmos a fotometria (se queremos medir a exposição no global da imagem ou num ponto específico), que está ausente de modos Pro mais “completos”. Face à excelência do que tem sido a fotografia na gama Galaxy S, a Samsung poderia ter ido bem mais longe no oferecido pela app do Galaxy A8.
Conclusão
Na minha experiência, a Samsung sempre puxou bastante pelo preço dos Galaxy A, e o Galaxy A8 não muda nada essa postura. No entanto a Samsung sabe bem o que o Galaxy A8 é: pura e simplesmente um dos melhores equipamentos de gama média do mercado.
Se a capacidade de processamento é muito interessante, as opções de segurança são excepcionais face a interfaces usualmente mais despidas, ou não tivesse o A8 sido recentemente certificado como Android Enterprise Recommended. É por fora que o melhor do A8 se vê prontamente, o design é dos melhores e mais sóbrios de sempre da Samsung e os acabamentos são irrepreensíveis: o equipamento é bonito, ergonómico, confortável, e funciona exactamente como deve. O mínimo que posso dizer dele é que o Galaxy A8 tem a qualidade de construção que muitas marcas reservam para o seu absoluto melhor.
Mas, pesando as suas virtudes e lacunas, o Galaxy A8 é mais do que um equipamento de consumo: pelas suas dimensões, capacidade de produtividade e amplas implementações de privacidade, este equipamento é por excelência um smartphone para frotas empresariais e todos aqueles que olham para o smartphone como uma ferramenta de trabalho.
[…] Review Samsung Galaxy A8: um dos melhores Samsung de sempre […]
[…] do lado do processamento, o A40 contará com o octa-core exynos 7885, nosso bem conhecido do Samsung Galaxy A8 (2018) e que parece bem focado na eficiência, ao adoptar uma estrutura de 6 núcleos Cortex A53, com […]