Poucos leitores não conhecerão a Wiko. A marca Francesa é das mais activas a nível mundial, com catálogo sempre em expansão que tem vindo a dar sérias mordidas nas vendas de nomes mais estabelecidos. Há alguns dias, a Wiko deu-nos a possibilidade de examinar mais de perto o Wiko Lenny 3 Max e mal podíamos esperar para o tirar da caixa.

  • O panorama geral

Se depende fortemente do seu smartphone ao longo do dia, a bateria é aquele ponto do smartphone que irá invariavelmente desiludi-lo. É para o público para quem a taxa de disponibilidade é tudo que a Wiko desenvolveu o Wiko Lenny 3 Max, sem qualquer pudor de destacar acima de tudo a sua bateria de 4900mAh.

O valor da bateria é a todos os níveis prodigioso, ainda mais se pensarmos em quem larga para cima de €400 para usufruir do privilégio de andar com um smartphone num bolso e um power bank no outro. Será uma versão tecnologicamente deprimente do relógio de bolso do dandy, então muitos de nós não querem ser incomodados por mais um dispositivo no bolso.

Claro que introduzir esta capacidade num smartphone abaixo dos duzentos euros sem perder um grupo equilibrado de características é obra. A tarefa não é isenta de compromissos, e o Wiko Lenny 3 Max exibe uma construção plástica e frugal, sem disfarçar particularmente as junções entre as peças, e uma certa falta de rigidez generalizada. É certamente um smartphone honesto.


Mas há que reconhecer à Wiko o mérito de não se ter limitado a enfiar uma bateria potente num smartphone de design sem apelo nem agravo. Muito pelo contrário, o Wiko Lenny 3 Max tem um design interessante, com o painel traseiro circundado pelas laterais que se estendem até aí, o abatimento do topo e base para minorar a espessura, e a consequente protuberância circular da câmara principal, num toque algo retro de design industrial.

A Wiko não se esqueceu mesmo de colocar um ligeiro alto junto à grelha do altifalante, para que não se abafe quando pousada. Do lado do ecrã, temos uma modernista peça 2.5D que contribui bem para os traços arredondados do Lenny 3 Max, mas com o LCD a estar substancialmente abaixo do vidro propriamente dito, não sabemos se não teria sido mais produtiva a opção por um vidro plano.

  • Mas isto é por fora. E o hardware?

 

Para maximizar a duração da bateria, o Wiko Lenny 3 Max está equipado com hardware de especificações modestas, mas que se mostram bastante positivas, tendo em conta a gama de preço. Por exemplo, o Wiko Lenny 3 Max chega com o relativamente moderno Android 6.0 Marshmallow, e dispõe de 2GB de RAM e 16GB de armazenamento interno, valor muito meritório, e que pode ser expandido com cartões microSD até 64GB.

O processador é um contido quad-core MediaTek MT6580 com GPU Mali-400. Trata-se de um chip antiquado, com quatro núcleos ARM Cortex-A7 fabricados em litografia de 28nm que tem como principais lacunas ser um processador de 32 bits e não possuir compatibilidade com redes 4G. A capacidade 3G dará bem para navegar nas redes de dados, mas não poderemos esperar uma performance de destaque neste campo. Mas destaca-se aqui que possui rádio FM, funcionalidade à qual alguns fabricantes não dão grande importância.

 

Em termos de câmaras, observamos na face frontal uma peça de 2MP sem pontos de grande destaque como seja um flash, enquanto a câmara principal é mais expressiva, com 8MP e autofoco.

Quanto ao ecrã, temos ao nosso dispor uma unidade de 5 polegadas com resolução HD. Não se trata de resolução extraordinária, mas com estas dimensões não esperamos problemas em termos de qualidade da visualização. Os rebordos são algo excessivos, face à estética habitual, mas pelo menos a Wiko teve a excelente decisão de colocar na base as teclas capacitativas, permitindo utilizar o ecrã apenas para o que importa.

Finalmente, não esquecer que se trata de um equipamento Dual SIM com micro SIM e cartão SIM regular.

  • A visão da Wiko da UI

 

A Wiko utiliza uma interface Android própria, que inclui a gaveta das aplicações, ainda que as aplicações principais estejam disponíveis num dos painéis principais. Estas incluem um gestor do telemóvel que permite gerir as aplicações com permissão para iniciarem automaticamente, números na lista negra, actualizações ou permissões do smartphone. Inclui igualmente as típicas apps de vídeo ou música, e ainda uma app de lanterna independente, e não parece incluir grande bloatware. Ponto definitivamente positivo é o gestor de ficheiros, item que por alguma razão é esquecido noutros dispositivos.

Mergulhando um pouco mais profundamente no Wiko Lenny 3, descobrimos que a luz de notificações pode ser programada para se ligar perante alguns eventos e pode ser desligada quando o dispositivo está a ser carregado.

  • Expectativas

 

O Wiko Lenny 3 Max está à venda por um preço variável, culminando nos €149.90. Por este preço, encontramos para já um smartphone modesto que não abdica seriamente de características importantes para manter o seu preço baixo. Mas é a sua bateria generosa que se encontra no centro do apelo do Lenny, pelo menos para os utilizadores menos aficionados de performance de topo.

A vocação do Lenny 3 Max está naqueles que são ávidos consumidores de conteúdos, quer online, quer no próprio smartphone, quer mesmo aqueles que necessitam simplesmente de estar em contacto com qualquer pessoa, em qualquer momento. A grande promessa da sua bateria reside nesta possibilidade ao longo de mais de um dia completo, quando a maioria dos smartphones não aguentará um dia sequer.

Mas esta é precisamente a característica que ainda não testamos a fundo: será que a bateria com os seus galopantes 4900mAh se dará bem com um processador relativamente antiquado?

Até agora, este é um terminal interessante e bem equilibrado que possui boas características face à concorrência. Gostamos dele: não há por onde não gostar, com o que parece ser uma excelente relação qualidade-preço, mas nos próximos dias a Tek Genius vai colocar o Wiko Lenny 3 à prova e ver o que este smartphone verdadeiramente económico vale.

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