A história dos telemóveis e smartphones está repleta de equipamentos que marcam a história dos avanços extraordinários que estes equipamentos fizeram no mundo da fotografia mobile. Desde a primeira câmara a chegar num smartphone comercial em final de 1999 com o Kyocera VP-210, passaram-se duas décadas muito ricas, e às quais a Xiaomi quer agora acrescentar o Xiaomi 13 Ultra, como um marco histórico. O novo smartphone é uma aposta colossal na fotografia mobile avançada, com um total de 4 câmaras de 50MP sob uma lente Leica Vario-Summicron 1:1.8-3.0/12-120 ASPH.

Vamos começar por aqui, pois este ponto, pois para lá de todos os grandes argumentos que Xiaomi coloca neste smartphone, a parceria com a Leica será sem dúvida aquela que mais atrairá os entusiastas – da fotografia em particular. Trata-se de uma parceria a vários níveis, que transcende a mera engenharia das óticas e o frio do software, para se tornar toda uma filosofia de imagem.

No centro das capacidades do Xiaomi 13 Ultra está o sensor Sony IMX989 de 50MP com 1″ de diagonal. Fora o prodigioso do tamanho do sensor, que pode criar pixéis de 3.2 micrómetros com binning de 4×1, esta câmara coloca-se atrás de um diafragma com abertura variável de f/1.9 ou f/4.0, o que permite optar por bokeh mais genuíno ou então fechar a abertura para obtermos uma profundidade de campo mais ampla para um resultado mais nítido.

Esta câmara está cheia de detalhes importantes para falarmos de qualidade fotográfica para lá da mera contagem de pixéis. Conta, por exemplo, com os modos de cor Leica Vibrant e Leica Authentic, cada um com a sua ciência de cor, além de um modo UltraRAW que permite obter ficheiros DNG de 14 bits e 50MP, para uma impressionante maleabilidade na hora de editarmos as imagens num software como o Lightroom, que já tem na calha um perfil de câmara específico para o Xiaomi 13 Ultra. Uma funcionalidade adicional para fotógrafos de rua é a possibilidade de predefinir a distância do foco para tirar fotografias de modo quase instantâneo. Certamente que este bloqueio do foco será uma ferramenta poderosa nas mãos de fotógrafos que se saibam colocar e dará resultados muito interessantes pelo fator da espontaneidade que promove.

O Xiaomi 13 Ultra estará mesmo disponível com diversos acessórios que o transformam numa verdadeira câmara fotográfica de certo modo, com um módulo em jeito de grip com obturador próprio.

Entretanto, não esqueçamos as restantes câmaras. Todas possuem 50MP e utilizam o sensor Sony IM858 em todos os casos. Encontram-se, no entanto, atrás de objetivas completamente diferentes. Começando pela mais próxima, temos uma distância focal equivalente de 12mm f/1.8, capaz de imagens macro a 5cm, a que se segue uma câmara com distância focal de 75mm f/1.8 com OIS e o equivalente a 3.2x zoom. Finalmente, uma câmara com distância focal de 120mm f/3.0 e, portanto, o equivalente a zoom 5x.

Os videógrafos terão uma festa, com o vídeo a poder ser captado a 4K 60p em Dolby Vision e 4K a 24p, gravação em LOG de 10bits e importação de LUT.

Finalmente, uma câmara frontal de 32MP está disponível para aquela selfie especial.

Nos restantes detalhes, o Xiaomi 13 Ultra é inquestionavelmente um smartphone de luxo, que mobiliza o mais recente Snapdragon 8 Gen 2 com 16GB de RAM LPDDR5X e até 1TB de memórias UFS 4.0., criando um impressionante trio de desempenho de topo que será mantido na temperatura ideal por um sistema avançado de refrigeração com câmara de vapor com sistema toroidal capaz de 10W de dissipação de calor. Segundo a Xiaomi, permite tal capacidade a gravação de vídeo 4K 60p sem degradação da framerate por sobreaquecimento.

À frente, o ecrã é uma unidade AMOLED de 6.73″ 3200×1440 com taxa de atualização dinâmica com taxa máxima de 120Hz e mínima de 1Hz, além de taxa de amostragem de toques de 240Hz. O ecrã inclui Dimming PWM a 1920Hz, e compatibilidade Dolby Vision, HDR10, HDR10+ e HLG. Facto muito curioso e útil, este ecrã possui um monitor cardíaco.

Finalmente, olhando novamente para o interior, encontramos uma bateria de 5000mAh com carregamento com fios de 80W e sem fios de 50W.

Saindo do hardware puro e duro, o Xiaomi 13 Ultra mostra um esmerado design que não perde de vista a funcionalidade de ser um smartphone fotográfico acima de tudo, com o seu enorme módulo circular a invocar a estética de uma boa e clássica rangefinder. O painel traseiro recebe um revestimento em pele sintética e eleva-se para abraçar o módulo, acrescentando traços adicionais de interesse, mas que também possui nanotecnologia anti bacteriana.

O Xiaomi 13 Ultra é, no papel, tão perfeito quanto parece ser possível num smartphone moderno. Tem talvez um ponto menos bom: o seu lançamento em Portugal continua pendente de confirmação.

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