O dia esperado chegou e a Motorola perdeu a virgindade do notch, com o anúncio do Motorola P30 e o seu design obviamente inspirado no iPhone X quase ao detalhe, excepto naqueles pontos onde a criação da Apple justifica o seu preço: o reconhecimento facial 3D e o ecrã de rebordos simétricos a toda a volta. Mas além de não ser realmente um iPhone, o P30 pode também não ser realmente um Motorola.

O Motorola P30 possui assim um lábio inferior mais espesso que o resto das margens do dispositivo e um leitor biométrico sob a asa de morcego da Motorola. Destacam-se na face traseira ainda assim as duas câmaras principais, uma Omnivision de 16MP com abertura f/1.8 e uma segunda câmara também da Omnivision, com 5MP e com abertura f/2.2. A presença de sensores Omnivision é um bom indicador de que o Motorola P30 é um smartphone de gama média, mas não me entendam mal: por mais decalcado que seja o design sobre o do iPhone X, o Motorola possui uma excelente linguagem estilística e gaba-se dos mais de 30 processos necessários para obter o acabamento final do vidro 2.5D da face traseira. A cereja no topo do bolo é a versão gradiente Aurora, com a cor a alterar-se conforme a incidência da luz.

Por dentro, e sem surpresas, o Motorola P30 oferece hardware muito interessante, a começar pelo ecrã de 6 polegadas FHD+ 19:9 2246 x 1080, com 6GB de RAM e até 128GB de armazenamento interno. Há ainda a destacar uma bateria de 3000mAh com carregamento rápido e a câmara frontal de 12MP e abertura f/2.0. As câmaras encontram-se carregadas de funcionalidades, incluindo HDR, modo profissional e de retrato com efeito bokeh, graças à já expectável inclusão de inteligência artificial.

Um Motorola só no nome

Chegados aqui, os leitores mais atentos das coisas de tecnologia têm ouvido nos últimos dias rumores de que a marca ZUK da Lenovo poderia voltar ao activo. Pode ou não ser para já, mas o Motorola P30 é efectivamente um ZUK sob disfarce.

O equipamento até pode possuir o nome Motorola, e até tem o símbolo no leitor biométrico, mas o design está tão distante quanto possível do que é a identidade da Motorola. De facto, o Motorola P30 é praticamente idêntico ao Lenovo Z5, partilhando o ecrã, processador e opções de memória, sem falar no design. Última peça neste puzzle é a presença da ZUI 4.0 baseada no Android 8.1, expectável num ZUK ou Lenovo.

Portanto, não obstante a presença reiterada do nome Motorola, o P30 parece ao autor verdadeiramente um ZUK sob outro nome, procurando capitalizar a nome mais imediatamente reconhecível da Motorola para capitalizar nas vendas.

Não obstante a minha resistência a este design derivativo, este pode ser o caminho certo para a Lenovo, juntando um look procurado a um nome reconhecido para conquistar maior fatia de mercado.

Com um preço que ronda os €250, o Motorola P30 pode bem conseguir fazê-lo.

Gostaria que este rebranding efectivo de ZUK para Motorola não se generalizasse, mas com a chegada iminente dos Motorola One e Motorola One Power, este será um desejo meu que não se realizará.

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