Não me choca particularmente que o Facebook saiba a minha localização. De facto, tenho-a ligada para o Face, para várias outras aplicações. O que me choca seriamente é que se eu quiser desligar essa localização, o Facebook continua a utilizá-la para me enfiar publicidade pela goela abaixo. Pior, sugere-me as prendas de Natal que já comprei e preferia que ninguém visse.
Mas vamos por partes. Desligar o acesso do Facebook à localização deveria ser um ponto final, mas não é.
A grande rede social continua a determinar a nossa localização é apanhada pelo Facebook pelo sinal de GPS, e se não tivermos o GPS ligado, o Facebook recorre ao IP, para pelo menos ter uma indicação aproximada.
E sabem aquelas fotografias que ninguém quer ver das vossas viagens de férias compradas com desconto, em que fazem questão de dizer onde estavam, qual o hotel e o que estavam a fazer no momento? O Facebook usa essas informações também.
O Facebook tem uma boa desculpa recolher estas informações: precisa de poder alertar-nos quando a nossa conta seja acedida em locais estranhos e monitorizar informações falsas. Juntando o útil ao agradável, o Facebook aproveita esta informação para mais do que enviar publicidade. Essa é a ponta do icebergue. O interesse aqui não é de todo mostrar-nos publicidade pertinente, é vender a preço de ouro os dados de localização e hábitos de utilizadores a quem pagar mais para obter um público-alvo mais suscetível aos seus anúncios.
.@Facebook admits it. Turn off “location services” and they’ll STILL track your location to make money (by sending you ads). There is no opting out. No control over your personal information. That’s Big Tech. And that’s why Congress needs to take action https://t.co/R1LuLcP1LP
— Josh Hawley (@HawleyMO) December 17, 2019