A tecnologia Bluetooth acaba de dar um grande salto em frente com o anúncio do suporte para a Bluetooth mesh, um padrão de ligação que permitirá ligar dispositivos Bluetooth ao longo de toda uma cidade, milhares de uma vez, não apenas alguns e em curtas distâncias. Com esta actualização, o Bluetooth passa a ser uma tecnologia muito mais atraente para a IoT.

O Bluetooth LE: mesh permitirá criar redes sem fios ao longo de edifícios ou cidades, conectando diversos que podem tirar vantagens deste padrão Bluetooth, nomeadamente o baixo consumo, e a grande capacidade de transmissão de dados. Com cada dispositivo a servir de repetidor, o sinal Bluetooth LE não terá realmente limitações em termos de alcance, e poderemos assistir a sistemas de vigilância de larga escala que não ocuparão as tradicionais frequências destinadas a outros padrões de rede, nem recorrerão às estruturas físicas com cabos que requerem ampla manutenção.

A tecnologia também terá vantagens no nosso lar, já que altera substancialmente o modo como os nossos equipamentos Bluetooth funcionam. Um grande obstáculo às casas inteligentes é mesmo a dificuldade de propagar um sinal em todo o lar, através de paredes e outros obstáculos com um equipamento central a servir de base do sinal. Com a Bluetooth mesh, a malha é repetida e propagada por todos os dispositivos da rede, com o que poderemos obter uma cobertura total sem repetidores dedicados.

E a nível dos smartphones?

Todos os dispositivos Android são compatíveis com o Bluetooth mesh desde que tenham Bluetooth 4.0 ou superior. O problema aqui será o interesse dos fabricantes para actualizarem os dispositivos de modo a que passem a suportar o funcionamento em malha Bluetooth, e francamente não parece que tal acontecerá muito em breve.

Um smartphone Android assim equipado terá no entanto grandes vantagens, já que poderá ligar-se em rede com um número praticamente ilimitado de outros dispositivos, criando redes privadas de partilha de conteúdos, ou servindo de base de ligação à Internet para esses dispositivos. Imaginemos por exemplo uma rede de smartphones empresariais com conteúdos partilhados via Bluetooth mesh em tempo real, sem necessidade de acesso a redes de dados ou WiFi, ou um único dispositivo a servir de gateway para a Internet, emparelhado com os restantes em Bluetoth. O potencial é de facto enorme, mas para já teremos que esperar.

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