O lançamento de um novo smartphone é suposto ser um momento excitante, mas alguma vez um novo smartphone vos deu um mau pressentimento? Eu posso dizer que sim e esse smartphone é o Motorola Moto Z3. Parece ser um dispositivo excelente e, ainda assim, deixa no ar muitas razões para nos entristecermos.
É que o Moto Z3 foi anunciado como o último Motorola Moto Z3, indiciando um futuro muito curto para as MotoMods, e a isso retornarei mais abaixo.
A maior surpresa no Moto Z3 é obviamente a inclusão do Snapdragon 835, fazendo do Z3 possivelmente o último smartphone que veremos no mercado com o chip de 2017, munido além disso de 4GB de RAM e 64GB de armazenamento. É certo: são valores pouco imponentes face à corrida às especificações que as marcas Chinesas tem preconizado, mas temos que ter em conta o contexto do preço: o Moto Z3 terá um preço de $480.
Agora que estamos contextualizados, o equipamento oferece uma boa relação entre especificações e preço, face aos seus concorrentes directos com o mais recente Snapdragon 845.
O ecrã mantém-se o mesmo do Moto Z3 Play, uma unidade de 6 polegadas Super AMOLED com resolução FHD+ 19:9.
As restantes especificações incluem ainda duas câmaras principais de 12MP, uma das quais monocromática, enquanto a câmara frontal apresenta 8MP. Uma bateria de 3000mAh faz a festa.
https://youtu.be/tWaGF1pz1uo
E todavia estou triste
Um pormenor interessante é que a Lenovo anunciou finalmente a MotoMod 5G que estará disponível em 2019 quando a rede 5G da Verizon ficar disponível. Aqui comecei a preocupar-me: o Moto Z3 será um exclusivo da Verizon, com poucas possibilidades de sair do mercado Americano.
Ao juntarmos a este detalhe o facto de estarmos perante o último Moto Z, não posso deixar de sentir um arrepio na espinha e esse arrepio chama-se Motorola One Power.
Ao longo dos últimos anos a Motorola foi aquela “coisa” que a Lenovo fez extremamente bem, com equipamentos sólidos e com uma invejável relação qualidade-preço. Mas, para mim, o melhor de tudo foi que a Motorola manteve um design único e agradável que se foi recusando a seguir tendências ou a copiar os elementos populares. Numa época em que a maioria das marcas desistiram de se diferenciar em termos estilísticos e começaram a jogar pelo seguro, a Motorola manteve-se uma lufada de ar fresco.
Com a certeza de que o Moto X4 não terá um sucessor e o anúncio do Moto Z3 como o último Moto Z3, o autor vê uma mudança de fundo na postura de mercado da Motorola, com a marca a seguir um caminho mais banal, mas seguro, com o design mais derivativo do Motorola One onde não faltam os elementos evocativos do iPhone X e mil vezes repetidos mil vezes este ano.
A Motorola pode estar a preparar-se para deixar de ser a marca que conhecemos, e não vejo isso com bons olhos. E os nossos leitores, o que pensam?
