Honor 8: um ano depois, ainda o mais bonito smartphone do mercado?

Gostos não se discutem, certo? Errado. Um Spitfire, um Pontiac Firebird TransAm: inúmeras peças de engenharia têm um certo je ne sais quoi que as transforma em inquestionáveis clássicos. E porque não um smartphone?

Não é fácil um smartphone ou telemóvel tornar-se imortal mais depressa do que se torna obsoleto, mas do Nokia 8850 ao Motorola Aura, há contornos que nunca deixam de ser belos. O Honor 8 é um excelente exemplo.

A estética única do Honor 8

Quando entramos numa loja de electrónica é certo que os olhos se colocam nos escaparates com dezenas de smartphones alinhados, todos com os seus ecrãs completos, muitos são praticamente iguais a todos os outros.

Mas há sempre aquele design que ressoa connosco, que encaixa perfeitamente. Para mim, esse smartphone é o Honor 8, e isto vindo de alguém que tem uma séria admiração por alguns dos seus concorrentes directos!

O Honor 8 não é imune a comparações, claro. O seu design possui inúmeros elementos do Huawei P9, como a moldura em metal de perfil arredondado e remates em bisel. Tal como no flagship da Huawei, os acabamentos são de elevado nível, com os recortes das antenas polidos até não causarem qualquer interrupção no fluir das linhas do dispositivo. Já o metal não apresenta uma única aresta ou rebarba, mostrando grande perícia na finalização. A verdade é que ainda não nasceu melhor qualidade de construção.

Mas é o painel traseiro em vidro que leva os louvores. Por não ter aí uma construção de metal, o Honor não requer os usuais recortes para as antenas e oferece-nos um painel limpo e ininterrupto por onde fluem as chamadas “linhas lumia”, reflexos irisados que se encontram e separam platonicamente quando a luz incide sobre o smartphone. Podemos dar por nós a olhar para a sua dança num momento de ócio, tal é a elegância dos seus movimentos!

Só o leitor biométrico e o flash interrompem este painel minimalista de vidro 2.5D, e mesmo as duas câmaras estão protegidas sob a superfície difícil de riscar. Afinal, um ano de uso e só um arranhão se nota!

Como o ecrã também se vê protegido por vidro 2.5D, o perfil do Honor 8 é perfeitamente simétrico e, na mão, é simplesmente fantástico. O toque do vidro é incomparável ao do metal e, ainda que seja mais frágil, é decididamente nobre.

Uns podem comprar bolas anti stresse, outros podem passear o Honor 8 pelos dedos. O resultado é o mesmo: utilizar o Honor 8 é puramente relaxante.

Em branco ou azul, a pureza das linhas do Honor 8 é realçada pelo vidro brilhante e excepcionais acabamentos.

Espelho, espelho meu, haverá smartphone mais bonito que o que o Honor nos deu?

É quase impossível um smartphone se tornar um clássico, fruto de ciclos de renovação anuais que aceleraram a taxa de substituição dos smartphones e outros dispositivos electrónicos. Por isso, em 2017, o Honor 8 vai ter uma vida difícil para se manter como um dos mais elegantes smartphones do mercado.

Ou será que são os terminais mais recentes que terão dificuldade em se impor?

Com o Huawei P10 lançado e o Honor 9 prestes a ser oficializado, os mais sérios competidores do Honor 8 chegam de dentro de casa, por assim dizer.

O Huawei P10 chega com uma soberba ergonomia e excelente construção, mas o Honor 8 é mais identificável. Parece-me que só um Honor bate um Honor, portanto esperemos pelo Honor 9, que deverá evoluir a mesma estética do 8, passando o leitor biométrico para o painel frontal e oferecendo uma face traseira ainda mais harmoniosa.

Claro que Sony, Samsung, LG e Xiaomi têm os seus próprios grandes lançamentos este ano e todos possuem os seus méritos, mas nenhum tem, para já, um desenho superior ao do Honor 8. Talvez o Xiaomi Mi 6 se aproxime?

O interior é que conta

Olhem para mim, um sacana superficial! O interior é que conta, certo?

Um ano depois, será o Honor 8 ainda um smartphone capaz de aguentar as exigências?

No seu interior encontramos o mesmo Kirin 950 do Huawei P9 com 4GB de RAM, além do mesmo ecrã de 5.2 polegadas FHD. É uma capacidade de processamento ainda impressionante nesta altura do campeonato, e encontrar-se-á ao nível das exigências mais elevadas. De facto, corre Real Racing 3 e Galaxy On Fire 3 Manticore com excelentes prestações!

O chip já não é totalmente moderno e isso impõe algumas limitações, como a ausência de vídeo 4K, ou um modem LTE menos capaz que o encontrado na mais recente geração de flagships. Face ao Huawei P10, Mate 9, Samsung Galaxy S8 ou LG G6, o Honor 8 mostrará alguma dificuldade em acompanhar, tal é a evolução por estes dias.

A maior fraqueza face ao próprio Huawei P9 é a ausência da Leica nas câmaras principais de 12MP. Esta ausência significa que não temos acesso directo ao modo monocromático, o modo profissional não é tão intuitivo, e também não contamos com os filtros da Leica. Mas a qualidade fotográfica ainda é de elevado nível nesta altura.

Tudo somado, face ao preço, o Honor 8 não pode ser criticado quanto às suas excelentes capacidades. Hoje em dia é ainda um dispositivo muito capaz.

Aqui há que destacar que o terminal recebeu recentemente o Android Nougat e a EMUI 5.0, com todas as funcionalidades extras desta versão do Android, pelo que em termos de software é dos smartphones mais actuais no mercado.

Um design para ser admirado

Em pleno 2017, o Honor 8 ainda suscita a admiração de quem o descobre. Podemos mostrá-lo a qualquer pessoa e não o tomarão por um dispositivo com um ano em cima.

Dos materiais escolhidos, aos acabamentos e disposição dos diversos elementos, o Honor 8 permanece um dos designs melhor conseguidos de sempre. Se hoje anda à procura de um smartphone que grite estilo e confiança, o Honor 8 ainda é uma opção de topo.

Todos conhecemos esta experiência: compramos algo que um dia avaria, envelhece, ou deixa de nos chegar, mas em vez de ficarmos excitados pelo seu substituto, há uma certa mágoa. O Honor 8 é precisamente o tipo de terminal que despertará essa paixão prolongada.

Um ano depois, será o Honor 8 ainda o mais bonito? Como poderíamos sequer ter dúvidas de que sim?