A Lamborghini revelou uma nova fatia do seu futuro com o Terzo Millennio, um conceito de hiper carro eléctrico com algumas ideias realmente ousadas debaixo do capot. Mas o Terzo Millennio é mais do que uma experiência bonita (e por agora, completamente estática) que a Lamborghini revelou em Boston na segunda-feira. É também o nome do projecto exclusivo em parceria com o MIT que traz este conceito de carro à vida.

De forma mais abstracta, é uma caixa para as ideias maiores e mais ousadas que irão sair das mentes em Cambridge e Sant’Agata Bolognese nos próximos anos. A Lamborghini está em uma encruzilhada. O mundo automóvel é cada vez mais eléctrico, ou, pelo menos, híbrido.

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E a Lamborghini? Os seus clientes não estão necessariamente virados para estas novidades do mundo automóvel. Segundo Alessandro Farmeschi, COO da Lamborghini America, normalmente o consumidor não compra um carro desportivo para que seja conduzido por um computador. Maurizio Reggiani, director de pesquisa e desenvolvimento da empresa, continua o pensamento dizendo que se perguntarmos a um dos seus clientes se quer um motorista, a resposta imediata é “Não”.

O mesmo vale para o que dá poder aos carros, acrescenta Reggiani. Ao que parece, para os clientes, o número de cilindros é fundamental como potência. Apesar do que possa pensar, os clientes da Lamborghini gostam de “tecnologia” dentro de seus carros, de acordo com Reggiani, mas não do tipo que tira a diversão de conduzir ou elimina o som.

Contudo, equilibrar tudo isto pode ser difícil porque Lamborghini não parece estar a ficar para trás, afinal a Lamborghini está a deixar todos os outros para trás. Por isso, o Terzo Millennio, que traduzido significa Lamborghini do “terceiro milénio”. Por isso, segundo Reggiani, este é realmente, uma caixa onde querem colocar tudo o que é necessário para a Lamborghini eventualmente competir num mundo cheio de veículos eléctricos inteligentes.

Então, como é esta caixa agora?

Em primeiro lugar, para todas as suas concepções, o Terzo Millennio é inequivocamente um Lamborghini, especialmente quando o vemos de lado. Mas de uma forma ou de outra começamos a ver aerodinâmica no trabalho do corpo que fariam corar os designers da Ford GT.

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Depois, temos o pára-brisa a lembrar um escorrega aquático, que percorre o topo do carro praticamente todo até o emblema no capot. Pontos de iluminação branca na frente criam a sensação de que Lamborghini está pensar em seguir o rumo eléctrico, mesmo que jure que a possibilidade ainda é só uma possibilidade.

O chefe de design, Mitja Borkert, que veio da Porsche no ano passado, afirma que “O carro é super extremo”. “O carro deve ter um factor wow … caso contrário, falhamos”.

Mas as ideias mais irreverentes que a Lamborghini colocou nesta caixa até agora não são as que vemos e que nos espantam. A marca está a trabalhar com os professores do MIT para descobrir como usar supercondensadores de uma forma que simultaneamente capta e liberta energia e investiga maneiras de construir o corpo e os componentes do carro com nano tubos de fibra de carbono que podem actuar como, e talvez um dia substituir, as baterias de iões de lítio que alimentam os carros eléctricos de hoje.

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Há algumas outras ideias que já foram referidas, como fazer com que essa estrutura de nano tubos de fibra de carbono se auto-regenere, mas há metas concretas para combinar essas ambições, mesmo que o Terzo Millennio não seja tão específico quanto o conceito Asterion de 2014 .

A parceria é contratada para durar três anos, de acordo com a Lamborghini, e está custar à empresa cerca de 200 000€ por ano, embora o corte rápido de alguns executivos impedisse os repórteres de descobrir exactamente a que se aplica esse valor.

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No lado da bateria de nano tubos de fibra de carbono, a Lamborghini espera instalar materiais no primeiro ano, o segundo ano será sobre como obter a estrutura para armazenar e libertar energia, e o terceiro ano será sobre como construir isso numa geometria 3D.

Sim, isso significaria um Lamborghini eléctrico. Mas, novamente, Reggiani enfatiza, que isso não significa que a Lamborghini esteja a pensar inteiramente em eléctrico, ou mesmo híbrido. Ele admite que o último é provável, embora jure que não irá abdicar dos cilindros. Se e quando houver um Lamborghini híbrido, ainda terá um motor com um W ou um V e dois dígitos no nome. “Será uma grande tarefa”, diz Reggiani, “mas vivemos para isso”.

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