Depois do anúncio da chegada do Android Go ao mercado, está nas mãos dos fabricantes de chips começarem a criar processadores compatíveis com esta versão light do Android Oreo. A Qualcomm já anunciou a compatibilidade com o sistema operativo e a MediaTek anunciou agora igualmente que diversos dos seus chips terão compatibilidade integrada para o Android Go.
Entre os chips compatíveis, encontram-se os MediaTek MT6739, MT6737 para redes 4G e o MT6580 para equipamentos 3G. Como a própria MediaTek declara no seu anúncio oficial, os smartphones baratos servem de acesso à rede e à informação para inúmeras pessoas, e o Android Go permite que os custos desse acesso sejam menores em termos de recursos, portanto em termos de hardware. O potencial democratizante desta versão do Android é, por isso, enorme.
Se os fabricantes conseguirem poupar em hardware, com um sistema operativo pensado para correr suavemente em equipamentos com tão pouco quanto 512MB de RAM, então são os utilizadores finais quem acaba por poupar dinheiro.
O anúncio de hoje é o resultado de uma longa colaboração com a Google, com quem a MediaTek assinou, de resto, uma parceria para fazer chegar mais depressa aos seus parceiros as actualizações do Android.
Android Oreo Go: o Oreo light para os smartphones baratos chega hoje
Porque precisamos de chips compatíveis com Android Go
Poderíamos pensar que o Android Go é simplesmente um Android mais leve, pelo que correria simplesmente melhor em qualquer smartphone actual. Essa não é a verdade, uma vez que uma boa porção da sua optimização depende de alterações fundamentais a como o Android é gerido.
No Android tradicional, as apps são feitas para se manterem na memória, poupando tempo ao iniciar, e preocupando-se pouco com o espaço que ocupam. No Android Go, o foco da optimização é na poupança do armazenamento, pelo que há mais processamento a ser feito quando cada app arranca.
Os processadores actuais podem certamente encaixar esta mudança de foco das apps fundamentais, mas não estão optimizados para tal, não sem alterações ao tipo de instruções que possuem e ao modo como gerem os seus recursos. Por isso não são necessários chips verdadeiramente novos, e os mencionados pela MediaTek já se encontram no mercado há algum tempo, mas as alterações deverão ser feitas pelos fabricantes para que os dispositivos de facto aproveitem o potencial do Android Go.