Está finalmente anunciado o Motorola One Vision e, sem a cautela a que nos aconselhava a falta de dados oficiais, podemos dizer que a Motorola/Lenovo fez um trabalho soberbo neste smartphone que consegue diferenciar-se num segmento onde muitos smartphones são intermináveis.

Comecemos pelo facto agora confirmado de que o Motorola One Vision chega com um ecrã ultrawide de rácio 21:9, seguindo a lead dos Xperia. Com um preço de €300 na Europa, o mais fácil para o Motorola One Vision seria usar componentes off the shelf e usar as mesmas fórmulas de sucesso dos seus concorrentes. A falta de diferenciação foi a minha crítica na primeira geração Motorola One, se bem se lembram, portanto fico contente por ver a mudança.

O ecrã do Motorola é um moderno LCD de 6.3 polegadas com resolução FHD+ que inclui uma perfuração no ecrã para alojar a câmara frontal. Não estamos ainda habituados a estas perfurações em ecrãs LCD, pelo que reservo direito de opinar posteriormente quanto a se a integração é tão boa quanto num OLED. No entanto o destaque é mesmo o aspecto 21:9, o que permite ao Motorola tirar proveito máximo dos filmes e séries dos serviços de streaming que já recorrem a este formato, tal como os estúdios cinematográficos.

É certo que com o buraco no ecrã ou ficamos com um rácio mais curto, ou teremos de aceitar o buraco negro no canto dos filmes. É um compromisso.

O aspecto alto também é obviamente soberbo para trabalhar em janela dividida ou tirar proveito acrescido de redes sociais, do Facebook ao 9Gag, o que importa? Já se lerem ebooks, não estamos tão bem.

Neste momento, a maior parte dos equipamentos com preço na casa dos €300 chegarão com Snapdragon da série 600. O Motorola One Vision distingue-se por ser o primeiro não-Samsung do mercado em massa a optar por um Exynos, especificamente o Exynos 9609 que me parece um chip com potencial.

Afinal, trata-se de um chip algures entre o Snapdragon 660 e o Snapdragon 675, com quatro núcleos Cortex-A73 a 2.3GHz e quatro A53. Conta com uma litografia de 10nm idêntica à do Snapdragon 845 ou à do Kirin 970, portanto nada mau. O chip aposta ainda na conectividade e no multimédia com 802.11ac 2×2 MIMI Wi-Fi, Bluetooth 5.0 e rádio FM, motor de rede neural para desfoque de uma só câmara, detecção de rostos e cenas, além de capacidade de vídeo melhorada para 4K a 120fps ou até 480fps em FHD.

O processador será apoiado por 4GB de RAM e 128GB de armazenamento expansível, e uma bateria de 3500mAh com o que a Motorola promete até 7H de utilização com apenas 15 minutos de carga a partir dos 0%, via Motorola TurboPower.

Departamento fotográfico em alta

Portanto, o Motorola One Power conta com uma câmara de 25MP à frente. E atrás?

O Motorola One Vision utiliza uma câmara de 48MP com abertura f/1.7. O objectivo aqui é aproveitar o pixel binning para agregar quatro pixéis em cada toma de imagem para obter imagens de 12MP com mais informação de luminância, cor, detalhe. A segunda câmara é meramente de 5MP e para informação de profundidade. Eu teria preferido uma câmara real para zoom, ou uma ultragrande angular, inquestionavelmente, e esta será talvez a oportunidade desperdiçada pela Motorola para mudar o jogo fotográfico na gama média.

Design sólido

O desenho do Motorola One Vision não é totalmente identificável. A pílula para as duas câmaras no canto superior esquerdo, o leitor biométrico na asa de morcego e o layout geral dos componentes é até algo genérico, o que não esconde que é também eficiente.

O detalhe mais importante será que, apesar deste preço, o Motorola One Vision é construído de alumínio e Gorilla Glass, incluindo no painel traseiro, com protecção contra salpicos e poeira, de nível IP52. Notem que o Motorola One Vision mantém o jack de áudio, o que é sempre uma presença bem-vinda.

Interface limpa e actualizações garantidas

O hardware é interessante, e o software poderá ser um ponto alto, já que o Motorola One Vision é membro do programa Android One e chega com Android Pie, garantindo actualização para Android Q e R. São duas grandes actualizações de sistema operativo para que quer um smartphone de longa duração que não fique obsoleto.

Quando vemos esta folha de especificações, o Motorola One Vision torna-se uma excelente proposta neste preço, mostrando grande dinamismo por parte da marca. Quem quer um?

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