A Huawei tem mudado ultimamente o que foi a sua postura nos últimos anos, lançando as versões Lite antes dos lançamentos maiores de uma nova família de smarthones, quiçá como “aperitivo”, mas certamente como investida forte na gama média. Portanto, se os olhos e ouvidos estão fortemente colocados no lançamento em Outubro do futuro Huawei Mate 20, o Huawei Mate 20 Lite foi agora oficializado sem grande pompa ou circunstância, mas com muitos motivos de interesse.

Em boa medida, o Huawei Mate 20 Lite torna obsoleto o excelente Mate 10 Lite. Do ponto de vista estilístico é simplesmente mais interessante, com um acabamento em duas tonalidades reminiscente do design do Huawei Mate RS Porsche Design, com uma lista vertical que engloba as câmaras e o leitor biométrico. O notch encontra-se presente no ecrã de 6.3 polegadas e é certamente um gosto adquirido, mas pelo menos os rebordos são dignos de um topo de gama, embora o Mate 20 Lite seja mais correctamente um gama média e – talvez acima de tudo – temos um rácio de 81% de ecrã, face aos 76.5% do seu antecessor.

A melhoria mais significa será, no entanto, sob o capô, onde o Huawei Mate 20 Lite introduz o muito capaz e moderno Kirin 710, colocando um fim a duas gerações de “Lite” com o Kirin 659, chip octa-core muito interessante, mas que já se encontra algo distanciado da realidade mobile actual. O primeiro processador da Huawei em 12nm é significativamente mais potente a nível gráfico e em termos de processamento em bruto, ao mesmo tempo que é mais eficiente do ponto de vista energético. A tecnologia GPU Turbo já se encontra integrada, pelo que adivinhamos um bom desempenho gráfico.

A acompanhá-lo, 4GB de RAM e 64GB de armazenamento interno são idênticos ao presente no Mate 10 Lite, mas o processador poderá certamente fazer mais com estes recursos. Ainda assim, pensávamos que o Mate 20 Lite seria oficializado com 6GB de RAM, pelo que continuaremos à espera.

Na face traseira temos – quanto a mim – algo agridoce: por um lado, a nova câmara de 20MP oferece abertura de f/1.8, o que parece muito positivo, mas a câmara secundária é apenas um sensor de 2MP cuja utilidade será o típico bokeh, e é uma pena que a Huawei não coloque neste segmento uma câmara monocromática ou teleobjectiva para adoçar um pouco a boca aos utilizadores. Para alguns será positivo que a parte frontal aloje uma outra câmara de 2MP a coadjuvar a câmara selfie de 24MP. Um sinal dos tempos em que cada vez menos se faz fotografia e mais retratos de utilidade questionável, certo?

Outros pontos de modernidade certamente acrescida face ao Mate 10 Lite são a nova porta USB-C, NFC e dual-band Wi-Fi. Finalmente, temos uma bateria de 3750mAh com carregamento rápido e Android 8.1 Oreo, mas que será quase certamente actualizado para o Android Pie a médio prazo.

Com um preço que se encontrará algo abaixo dos €400, o Huawei Mate 20 Lite poderá encontrar concorrência cerrada do novo Xiaomi Pocophone F1, e necessitará talvez de ajustar o seu preço final. Ainda assim, é um belo exemplo de melhoria de uma geração face à anterior e faz-nos pensar que valerá bem a pena esperar pela sua chegada para termos um gama média bastante sólido na mão.

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