Lembram-se do primeiro Oppo Reno? Com o melhor processador do momento, ninguém tinha dúvidas de que este era um equipamento de gama alta, ainda por cima inconfundível, com a sua câmara em barbatana de tubarão. Com os novos Oppo Reno3 e Reno3 Pro, a Oppo pode oferecer 5G, mas banaliza os seus melhores dispositivos e cria uma salgalhada de segmentação.

Tenho certeza que verão inúmeros louvores a estes novos dispositivos, porque fica sempre amaciar o pelo. Não aqui, porque não obstante terem inúmeras virtudes, os novos Oppo Reno3 são irritantemente frustrantes.

A começar pelo design perfeitamente intermutável com qualquer outro smartphone do ano, castrando os Reno de qualquer pretensão a serem diferentes. As quatro câmaras principais estão alinhadas na vertical num módulo típico, enquanto o ecrã conta com a expectável perfuração para a câmara selfie.

Mas o maior crime dos Oppo Reno3 é talvez a confusão na segmentação que, à primeira vista, faz zero sentido. O que distingue geralmente uma versão normal de uma versão Pro? Um melhor processador, melhor câmara ou maior ecrã nesta última versão. Esqueçam isso.

O Oppo Reno3 Pro chega equipado com o Snapdragon 765G, um processador que até agora não me impressionou, e que parece mostrar que, em 2020, teremos ou performance de topo, ou 5G num segmento de preço que até agora teria sem dúvida um Snapdragon 8. Até aqui tudo bem, mas por alguma razão que desafia a lógica, a Oppo colocou no Oppo Reno3 o excelente MediaTek Dimensity 1000L, um chip que – até ver – é suposto concorrer com o Snapdragon 865 e que parece ser melhor que o Snapdragon 765, inclusivamente em termos de velocidades 5G. Confusos?

A confusão continua quando percebemos que a Oppo decidiu que o Oppo Reno3 Pro terá uma câmara de 48MP num sensor de 1/2 polegadas, mas o Reno3 de base tem uma câmara de 64MP 1/1.7.

Mas a Oppo não é desprovida de humor e espera que paguemos €515 pelo Reno3 Pro com câmaras de menor resolução e um processador potencialmente pior, enquanto o Reno3 custará €480. Para adicionar insulto ao preço, o AnTuTu já confirmou que o Reno3 é mais potente que o Reno3 Pro.

Onde é que a Oppo justifica o preço superior do Reno3 Pro? Por um lado, porque possui um ecrã AMOLED flexível altamente curvado nas laterais, enquanto o Reno3 possui um ecrã plano, com notch em gota de água. Em ambos os casos falamos de ecrãs de 6.5 polegadas com resolução FHD+ e leitor biométrico no próprio ecrã, mas a versão Pro inclui altifalantes estéreo.

A Oppo decidiu igualmente castrar o Reno3 na capacidade zoom. Enquanto o Pro possui zoom 2x (híbrido 5x), o Reno3 de base abdica da câmara de 13MP zoom e, embora mantenha a mesma câmara 8MP ultragrande angular e sensor monocromático de 2MP, utiliza antes uma câmara macro de 2MP. À frente, ambos os equipamentos usam uma câmara de 32MP.

Nenhuma diferença na bateria, sendo a capacidade de 4025mAh em ambos os modelos, com carregamento rápido VOOC 4.0 de 30W, permitindo carregar 50% em 20 minutos e 70% em meia hora.

Quanto à memória, tanto o Reno3 quanto o Reno3 Pro chegam com versões de base com 8/128GB, mas enquanto o Reno3 Pro também se encontra disponível com 12/256GB, enquanto o Reno3 vai até aos 12/128GB. Em qualquer um dos casos, os dispositivos contam com Android 10 e ColorOS 7.

Portanto, das duas uma, ou a Oppo nos deu um Pro de vantagens questionáveis, ou nos ofereceu uma versão standard francamente boa. O copo está meio cheio, ou meio vazio, vocês decidem, mas desta vez os Oppo Reno não são de todo impressionantes.

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