Dynabook, novo nome dos equipamentos Toshiba, mas também um nome que tem tradição nos portáteis empresariais, feitos com avançadas soluções de segurança e durabilidade. Não temos muitas oportunidade de tomar contacto com estes equipamentos, mas eis-nos com o Dynabook Satellite Pro L50-G-19F em mãos, para vermos o que é capaz de fazer este portátil destinado a ser o cavalo de tiro das frotas informáticas empresariais.

Especificações técnicas

  • Processador: Intel Core i7-10710U de 10ª geração com 16GB de RAM
  • Ecrã: 15.6″ eDP IPS antirreflexo 16:9 FHD
  • Armazenamento: SSD NVMe M.2 PCIe 512 GB
  • Gráfica: NVIDIA GeForce MX250
  • Conectividade: Wi-Fi 6 (802.11ax), Bluetooth 5.0, dual band LAN, Gigabit Ethernet LAN
  • Portas: combinada auriculares e microfone, HDMI 1080p, 3 x USB 3.0C (1 com carregamento em suspensão), 1 USB-C 3.1 com DisplayPort, leitor para cartões SD
  • Autonomia: até 8 h e 20 m (MobileMark 2014 com o Windows 10)
  • Peso: a partir de 1,85 kg
  • Dimensões: L x C x A : 361 x 244 x 19,9 mm

Dynabook Dyscreto

Os Dynabook têm por regra um design pouco ostensivo e fundamentalmente funcional que não se destaca numa multidão. Não é um problema, mas uma abordagem perfeitamente legítima à questão da melhor combinação entre especificações e custo, e o Satellite Pro não quebra esta tradição. As linhas são retas e limpas, e mal nos damos conta de que o Satellite é francamente compacto e mais fino que equipamentos de dimensões de ecrã comparáveis. O seu peso de perto de 1.85Kg é um bom testemunho de como a Dynabook conseguiu criar um corpo de proporções mais expectáveis num portátil de metal.

O corpo é inteiramente preto e fabricado num plástico texturado com riscas longitudinais que não parecem o mais elegante detalhe do mundo, mas que sabem razoavalmente bem ao toque, e resistem à sujidade mais do que as peças de plástico lisas que atraem como ímanes as marcas dos dedos. Para um portátil destinado a andar de lado para lado numa empresa, a capacidade de se manter limpo pode ser muito importante, por isso nada contra este ponto.

A textura parece ter ainda uma vantagem adicional de aumentar a rigidez de toda a estrutura e se a tampa com o ecrã ainda é relativamente fácil de distorcer, a base é resistente e sólida, não se deixando moldar facilmente, com vantagens que veremos mais à frente, quanto à utilização do teclado.

Graças às suas dimensões, o Dynabook consegue oferecer uma conectividade física muito reconfortante, com duas portas USB-A, uma USB-C, leitor de cartões de memória, uma porta HDMI, RJ45 e um jack de áudio. De resto, tenho de destacar a delícia de manutenção que o Dynabook parece ser, já que ao contrário de muitos portáteis, é absolutamente acessível para uma manutenção rápida ao nível da própria empresa. É, afinal, um dos poucos portáteis que me lembro de, em tempos recentes, ver com uma porta de acesso direta às slots de RAM, o que torna uma canja atualizar a RAM até ao máximo suportado de 64GB.

Chegar ao resto dos componentes é igualmente fácil, com nove parafusos de simples ranhura em cruz dispostos à volta da base, sem necessidade de ferramentas especiais termos de levantar os pés de borracha.

Ecrã para trabalho

O Dynabook Satellite Pro L50-G-19F conta com um ecrã pensado para consumo empresarial, portanto com um acabamento fosco anti-reflexo que faz um excelente trabalho em esbater os reflexos para uma leitura praticamente imperturbável num contexto de escritório.

Em troca, não temos os maiores contrastes do mercado, embora este não seja tema de relevo para um contexto empresarial, onde este portátil será utilizado para aplicações Office e de produtividade, algum suporte aplicacional e outras tarefas para as quais a capacidade gráfica não é o principal ponto. Isto porque, por todas as virtudes deste ecrã, a sua cobertura de cores é justamente espartana, o que não pode ser considerado defeito, face ao seu público alvo.

Este teclado vai surpreender

Típico da sua classe de portáteis, o Satellite Pro 50 não tem um teclado iluminado, o que será um problema para trabalharmos noite adentro. Contudo, fora esta ressalva, é um teclado muito agradável e talvez dos melhores que poderemos experimentar nesta classe de preço: as teclas são bem espaçadas e têm uma atuação sólida, que não emite sons parasitários e não é indiscreta para trabalharmos em ambientes onde o silêncio é de ouro. Pareceu-me, isso sim, que a resistência das teclas é algo pesada e os meus dedos levaram alguns dias a habituarem-se. Mais uma vez, não me parecem fora do normal neste tipo de equipamentos.

O portátil tem mesmo um teclado numérico completo, o que ajuda bastante à produtividade geral dos profissionais que trabalhem com inserção de dados. As teclas são cobertas num plástico particularmente rugoso e a espessura das letras impressas é suficiente para as sentirmos nos dedos, o que me dá uma certa confiança de que serão relativamente duráveis, em consonância com a fama da Dynabook.

Entretanto, o trackpad tem dimensões corretas e utiliza-se bem, embora não seja de vidro, o que geralmente dá gestos mais seguros e um toque mais interessante.

Apesar das minhas ressalvas, o teclado não é negligenciado como em alguns equipamentos concorrentes, onde a experiência de escrita pode ser banal na melhor das hipóteses, enervante na maioria dos casos. Não é assim com este Dynabook, que continua a senda de bons teclados por parte da marca, oferecendo uma experiência de escrita muito positiva. Acrescentar-lhe-ia apenas um teclado iluminado, característica que começa a ser muito frequente neste gama de preço e de equipamentos de escritório, com notórias vantagens para os bichos noturnos.

Performance

O Dynabook Satellite Pro que testamos oferece um Intel Core i7-10710U com 16GB de RAM, não um dos mais recentes Tiger Lake. Isto significa que não temos ainda uma intel Iris Xe, mas uma UHD Graphics, o que não nos permite ter qualquer tipo de ambições gráficas, e também não tiramos partido da capacidade de processamento muito superior dos Tiger Lake. Mas não temam: apesar de não encontrarmos nenhum autocolante pomposo no seu exterior, o Dynabook conta com uma NVIDIA GeForce MX250, uma gráfica de entrada de gama que já permitirá alguns jogos light (pensem na resolução mínima), com algum potencial, até para edições rápidas de imagem para quem trabalhar mais com apresentações e plataformas de ensino, pelo menos por comparação a uma gráfica UHD da Intel.

Quanto ao processador propriamente dito, trata-se de um hexa-core 1.10GHz-4.70GHz com TDP entre 15 e 25W. O foco aqui é na eficiência energética, mas ainda assim a performance do processador com 16GB de RAM será em excesso do necessário para a maior parte das tarefas quotidianas, indiciando uma performance agradável e confortável para quem não pode esperar pelo seu computador. Na mesma família, a Dynabook já oferece processadores Tiger Lake que oferecerão significativamente mais performance absoluta, mas na hora de fazerem a vossa opção considerem sempre a relação custo-benefício face às vossas necessidades, porque as prestações a bordo são muito aceitáveis e perfeitamente adequadas para a maioria do trabalho numa empresa.

Os 4253 pontos no PCMark estão muito em linha com o que eu esperaria deste processador, considerando que a Dynabook parece ter criado um portátil bem pensado para profissionais e ambientes laborais, onde o conforto e a discrição são chave. O que quero dizer com isto é que, sob carga, o Satellite não mostra sinais de aquecimento nas zonas de toque e a operação é muito silenciosa para um equipamento destas dimensões e nesta gama de preço.

A gráfica é a melhor parte deste setup, já que de outro modo a performance gráfica não seria de todo interessante, em linha com qualquer Intel de 10ª geração.

Indo então aos benchmarks, o PCMark dá-nos uma pontuação muito expectável de 4253, perfeitamente em linha com os Core i7 de 10ª geração.

Com o equipamento a ter uma gráfica onboard que não chega aos calcanhares das mais recentes Iris Xe, a inclusão da MX250 é muito bem-vinda e, justamente, no Cinebench, conseguimos uma pontuação de 3285, uma das melhores que obtive nos últimos tempos em equipamentos não especializados em imagem.

Ponto importante a realçar é que o Satellite não tem um dos novos chassis ultracompactos da moda, permitindo-lhe manter uma boa capacidade de dissipação do calor e, por isso mesmo, não chegamos a ter grande aquecimento que se note nas mãos, enquanto a performance se mantém uniforme sob carga.

Autonomia: o trabalhador das 9 às 6

O Dynabook é um portátil empresarial e, como tal, a autonomia é da mais absoluta importância. Mais do que num portátil de gaming ou mesmo num portátil de consumo. É expectável que o Satellite ande de lado para lado, nas mãos de um técnico de suporte aplicacional ou num operador de dados, não podendo dar-se ao luxo de ficar sem sumo a meio de uma emergência.

Com uma bateria de 38Wh o Dynabook talvez possa ser esticado até às 8.2 horas que a Dynabook cita com o Mobile Mark 2014. Num cenário de utilização quotidiana, o valor perto das 8 horas é francamente realista. Cinco horas de filmes num fim de semana preguiçoso são canja, o que me parece uma autonomia muito sólida para um equipamento deste tipo, embora com as dimensões do chassis pudesse desejar uma bateria maior o que poderia ser um compromisso inaceitável para a Dynabook quanto ao aumento do peso do equipamento, claro.

Conclusão

Com o Dynabook Satellite Pro 50, a Dynabook oferece-nos um daqueles cavalos de tiro que não vão ganhar concursos de beleza, mas oferecem todas as ferramentas essenciais para um trabalhador moderno. Ao afastar-se das construções premium e chassis estilizados tão em voga, a marca consegue manter o preço baixo apesar de termos ao nosso dispor um excelente processador, acompanhado de opções de memória generosas e isto sem comprometer a durabilidade de um equipamento feito para uma vida particularmente ativa.

Este não é um portátil feito para excitar e deslumbrar com o seu design e luxos. É sim um carro de combate sólido para os exércitos empresariais que vão beneficiar da sua elevada conectividade, performance sólida e durabilidade.

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