Os Samsung Galaxy S têm sido a ponta de lança das inovações da Samsung, com a marca Coreana a apostar menos onde lhe tem realmente doído mais: na gama média. É aqui que a concorrência Chinesa tem sido mais agressiva e roubado uma boa fatia do mercado das marcas tradicionais, criando equipamentos premium, numa filosofia de gama média capaz de reunir apontamentos de gama alta, roubando esta dos seus utilizadores. A Samsung está consciente disto e indica agora que as inovações chegarão primeiro aos Galaxy A.

Como equipamentos particularmente afectados pela concorrência Chinesa, os Galaxy A não podem dar-se ao luxo de esperar pelos Galaxy S para inovarem, com detalhes como câmaras duplas ou leitor biométrico no ecrã a serem apenas alguns dos motivos pelos quais marcas como Oppo, Vivo, Huawei ou Xiaomi têm passado à frente da Samsung. Sem falar – claro – na excelente relação qualidade-preço que estas marcas oferecem.

Em entrevista à CNBC, DJ Koh anunciou que os Galaxy A que estão para vir terão mais pontos diferenciadores e estrearão novas tecnologias, mesmo antes destas chegarem aos Galaxy Note e Galaxy S. A razão? Koh quer atrair para estes dispositivos os millenials que não podem dar-se ao luxo de um Galaxy S, mas exigem inovação ainda assim. E como os próximos Galaxy A chegam ainda este ano para um lançamento no início de 2019, o único caminho para não lançar equipamentos obsoletos à nascença será apostar já nesta mudança de postura e atacar com inovações.

Câmaras duplas? Leitor biométrico no ecrã? Novos esquemas de cor? Novo design? O notch? Por favor, não o notch.

Se bem que com os últimos Galaxy A temos verificado que a Samsung está a levar a gama média mais a sério, um ponto importante a reter é que a marca Coreana tem ainda que encontrar o equilíbrio certo entre preço e especificações. Os millenials sem dinheiro para flagships a que Koh aponta são também millenials inteligentes que olham para os lançamentos da Huawei ou Xiaomi como oferecendo melhores características por cada tostão.

Há alguns anos, eu diria sem hesitar que esta diferença era justificada pelo melhor serviço e qualidade geral dos equipamentos da Samsung, mas estamos em 2018 e a esmagadora maioria das marcas Chinesas têm ao seu dispor avançados métodos de fabrico que rivalizam com os da Samsung e conseguem oferecer equipamentos com bons acabamentos e bons componentes que retiram à Samsung a sua aura de marca superior.

Até podemos argumentar que não será assim tão linear, e que a Samsung continua a oferecer equipamentos mais duráveis e melhor fabricados, mas o factor preço continua do lado da concorrência e a Samsung terá de mostrar com mais afinco onde é que justifica o dinheiro que pede por um smartphone. Não estou a falar dos Galaxy S ou Note onde não podem sequer existir dúvidas de que nenhum outro Android oferece um pack tão completo de especificações. Aí fará pouco sentido cortar a sério nos preços, porque o cliente desses Galaxy não é o fulano que procura uma pechincha. Mas na gama média, sim, a Samsung tem que rever a política de preços.

1 COMENTÁRIO

  1. […] Ora, face à concorrência Chinesa na gama média premium, este pode ser o Galaxy de que a Samsung precisa, embora o preço tenha que ser atraente. Que a Samsung não espere pelos Galaxy S10 para uma oferta de câmaras triplas está consonante com as indicações por nós veiculadas de que a marca passaria a colocar as inovações primeiro na gama média, depois na gama Galaxy S. […]

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