O passado dos telemóveis e smartphones está cheio de equipamentos que pretenderam deixar a sua marca no gaming mobile e todos, de algum modo, ficaram aquém das expectativas. No entanto, o gaming mobile pode tornar-se um grande universo em breve e ontem foi apresentado o smartphone que pode de facto mudar tudo: o Xiaomi Black Shark.
Specs dignos de um flagship
O Xiaomi Black Shark traz para a mesa um conjunto impressionante de especificações que o colocam num patamar claramente premium: a bordo encontramos o Snapdragon 845 com um máximo de 8GB de RAM e 128GB de armazenamento interno. Não temos acesso a um cartão microSD para expansão, mas com um mínimo de 64GB de armazenamento interno, também não precisamos. A versão base, entretanto tem 6GB de RAM.
Entretanto, o Xiaomi Black Shark aposta nos ecrãs 18:9 com um ecrã FHD+ de 5.99 polegadas e compatível com espaço de cor DCI-P3.
Não pensemos que ficaremos sem sumo a meio de um jogo, graças à bateria de 4000mAh com carregamento rápido de 18W via QuickCharge 3.0. Em termos de autonomia, o Black Shark promete 5 horas de jogo contínuo com “King of Glory”.
Mas onde muitos smartphones são extremamente focados no gaming ao ponto de se tornarem pouco práticos para uma utilização quotidiana. No entanto, a Xiaomi não quis fazer compromissos e o Black Shark possui os principais pilares de um smartphone normal premium.
Assim, nas câmaras, a Xiaomi coloca-nos nas mãos uma câmara principal de 12MP com abertura f/1.75 emparelhada com uma câmara de 20MP que também mantém a abertura de f/1.75. Entretanto, à frente, a câmara selfie é de 20MP, com abertura f/2.2 e capacidade 4K. Todas as câmaras funcionam com recurso a um processador de imagem desenhado pela Pixelworks.
Optimização para o gaming
O design do Black Shark é impressionante. Se pela frente parece um smartphone normal, com rebordos relativamente reduzidos, a traseira é agressiva e salliente, esculpida como uma arma de combate que faz o Black Shark parecer protegido por um exoesqueleto. Ainda assim, é um smartphone extremamente esbelto, com uma espessura máxima de 9,25mm, valor de respeito para este tipo de abordagem.
O look sempre foi importante no gaming, e o Black Shark passa este teste com distinção, no entanto coloca em cima da mesa algumas optimizações claras para o gaming mobile. Especificamente, o Black Shark mobiliza um sistema de refrigeração exclusivo de múltiplos estádios que inclui liga de cobre de alta condutividade térmica, grafite e refrigeração líquida, com o resultado de que a temperatura do dispositivo pode descer 8º C. Esta manutenção da temperatura num nível aceitável manterá os framerates dos jogos controlados mesmo quando o smartphone começaria a aquecer demais, obrigando o processador a reduzir a potência.
E para uma experiência gaming verdadeiramente multimédia, o Black Shark inclui altifalantes estéreo com um altifalante, enquanto o auscultador serve de segunda fonte de som externa.
Entretanto, um chip de processamento de imagem da MEMC foi também incluído, com o intuito de melhorar a reprodução de cor e performance de imagem do ecrã.
A interface JOY UI a bordo baseia-se na MIUI, mas inclui optimizações para gaming, como a transformação do leitor biométrico numa Shark Dock que permite alternar para os modos DND ou Silent Mode, enquanto uma tecla física específica dedica todas os recursos do smartphone ao gaming.
Comando externo é a cereja no topo do bolo
Tal como com a Nintendo Switch, também aqui temos a possibilidade de acoplar ao Black Shark um comando externo via Bluetooth, que inclui a sua própria bateria de 340mAh. Sem este Shark GamePad, o Black Shark é um smartphone que cabe no bolso e extremamente prático.
Onde o gaming mobile falha e porque o Black Shark muda tudo
Criar um smartphone para jogos tem sido o alvo de muitas marcas, mas temos que ser franco: a esmagadora maioria dos jogos no ambiente Android encontra-se optimizado para correr na maioria dos equipamentos disponíveis e não beneficia particularmente de um smartphone específico por comparação a um equipamento de topo premium como o Samsung Galaxy S9 ou o Sony Xperia XZ2.
Para realmente se justificar um smartphone de gaming, o ecossistema teria que mudar para uma abordagem mais próxima da dos computadores, com hardware específico por um lado, e software capaz de tirar partido disso. No entanto, temos de começar por algum lado e o Black Shark é o equipamento certo para criar a onda e iniciar a pressão para que uma nova geração de jogos e equipamentos se foquem especificamente no gaming.
Em contrapartida, com os smartphones normais menos focados nas capacidades de processamento de imagem, poderemos ter equipamentos de elevada qualidade que conseguem reduzir o preço global dos smartphones que tem sido sempre a subir.
A capacidade de mudança do Black Shark chega por diversos lados. Por um lado, o dispositivo tem excelentes optimizações para o gaming intenso sem abdicar da ergonomia ou da polivalência. Por trás, o bom nome da Xiaomi será sem dúvida um grande argumento e ainda temos o preço…
Este preço não pode estar certo
Um Snapdragon 845, 6GB de RAM, chips dedicados de tratamento e processamento de imagem podem ser obtidos por uns miseráveis €390, enquanto a versão com mais RAM e memória pode ser adquirida por €425 e as primeiras 50.000 compras recebem o Black Shark GamePad que terá um valor de €23.
[…] O Xiaomi Black Shark é o smartphone que pode mudar o gaming mobile para sempre […]
[…] tenho dúvidas de que o Black Shark 2 será um excelente equipamento, mas, depois do colossal equipamento que foi o original Black Shark, continua a parecer-me questionável que a Xiaomi lance uma versão optimizada que será moderna […]